Interessado na “carona eleitoral” garantida pelas chapas proporcionais, o deputado federal Mauro Lopes (MDB-MG) � um dos parlamentares que mais t�m defendido que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) concorra para a C�mara dos Deputados. Dilma tem potencial para se tornar a deputada federal mais votada do Brasil. Se com o seus votos Dilma carregar�, por um lado muitos colegas do PT; por outro, como a sua legenda deve se coligar em Minas com o MDB, o PCdoB e o PR, tamb�m estar� ajudando a levar a bancada emedebista mineira que em 17 de abril de 2016 n�o s� votou pela abertura do seu processo de impeachment, mas tamb�m articulou a deposi��o da ent�o presidente eleita.
No caso espec�fico de Mauro Lopes, a trai��o foi ainda mais dif�cil de ser digerida: ele havia sido nomeado ministro da Secretaria Nacional de Avia��o Civil e deixou o cargo tr�s dias antes da vota��o, para cerrar fileiras com o governo, com o compromisso de retornar na semana seguinte. S� que Lopes trocou de lado e acertou com Michel Temer votar pelo prosseguimento do impeachment, embora por ele tra�do mais tarde, j� que n�o ganhou minist�rio em seu governo.
Desde que Dilma Rousseff transferiu o domic�lio eleitoral para Minas, uma avenida de possibilidades pol�ticas se abriu para o PT em Minas, mas tamb�m, de atritos dentro da coliga��o PT e MDB. A come�ar pelo presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB), filho de Mauro e aliado do governador Fernando Pimentel, que tinha expectativa de ser o principal candidato da chapa ao Senado.
Embora alguns bombeiros estejam trabalhando pela aproxima��o de ambos, a reconcilia��o ainda n�o ocorreu. Petistas defendem que, na hip�tese de Dilma concorrer para deputada federal, deixando a vaga ao Senado para Adalclever, que a legenda n�o se coligue com o MDB para a C�mara dos Deputados.
Nesta segunda-feira, a Executiva Estadual do MDB vai se reunir para discutir a pr�via anunciada pelo presidente, Ant�nio Andrade. para 1º de maio, quando, em este, ser� escolhido o candidato da legenda ao governo de Minas. Tanto Andrade quanto Adalclever j� se declararam prov�veis candidatos. S� que o primeiro, pr�ximo aos tucanos de Minas, tende a trabalhar pela aproxima��o do partido com a chapa de Antonio Anastasia (PSDB) – caso concorra – ou de Rodrigo Pacheco (DEM).
J� Adalclever gostaria mesmo � de ser candidato ao Senado numa coliga��o com o PT, mas sem concorr�ncia pela primeira vaga. Assim como os deputados estaduais e federais, est� interessado no sucesso eleitoral. Para eles, a pol�tica � a arte de digerir sem est�mago.