Bras�lia, 31 - Os ministros que deixam o governo at� o dia 7 de abril para disputar as elei��es tentam aproveitar os momentos finais de visibilidade no cargo agendando eventos p�blicos em seus redutos eleitorais ou em Bras�lia, alguns com a presen�a do presidente Michel Temer. De sa�da na reforma ministerial da pr�xima semana, eles usam o palanque oficial para anunciar os �ltimos investimentos de suas pastas e fazer balan�os de gest�o.
Onze ministros intensificaram agendas de rua nas �ltimas semanas ou agendaram eventos de grande porte para marcar a sa�da do minist�rio. O presidente e o ministros negam conota��o eleitoreira nas cerim�nias.
Interessado em tentar disputar a reelei��o em outubro, Temer chegou a dar tom de despedida a algumas cerim�nias. Em tr�s discursos, o presidente escolheu um ministro diferente para dizer que fora sua "melhor escolha", embora considere que tenha "acertado a mosca" em todos os minist�rios.
O presidente planeja intensificar eventos abertos e dar sequ�ncia �s viagens pelo Pa�s. Na quinta-feira, no mesmo dia em que a Pol�cia Federal prendeu tr�s de seus mais pr�ximos aliados, Temer inaugurou o novo terminal do Aeroporto de Vit�ria (ES), com despedida do ministro dos Transportes, Mauricio Quintella Lessa, deputado licenciado pelo PR em Alagoas.
Na semana passada, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Helder Barbalho (Integra��o Nacional), Ricardo Barros, Fernando Coelho Filho e Mendon�a Filho pegaram carona na comitiva de Temer que foi inaugurar uma obra de irriga��o em Xique-Xique (BA) e visitar o polo industrial de Goiana (PE).
Os ministros-candidatos passaram a concentrar compromissos oficias em seus redutos, al�m de refor�ar a destina��o de verbas, desde que Temer anunciou a reforma ministerial, no fim do ano passado. A maioria dos ministros, por�m, relutou em deixar o governo em dezembro e pediu ao presidente para permanecer no cargo at� o in�cio de abril.
Levantamento publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base no portal Transfer�ncias Abertas, mostrou que sete ministros com a inten��o de entrar na corrida eleitoral incrementaram o valor autorizado para projetos e obras nos seus respectivos redutos eleitorais.
Em anos eleitorais, a��es governamentais com mais apelo costumam ser promovidas no primeiro semestre. Isso ocorre por restri��es legais. N�o s�o permitidos, nesse per�odo, gastos com propaganda acima da m�dia dos tr�s anos anteriores.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ficar mais rigoroso na an�lise de casos de suspeitas de propaganda antecipada, segundo a reportagem apurou com integrantes do tribunal. A expectativa � de que a Corte Eleitoral endure�a o entendimento de propaganda antecipada.
M�quina
Para um magistrado ouvido reservadamente pelo jornal O Estado de S. Paulo, a movimenta��o de ministros faz parte do uso leg�timo da m�quina p�blica, que n�o pode parar - o que deve ser vedado, avalia, � o abuso de conduta que visa � extra��o de dividendos eleitorais, o que s� ficaria mais claro quando os pol�ticos oficializarem as candidaturas.
O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP), que avalia se candidatar � reelei��o como deputado por Goi�s, diz que a agenda institucional � desvinculada de objetivos eleitorais. "N�s estamos acelerando essa agenda para promover investimentos, mas nada tem a ver com o calend�rio pol�tico-eleitoral", afirmou o ministro, ap�s lan�ar no Planalto financiamento da ordem de R$ 1,9 bilh�o com recursos do FGTS.
O ministro da Educa��o, Mendon�a Filho (DEM), afirmou que percorreu o Pa�s e n�o s� Pernambuco, Estado pelo qual deve disputar novo mandato parlamentar nas pr�ximas elei��es. "Por que devo excluir Pernambuco? Visitei praticamente todos os Estados em menos de dois anos", disse ele. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Felipe Fraz�o, Carla Ara�jo, Andr� Borges, L�gia Formenti, Igor Gadelha, Lu Aiko Ota)
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Reta final no cargo vira 'palanque' para ministros
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