Genebra, 14 - Vinte organiza��es n�o-governamentais brasileiras e estrangeiras usaram nesta quarta-feira, 14, o Conselho de Direitos Humanos da ONU para alertar sobre o "risco" de que o ex-presidente Luiz In�cio Lua da Silva seja exclu�do das pr�ximas elei��es no Pa�s, em outubro.
O discurso foi feito em nome de entidades como Justi�a Global, FIAN, A��o Franciscana de Ecologia, Confedera��o Internacional de Sindicatos de Trabalhadores, al�m de grupos da Am�rica Latina e �frica.
"O Judici�rio foi incapaz de mediar as tens�es do Pa�s se omitindo em agir diante da remo��o arbitraria de Dilma Roussef e fracassando em parar abusos em casos de grande repercuss�o", apontaram. Segundo eles, isso foi confirmado com a condena��o de Lula, no dia 24 de janeiro.
Em sua fala, o grupo denunciou uma s�rie de irregularidades no processo, inclusive o "confisco "ilegal de seu passaporte". Para o grupo, trata-se de "persegui��o pol�tica". "Existe risco da exclus�o de um l�der chave da oposi��o do processo eleitoral", alertaram, diante dos demais governos.
O grupo de ativistas pediu que o comunicado internacional "redobre suas aten��es ao Brasil" e ainda apontou que o "golpe institucional" contra Dilma Rousseff "instalou um governo interino".
Para as entidades, existe uma situa��o de "excepcionalidade democr�tica" no Pa�s com o desmantelamento da "normalidade democr�tica vivida pelo Pa�s desde o fim do regime militar".
Em resposta, o governo brasileiro pediu a palavra e apontou que o "impeachment cumpriu rigorosamente as normas descritas pela Constitui��o, respeitou o devido processo legal, sob a supervis�o do Supremo Tribunal".
A posi��o do Itamaraty foi lida pela embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, que havia sido tamb�m representante do governo Lula no mesmo Conselho da ONU, no mandato do ex-presidente.
"Perseveramos na luta contra a corrup��o, com o engajamento total do estado e com respeito a direitos individuais garantidos pela Constitui��o", disse. Segundo ela, qualquer "alega��o" que fuja desse tom � "incompleta" ou "enganosa". A embaixadora tamb�m insistiu que o Judici�rio � "totalmente independente e que a imprensa continua a cumprir seu papel".
(Jamil Chade)