A decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender at� o dia 4 de abril a poss�vel pris�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva fez com que a estrat�gia do "plano A" voltasse a ganhar for�a no PT. Com Lula fora da cadeia, ao menos por enquanto, os petistas voltaram a acreditar na capacidade de transfer�ncia de votos do ex-presidente ou, em uma hip�tese mais remota, que o l�der m�ximo do partido possa escapar da Lei da Ficha Limpa e disputar a elei��o.
O Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o analisa nesta segunda-feira, 26, o recurso da defesa do ex-presidente contra a decis�o da 8� Turma que confirmou a condena��o do petista a 12 anos e 1 m�s de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, no final de janeiro. Se mantida a decis�o, Lula poder� ser preso caso o STF rejeite o habeas corpus no dia 4 de abril.
A possibilidade de Lula assistir o processo eleitoral de dentro de uma cela fez com que aumentassem as especula��es sobre a escolha de um substituto para o ex-presidente. Os nomes mais cotados s�o o ex-ministro Jaques Wagner e o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad. Depois da decis�o do STF cresceu a percep��o dentro do PT de que Lula n�o ser� preso e, mesmo que seja impedido de se candidatar, ser� o principal cabo eleitoral da elei��o presidencial.
A ideia da legenda � manter a pr�-candidatura de Lula, registrar o nome do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 15 de agosto, e s� indicar outro nome caso o registro seja barrado com base na Lei da Ficha Limpa. "V�o ter que deixar a digital, n�o vai ser o PT quem vai tirar o Lula", disse o ex-ministro da Sa�de Alexandre Padilha, vice-presidente do PT.
O objetivo � potencializar a capacidade de transfer�ncia de votos do ex-presidente. Embora a decis�o do STF de suspender a poss�vel pris�o do petista tenha sido comemorada como uma "vit�ria moment�nea", o partido tem consci�ncia de que dificilmente Lula escapar� da Lei da Ficha Limpa.
Segundo um auxiliar pr�ximo do ex-presidente, "quanto mais o PT mantiver a estrat�gia de dizer que Lula � candidato, mais for�a eleitoral ele vai ter". At� a semana passada, petistas avaliavam que, preso e impossibilitado de fazer campanha, Lula adiantaria a escolha de um sucessor.
O petista recebeu a not�cia sobre a suspens�o da poss�vel pris�o durante caravana pela regi�o Sul. Pessoas que acompanham o p�riplo do ex-presidente apontam ainda outro impacto pol�tico positivo da decis�o do STF. Para eles, desde o julgamento do TRF-4, a pauta sobre a pris�o de Lula se sobrep�s � da candidatura. Agora acontece uma nova invers�o de agendas.
"A decis�o do STF aumenta o nosso entusiasmo, faz crescer a confian�a de que Lula ser� candidato", disse o ex-ministro Miguel Rossetto, pr�-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul.
Petistas se apoiam em pesquisas internas para acreditar que qualquer nome indicado por Lula pode chegar ao segundo turno da elei��o presidencial. Wagner � o preferido do partido, mas a viabilidade de seu nome vai depender do impacto da Opera��o Cart�o Vermelho, da Pol�cia Federal, que o acusa de desviar mais de R$ 80 milh�es para caixa dois eleitoral.
J� Haddad sofre resist�ncia internas do PT devido � forma como se relacionou com o partido durante sua passagem pela prefeitura de S�o Paulo, mas � hoje um dos homens mais pr�ximos de Lula, respons�vel pelo programa de governo do PT.
Em reuni�o com reitores de universidades p�blicas no s�bado, em Florian�polis, Lula fez um gesto a Haddad que foi interpretado por petistas como um sinal. "Eu com o Haddad formamos uma dupla dessas como Messi e Su�rez", disse ele, ao lado do ex-prefeito, em refer�ncia ao ataque do Barcelona.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Ricardo Galhardo, enviado especial a S�o Miguel do Oeste, e Paula Reverbel)