S�o Paulo, 16 - Pressionado a apresentar melhores resultados nas pesquisas de inten��o de voto e se firmar como o candidato do centro � Presid�ncia da Rep�blica, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) viveu momentos de susto e al�vio em sua primeira semana longe do Pal�cio dos Bandeirantes. Se, por um lado, ele ficou fora das investiga��es da Opera��o Lava Jato no Estado, o tucano viu novamente seu desempenho eleitoral ser colocado em xeque.
No �mbito jur�dico, Alckmin temia que o r�tulo de "investigado pela Lava Jato" contaminasse sua campanha, e por isso comemorou o envio do inqu�rito para apurar recebimento de caixa 2 � Justi�a Eleitoral. A avalia��o interna agora � que a decis�o d� ao tucano uma narrativa segura para se defender e n�o cair na vala comum da corrup��o que aflige outros pol�ticos.
"N�o ser� danoso para n�s (a apura��o do caso pelo TSE). Danoso � ficar sem julgar e ele sempre ser citado como envolvido na Lava Jato. No meio de tudo isso que est� acontecendo, Alckmin tem todas as condi��es de responder sobre esse caso na campanha", afirma o deputado federal Silvio Torres, membro da executiva nacional do PSDB e principal aliado de Alckmin no Congresso.
Em pesquisa divulgada neste domingo, 15, pelo Datafolha, o ex-governador aparece, no melhor dos nove cen�rios avaliados, com 8% das inten��es de voto, atr�s de seus principais advers�rios. Ele v� Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) herdarem votos do ex-presidente Luiz In�cio da Lula da Silva (condenado e preso na Lava Jato) e o crescimento da prefer�ncia pelo nome de Joaquim Barbosa - o ex-ministro do STF se filiou ao PSB para concorrer ao Planalto.
O Datafolha mostrou ainda que, nesta largada da campanha ao Pal�cio do Planalto, o tucano deixa o governo com aprova��o de 36% do eleitorado paulista, �ndice inferior aos 55% de Jos� Serra em 2010 e aos 66% de popularidade que o pr�prio Alckmin registrou em 2006. Em nota, o tucano diz que neste momento "candidaturas seguras se misturam a meras possibilidades".
Palanque duplo
A situa��o em S�o Paulo, ali�s, � outra fonte de preocupa��o para Alckmin. A insist�ncia do ex-prefeito Jo�o Doria em se lan�ar candidato ao governo mesmo sem a chancela de Alckmin, que sempre defendeu palanque �nico e chegou a sinalizar apoio a seu vice, o atual governador M�rcio Fran�a (PSB), divide ainda mais o partido e levanta desconfian�as sobre a real inten��o do ex-prefeito de renunciar ao cargo com apenas 15 meses de mandato � frente da Prefeitura.
Aliados de Alckmin avaliam que Doria n�o desistiu de disputar a Presid�ncia e que o resultado das pr�ximas pesquisas podem detonar um movimento de press�o por parte dele. A isso se soma a possibilidade cada vez mais real de Barbosa se candidatar e passar a ocupar o palanque eletr�nico de Fran�a - este sim classificado como aliado leal.
No xadrez eleitoral de Alckmin, h� ainda outras pe�as a tirar da frente, talvez a principal delas seja estancar o crescimento do presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) em S�o Paulo. Em campanha desde o ano passado, o parlamentar tem feito uma esp�cie de dobradinha com Doria, ao menos no discurso antipetista, posi��o que Alckmin resiste em assumir.
Sombra
A sombra da Lava Jato, por�m, ainda ronda sua pr�-campanha. A for�a tarefa de S�o Paulo pode pedir o compartilhamento das informa��es colhidas na esfera eleitoral e instaurar de forma independente um inqu�rito criminal contra Alckmin. Para piorar, nesta ter�a-feira, 17, o senador A�cio Neves pode se tornar r�u por corrup��o no Supremo Tribunal Federal (STF) e, na pr�xima semana, a Justi�a de Minas pode prender o ex-presidente tucano Eduardo Azeredo que, assim como Lula, � condenado em segunda inst�ncia.
Ambos os julgamentos preocupam o entorno de Alckmin, j� aconselhado a "rifar" A�cio com declara��es cr�ticas e uma obstru��o formal � sua pretens�o de concorrer ao Senado. O grupo do senador mineiro j� teria comunicado ao partido que ele desistiu de participar das elei��es, o que ao menos reduziria o impacto na campanha nacional e tamb�m na disputa no Estado, onde seu afilhado, Antonio Anastasia, se disp�s a tentar um novo mandato no governo.
"Esses dois fatos (A�cio e Azeredo) contaminam o cen�rio mineiro, � claro, mas Anastasia tem posi��o s�lida, � s�rio e vai saber formar uma candidatura vencedora e ainda ajudar Alckmin", diz o deputado federal Marcus Pestana, para quem a "instabilidade � geral" na pol�tica hoje.
Oficialmente alheio � m� fase, Alckmin tem se dedicado a formar uma coliga��o que garanta posi��o confort�vel at� a data de registro das candidaturas, em 15 de agosto. A lista inclui PSD, PPS e PTB, por exemplo. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Pedro Venceslau e Adriana Ferraz)