Bras�lia, 15 - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta quinta-feira, 15, que as bases para o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu�s Roberto Barroso j� est�o "assentadas" e que o documento "em produ��o por advogados amigos" questionar� a parcialidade e o vi�s pol�tico-partid�rio do magistrado. Barroso autorizou a quebra de sigilo do presidente Michel Temer e excluiu os criminosos da Lava Jato do indulto natalino editado por Temer.
Ao chegar para um caf� da manh� com a bancada de deputados do Norte/Nordeste, Marun disse que um juiz n�o pode ter atividade pol�tico-partid�rio e que, ao modificar o decreto do indulto natalino, o magistrado deu tratamento diferente ao presidente Temer.
"O pessoal at� pode vestir a camisa vermelha por baixo do terno ou azul, mas isso n�o pode interferir nas decis�es exaradas pelo seu ju�zo", declarou Marun, para quem o ministro pode ter cometido crime de responsabilidade e falta de decoro, o que motiva o pedido de afastamento.
Marun pretende, no in�cio de abril, voltar � C�mara para apresentar o pedido de impeachment de Barroso durante sess�o do Congresso Nacional. O ministro enfatizou, por�m, que se trata apenas de uma licen�a do cargo do ministro e n�o de uma sa�da definitiva. "Isso n�o � constrangimento, � simplesmente chamar a ten��o e buscar a puni��o. � um juiz, que entendo, que n�o est� agindo em conformidade com seus deveres", afirmou.
O ministro de Temer revelou que vem conversando sobre o assunto com parlamentares e que n�o tem recebido cr�ticas sobre sua posi��o. "Muito pelo contr�rio". De acordo com Marun, os parlamentares est�o at� oferecendo suporte jur�dico para o encaminhamento do pedido.
Marun desconversou ao ser questionado sobre posicionamentos pol�ticos de outros ministros do STF, como Gilmar Mendes. "N�o me recordo do ministro Gilmar Mendes ter, por exemplo, feito um decreto, que � prerrogativa do presidente da Rep�blica. N�o me recordo de uma afronta t�o grave �s prerrogativas do presidente da Rep�blica."
O emedebista disse ainda que vai exercer um direito seu de levar ao Senado o pedido de impeachment de Barroso e que caber� �quela casa decidir se as prefer�ncias pol�ticas do magistrado est�o ou n�o interferindo em suas decis�es.
Aos jornalistas, Marun disse tamb�m que Temer n�o mudou de ideia em oferecer seus extratos banc�rios, tanto que n�o recorreu da decis�o de Barroso. Marun destacou, no entanto, que "no momento devido" o sigilo banc�rio de Temer ser� divulgado.
(Daiene Cardoso)