Cela com TV e banho quente espera por Lula

Curitiba, 07 - Uma cela especial, com TV, 15 metros quadrados de �rea e banho quente, espera pelo ex-presidente Lula na Superintend�ncia da Pol�cia Federal do Paran�, em Curitiba, o ber�o da Opera��o Lava Jato.

Ap�s dois dias entrincheirado no Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, em S�o Bernardo do Campo, ele saiu � p� e se entregou �s 18h40 aos agentes da PF. Passou por exame de corpo de delito no servi�o m�dico da Superintend�ncia de S�o Paulo, no 10� andar. De l�, partiu em helic�ptero do governo estadual ao aeroporto de Congonhas, onde um monomotor da corpora��o o esperava. �s 20h46, o avi�o decolou para a terra da Lava Jato.

Na ordem de pris�o, o juiz federal S�rgio Moro determinou que Lula ficasse em uma cela especial na carceragem da PF em Curitiba.

Na cobertura do pr�dio de quatro andares, no bairro Jardim Santa C�ndida, um c�modo que servia de alojamento para policiais de outras cidades, em miss�o na capital paranaense, foi transformado nos �ltimos dois meses em cela especial para receber o petista.

O Complexo M�dico Penal (CMP), em Pinhais, regi�o metropolitana de Curitiba, que � unidade prisional do governo do Estado, onde est�o a maior parte dos presos provis�rios e alguns dos condenados da Lava Jato, foi descartada desde o in�cio.

Como ex-presidente, Lula tem direito a uma cela especial. Cogitou-se um espa�o no quartel do Ex�rcito, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, mas a hip�tese tamb�m foi desconsiderada por integrantes do grupo. Segundo apurou a

Ag�ncia Estado

a solu��o consensual foi a sede da PF, que reunia as condi��es ideais de seguran�a.

C�rcere

O dormit�rio na superintend�ncia fica isolado da Cust�dia, onde est�o encarcerados os demais presos da Lava Jato e os presos comuns, no segundo andar do pr�dio, uma exig�ncia colocada na mesa. Na Cust�dia, est�o hoje dois de seus ex-companheiros e atuais algozes: o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-diretor da Petrobr�s Renato Duque - ambos colaboradores da Justi�a.

O alojamento usado para federais em passagem por Curitiba tem cerca de 3 metros por 5 metros, banheiro pr�prio, com pia, privada e chuveiro quente, janelas pequenas de vidro, com grades de seguran�a dom�stica. O dormit�rio contava com tr�s beliches, uma mesa pequena e TV, segundo policiais que j� dormiram no local.

O alojamento fica no �ltimo andar do edif�cio, que tem �rea menor do que os demais e est� abaixo do heliponto. O andar � usado pelo N�cleo de Intelig�ncia Policial, que lida com dados sens�veis de investiga��es.

Havia agentes em miss�o no alojamento, no in�cio do ano, quando foram comunicados que teriam que deixar o local. Desde ent�o, as beliches foram removidas, a mesa tamb�m. Sobrou uma cama e o colh�o. As janelas d�o acesso ao terra�o do edif�cio, de onde se chega ao heliponto, mas est�o isoladas.

Rotina

Apesar de a cela preparada para Lula estar fisicamente isolada da carceragem, o tratamento em rela��o aos demais presos, caso ele venha a ser detido na PF, deve ser o mesmo dado aos demais presos da carceragem: caf� com leite e p�o com manteiga pela manh� e quentinhas no almo�o e na janta, com direito a alimentos especiais levados pela fam�lia uma vez por semana, dentro de uma lista pr�-estabelecida pela pol�cia.

Os contatos com os advogados, familiares e horas de banho de sol por dia devem ser os mesmos. Mas isso ser� decidido por Moro, em sua ordem de pris�o, caso seja dada. Ser� ele tamb�m que estipular� se Lula ter� que se apresentar em 48 horas, ap�s a ordem, como fez com o �ltimo preso da Lava Jato que teve execu��o de pena cumprida, o ex-presidente da Engevix Gerson de Mello Almada, ou se optar� por uma outra medida.

A passagem do ex-presidente pela cela preparada na PF de Curitiba tamb�m pode estar limitada aos primeiros dias de c�rcere. Cumprida a ordem do TRF-4 por Moro, abre-se um processo de execu��o penal para Lula e o caso passa para a 12.� Vara Federal de Curitiba, respons�vel pela execu��o penal. Um pedido da defesa do ex-presidente levar� o juiz da �rea a analisar se mant�m o petista no local ou se o transfere para outra cidade, perto de sua resid�ncia.

(Ricardo Brandt, enviado especial)