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Estado de Minas

PSB v� Barbosa alinhado � diretriz econ�mica da sigla

Na reuni�o do partido, o ex-ministro do STF frustrou correligion�rios mais animados ao n�o assumir a pr�-candidatura


postado em 20/04/2018 07:36 / atualizado em 20/04/2018 09:17

S�o Paulo, 20 - O PSB considera que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa est� alinhado �s diretrizes do partido para a economia. Barbosa, que poder� disputar a Presid�ncia pela legenda, costuma se definir como um social-democrata, adepto da responsabilidade fiscal, mas defensor de um Estado indutor do desenvolvimento social. A um interlocutor, o ex-ministro do STF afirmou que sua hist�ria de vida, marcada pela supera��o da pobreza, n�o lhe permite abra�ar um projeto ultraliberal ou defender o "capitalismo selvagem".

No encontro com a c�pula e os principais l�deres do partido, nesta quinta-feira, 19, em Bras�lia, Barbosa recebeu a c�pia de um documento da Funda��o Jo�o Mangabeira - bra�o te�rico do PSB - com os princ�pios que devem nortear o eventual futuro programa de governo da legenda (mais informa��es nesta p�gina).

O nome de Barbosa ganhou for�a como candidato � Presid�ncia ap�s a mais recente pesquisa Datafolha, na qual alcan�a entre 8 e 10 pontos porcentuais de inten��o de voto.

Na reuni�o do PSB, o ex-ministro do STF frustrou correligion�rios mais animados ao n�o assumir a pr�-candidatura. "H� dificuldades dos dois lados. O partido tem sua hist�ria e eu tenho minhas dificuldades do lado pessoal. N�o convenci a mim mesmo que devo ser candidato."

Ele, por�m, n�o escondeu a satisfa��o com o desempenho na pesquisa. "Olha, para quem n�o frequenta ambientes p�blicos, �rg�os p�blicos, n�o d� entrevista, leva uma vida pacata, est� muito bom, n�?"

Resist�ncias internas ao nome de Barbosa, concentradas nos governadores M�rcio Fran�a (S�o Paulo) e Ricardo Coutinho (Para�ba), s�o consideradas pontuais pela dire��o da sigla.

Converg�ncia

A avalia��o � de que a candidatura depende do ex-ministro. No longo processo de negocia��o que culminou com a sua filia��o, h� cerca de duas semanas, Barbosa ouviu e defendeu teses alinhadas com o pensamento majorit�rio do PSB, conforme dirigentes socialistas.

Nas conversas com deputados e dirigentes, Barbosa defendeu programas de transfer�ncia de renda, amplia��o do acesso �s universidades, manuten��o do Bolsa Fam�lia e admitiu um projeto de privatiza��o que n�o chegue a setores estrat�gicos.

"A posi��o que o Joaquim nos colocou sobre privatiza��o � a mesma que a nossa: n�o tem que ficar com o setor de portos, aeroportos e estradas", disse o l�der do PSB na C�mara, J�lio Delgado (MG). Neste caso, estatais como Petrobr�s e Eletrobr�s ficariam fora do programa.

Outro tema tratado nas conversas reservadas entre o ex-ministro do STF e o PSB foi a reforma da Previd�ncia. Quando integrava o Supremo, Barbosa votou pela constitucionalidade da cobran�a de contribui��o previdenci�ria de servidores aposentados, no primeiro mandato de Luiz In�cio Lula da Silva.

Mais recentemente, ele j� se manifestou a favor de uma reforma do sistema de aposentadorias, mas contra o projeto do governo de Michel Temer.

"Joaquim nos disse que essa proposta apresentada n�o rompeu com privil�gio nenhum. Faz com que os pobres coitados pendurados no teto do INSS tenham que pagar pela reforma", disse Delgado. Segundo ele, Barbosa defende uma reforma "escalonada, n�o de uma vez", que respeite "o direito adquirido".

Barbosa n�o indicou aos interlocutores um economista de refer�ncia ou uma escola ou corrente de prefer�ncia. O PSB n�o tem hoje um nome majorit�rio. O �ltimo foi Luciano Coutinho, que se afastou da legenda ap�s ingressar nos governos petistas.

Segundo o secret�rio-geral da legenda e presidente da Funda��o Jo�o Mangabeira, Renato Casagrande, a inten��o � que o ex-ministro se re�na com diversos economistas nos pr�ximos meses. Ele poder� se encontrar com Arm�nio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.

No in�cio de mar�o, o 14.º congresso nacional do PSB marcou um "reencontro" do partido com a sua origem de centro-esquerda. No documento Projeto Brasil - entregue nesta quinta a Barbosa e aprovado no congresso -, o partido defende propostas como uma "pol�tica fiscal contrac�clica" e aumento dos tributos sobre patrim�nio e renda.

"N�o � ainda o programa de governo, mas � um projeto de longo prazo e a vis�o pol�tica e econ�mica do PSB", disse Casagrande.

Falta de traquejo

Considerado um outsider na elei��o, Joaquim Barbosa n�o disfar�ou a falta de traquejo pol�tico ao participar da primeira reuni�o com a c�pula do PSB, em Bras�lia. Fora da vida p�blica desde 2014, mostrou-se surpreso com a quantidade de militantes e rep�rteres.

O estranhamento de Barbosa come�ou logo ao chegar � sede do PSB, onde era esperado por integrantes da ala afro do partido com cartazes, bandeiras e p�talas de rosa. Ao ser abordado pela secret�ria nacional da corrente Negritude Socialista, Valneide Nascimento dos Santos, o ex-ministro do Supremo desviou o caminho e repetiu, apressado: "Estou atrasado".

Na reuni�o, precisou ser apresentado ao governador da Para�ba, Ricardo Coutinho. Na sala onde estava a c�pula do PSB, Barbosa questionou o presidente da sigla, Carlos Siqueira, por que havia tantos profissionais da imprensa no local. Aos novos colegas de partido, demonstrou vontade de ser candidato, mas n�o escondeu suas d�vidas. Disse que � o "arrimo" da fam�lia, contou que a m�e est� doente e que n�o poderia embarcar em aventura.

Ap�s encerrar breve coletiva, Barbosa foi seguido por jornalistas e demonstrou impaci�ncia quando a reportagem do jornal

O Estado de S. Paulo

insistiu se a demora em assumir a candidatura n�o o prejudicaria. "Who cares?", respondeu em ingl�s.

Na sa�da, Valneide o esperava. Ao avist�-la, Joaquim Barbosa resmungou: "Sei que ela � candidata e est� querendo aparecer na foto". Ele aguardou a militante se afastar para seguir seu caminho. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Pedro Venceslau, Julia Lindner, Isadora Peron, Irany Tereza e Eduardo Kattah)


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