Bras�lia, 31 - Ao refor�ar a estrat�gia de conceder entrevistas para tentar diminuir a resist�ncia da popula��o em rela��o � reforma da Previd�ncia, o presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira, 31, em entrevista � R�dio Metr�pole, da Bahia, que acredita que conseguir� votar a reforma em fevereiro e refor�ou que as mudan�as s�o para garantir que os aposentados n�o deixem de receber o benef�cio.
"Eu tenho um ano pela frente e a reforma da Previd�ncia n�o � para o meu governo, � para o futuro", disse, destacando que a reforma � "bastante suave para fazer com que aposentados n�o tenham cortes" nos benef�cios.
Temer lembrou o d�ficit previdenci�rio de R$ 268 bilh�es e disse que este ano a d�vida previdenci�ria vai ser "muito maior". Seguindo o script do discurso governista, o presidente voltou a dizer que a reforma da Previd�ncia n�o atinge os mais pobres e lembrou que trabalhadores rurais e aqueles que recebem o Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC), que � pago a idosos e pessoas com defici�ncia de baixa renda, tamb�m n�o ser�o atingidos.
O presidente destacou ainda que os parlamentares "transmitem o que o povo pensa" e, "se o povo estiver convencido da import�ncia da reforma, isso vai ser transmitido" para os deputados e senadores.
Temer voltou a dizer que acredita que o rebaixamento da nota de cr�dito do Brasil pode ser revisto pela ag�ncia de classifica��o de risco S&P Global Ratings caso a Reforma da Previd�ncia seja aprovada em 2018.
Ao citar reformas como a institui��o do Teto de Gastos e tamb�m a reforma do ensino m�dio, Temer disse acreditar que, ao fim de seu governo, vai ter conseguido alcan�ar as metas a que se prop�s. "Se fechar (o governo) com a Previd�ncia e a reforma tribut�ria, terei fechado o governo com reformas fundamentais", disse, destacando que todas as a��es do governo visam ao combate do desemprego.
Acusa��es
Sem citar nenhum nome diretamente, o presidente Michel Temer afirmou que "n�o vai mais tolerar" acusa��es como as den�ncias apresentadas contra ele pelo ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot, e voltou a dizer que aqueles que o acusaram est�o desmoralizados ou presos.
"Eu n�o vou mais tolerar o que come�aram a dizer de mim, que eu me meto em falcatruas e etc. Estou combatendo isso, at� por uma raz�o, eu tenho paci�ncia mesmo, esperei uns sete meses para que aqueles que me acusaram fossem desmoralizados, est�o na cadeia. E os que n�o est�o na cadeia est�o desmoralizados pelos v�rios documentos e depoimentos que vieram depois", disse na entrevista.
Temer se disse "v�tima" e afirmou que saiu "vitorioso" ao conseguir barrar as den�ncias na C�mara dos Deputados. "Quando houve a aprecia��o da den�ncia, havia uma �nica pessoa em frente ao Congresso pedindo a minha sa�da. Isso me d� uma grande satisfa��o", afirmou.
O presidente - que foi acusado de obstru��o de Justi�a, organiza��o criminosa e corrup��o passiva - voltou a dizer que as acusa��es s�o falsas. "Este ano, este primeiro semestre, n�o vou mais tolerar essas acusa��es, porque elas s�o falsas, est�o sendo desmentidas pelos fatos e documentos. E lamentavelmente eu fui v�tima disso", refor�ou.
Temer reconheceu ter uma oposi��o forte, que as vezes "faz barulho", mas que, por causa do processo democr�tico, tem que compreender tal situa��o.
(Carla Ara�jo)