Pris�o de Lula une PT e Planalto contra 2� inst�ncia

S�o Paulo, 13 - O PT e o Pal�cio do Planalto iniciaram uma aproxima��o para tentar barrar a pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia no Supremo Tribunal Federal. Conversas preliminares ocorreram h� algumas semanas, antes mesmo de a Corte negar o habeas corpus para o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, mas foram intensificadas depois da pris�o do petista, condenado na Opera��o Lava Jato.

Um dos objetivos � pressionar o ministro Alexandre de Moraes, nomeado pelo presidente Michel Temer para o Supremo e que j� se manifestou a favor do in�cio da execu��o penal ap�s a segunda inst�ncia. A investida est� vinculada � incerteza envolvendo o voto da ministra Rosa Weber. A expectativa � se ela manteria, numa nova an�lise do assunto, a posi��o pessoal contra a pris�o ap�s segundo grau.

Nesta quarta-feira, 11, o presidente do PT-SP, Luiz Marinho, pr�-candidato ao governo paulista, e o ex-ministro Gilberto Carvalho - ambos do c�rculo mais pr�ximo a Lula - estiveram com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes para falar sobre o julgamento das a��es que tratam do tema no Supremo.

Um dia antes, Gilmar, que virou o voto e agora � favor�vel � pris�o apenas ap�s o tr�nsito em julgado, almo�ou com Temer. No almo�o, o ministro brincou que ele deveria convidar Moraes para o Minist�rio da Defesa, o que o tiraria da Corte. Na avalia��o de pessoas que estiveram recentemente com Temer, o presidente tem demonstrado arrependimento com a escolha. A cr�tica � que Moraes continua atuando no Supremo como chefe da Pol�cia Federal. Antes de assumir vaga na Corte, ele foi ministro da Justi�a.

Em manifesta��o ao Supremo, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) j� defendeu a execu��o da pena somente depois de esgotados todos os recursos.

Para um interlocutor do ministro, o assunto com os petistas � um s�: “soltar Lula e dialogar”. Marinho confirmou o objetivo. “Queremos que as a��es sejam julgadas.” Apesar das tentativas, pol�ticos dizem que � imposs�vel dissuadir Moraes. Um tucano relatou que tentou falar com ele sobre a situa��o de dois deputados do partido, mas n�o conseguiu nem iniciar a frase.

Procurado nesta quinta-feira, 12, Moraes justificou a audi�ncia com os petistas alegando que suas agendas “s�o todas p�blicas”. “Se a gente recebe (no gabinete) quem entrou com a a��o, para mim n�o tem problema nenhum receber o outro lado. Eles tamb�m t�m o direito”, disse. Questionado se se sente pressionado, ironizou: “Demais, demais. Fico assim, eu acho que vou at� mudar o voto agora...”

Carvalho esteve no Planalto antes do julgamento do HC. Segundo assessores de Temer, o petista disse ter ido visitar uma amiga, mas acabou se encontrando com o presidente. O teor da conversa n�o foi revelado.

O ex-assessor de Temer Sandro Mabel tamb�m foi chamado a colaborar na busca de um acordo. Um pol�tico que participa das conversa disse que h� um temor no mundo pol�tico do “efeito Orloff” (propaganda que tinha o slogan “eu sou voc� amanh�”) ap�s a pris�o de Lula.

'Livre escolha'

Assessores palacianos afirmaram que Temer fez um aceno ao PT em nota divulgada em 29 de mar�o, quando seus amigos e ex-assessores Jos� Yunes e coronel Jo�o Baptista Lima Filho foram presos. “No Brasil do s�culo XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha. Reinterpreta-se a Constitui��o, as leis e os decretos ao sabor do momento. V�-se crimes em atos de absoluto respeito �s leis e total obedi�ncia aos princ�pios democr�ticos”, diz a nota.

Dias antes, o pr�prio Lula havia feito um afago em Temer ao elogiar a postura do presidente durante a crise provocada pelos �udios do empres�rio Joesley Batista, do Grupo J&F. “Sejamos francos: o que tentaram fazer com Temer... A sordidez da mentira inventada, a troco de conseguir mais um mandato para (Rodrigo) Janot e de levar o atual presidente da C�mara a ser presidente da Rep�blica foi uma coisa s�rdida. E ali sou obrigado a reconhecer historicamente que o Temer soube se impor”, disse Lula em entrevista para o livro A verdade vencer�, lan�ado uma semana antes da pris�o dos amigos de Temer.

Em outra frente, emiss�rios petistas tentam convencer parlamentares a se posicionar contra a pris�o em segunda inst�ncia (mais informa��es nesta p�gina). Um dos articuladores � o deputado Vicente C�ndido (PT-SP), mas alguns oposicionistas ao PT t�m ajudado sob o argumento de que, ap�s a pris�o de Lula, a Lava Jato deve se voltar contra outras siglas para evitar a pecha de que atua de forma seletiva. As informa��es s�o do jornal