Bras�lia - O presidente Michel Temer fez na manh� desta sexta-feira, 27, uma en�rgica defesa pessoal das acusa��es de que tem sido alvo na investiga��o sobre um suposto recebimento de propina para a assinatura de decreto para o setor portu�rio. "S� um irrespons�vel mal-intencionado teria a inten��o de colocar a minha fam�lia e meu filho de 9 anos como lavadores de dinheiro", disse Temer, num trecho do pronunciamento, de 15 minutos, transmitido pela TV oficial do governo, a NBR.
Temer n�o criticou jornais nem jornalistas. Preferiu voltar suas baterias para os respons�veis pela investiga��o policial. "Vejo uma coisa curiosa, quando a minha defesa pede acesso aos autos do inqu�rito, a resposta � sempre que as dilig�ncias est�o sendo feitas e que � sigiloso. Como � que a imprensa consegue essas informa��es? Eu duvido que a imprensa v� de madrugada, sorrateiramente, ter acesso a esses dados. Algu�m vaza esses dados e a imprensa legitimamente acaba por divulg�-los. � uma persegui��o criminosa disfar�ada de investiga��o, o que passou a ser comum desde o primeiro momento", disse.
De acordo com a reportagem, Marcela Temer e o filho Michel seriam donos de alguns dos im�veis supostamente usados para esconder patrim�nio obtido ilegalmente. O inqu�rito da PF investiga se o presidente recebeu, por interm�dio de seu amigo, o coronel Jo�o Baptista de Lima Filho, pelo menos R$ 2 milh�es de propina em 2014.
Temer abriu o pronunciamento dizendo querer protestar "contra mentiras lan�adas" � sua honra. E salientou que passar� a responder diretamente a esse tipo de acusa��o.
"N�o se trata de mentiras contra minha posi��o funcional, � contra minha honra. Mentiras que atingem minha fam�lia e meu filho de 9 anos de idade. Eu trabalho h� quase 60 anos, advogado, professor, procurador, presidente da C�mara, vice e agora presidente. S�o quase 60 anos de sal�rios, honor�rios recebidos absolutamente dentro da lei e devidamente declarados nas v�rias declara��es de Imposto de Renda. N�o tenho casa de praia, no campo, e nem apartamento em Miami. Aqui obede�o o teto da minha aposentadoria e ganho um complemento que chega a R$ 2 mil. E s�. Qualquer contador, professor de matem�tica, consegue ver que, ao longo do tempo, consegui recursos para comprar e reformas im�veis."
Durante a fala, convocada de �ltima hora no Sal�o Leste do Pal�cio do Planalto, minutos antes da cerim�nia de recep��o ao presidente do Chile, Sebasti�n Pi�era, Temer n�o disfar�ou a irrita��o. Por v�rias vezes, deu pequenos socos no p�lpito de onde fazia o pronunciamento. "Em que mundo estamos? � incr�vel, � revoltante, � um disparate!", reclamou.
Repetindo o que j� havia declarado quando surgiram as den�ncias de envolvimento em irregularidades no caso dos portos, Michel Temer reiterou que n�o ir� renunciar. "Se pensam ilusoriamente que v�o me derrubar, n�o ir�o conseguir. O ataque � de natureza moral. Se pensam que atacar�o minha honra e ficar�o impunes, n�o ficar�o sem resposta. Vou sugerir a (Raul) Jungmann (ministro da Seguran�a P�blica) que apure como se d�o vazamentos irrespons�veis."
Por fim, Temer reiterou que mant�m firme a estrat�gia de defender o seu legado na Presid�ncia - que disse n�o saber quando ir� deixar. "Sei me defender, especialmente defender a minha fam�lia e meus filhos. N�o posso sair da Presid�ncia, n�o sei quando, para carregar essa pecha que tentam me imputar a todo momento."