Curitiba, 01 - Apontado como uma das alternativas do PT para a disputa da Presid�ncia da Rep�blica, o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner admitiu nesta ter�a-feira, 1�, que o partido pode aceitar ser vice de Ciro Gomes (PDT) e defendeu a inclus�o de Joaquim Barbosa (PSB) no di�logo com os demais partidos de esquerda.
Wagner, no entanto, ressaltou que � favor�vel � estrat�gia petista de manter o nome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso em Curitiba, at� a �ltima inst�ncia. Ele desautorizou a inclus�o de seu nome entre os prov�veis planos B do PT enquanto a candidatura do ex-presidente estiver colocada e admitiu quer a pris�o de Lula dificulta a aceita��o de outras alternativas pela c�pula petista. "N�o coloco meu nome em hip�tese alguma � disposi��o neste momento", disse.
Ao chegar ao ato de 1� de Maio organizado pelas seis centrais sindicais na tarde desta ter�a-feira, em Curitiba, Wagner foi indagado por jornalistas sobre a possibilidade de o PT aceitar ser vice de Ciro e respondeu: "Pode. Sempre defendi que, ap�s 16 anos, estava na hora de ceder a preced�ncia. Sempre achei isso. N�o conhe�o na democracia ningu�m que fica 30 anos. Em geral fica 12, 16, 20 anos. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou � vontade neste territ�rio".
Wagner defendeu as articula��es feitas pelo ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad, que tamb�m � citado como alternativa do PT a Lula, e j� se reuniu duas vezes com Ciro neste ano. "O Haddad teve uma conversa sobre a economia brasileira e acharam que era sobre pol�tica eleitoral no estrito senso. Esse � o caminho. Eu continuo na minha posi��o. O PT vai sustentar a candidatura do Lula at� que algu�m diga que ele est� interditado definitivamente. Ningu�m tra�a uma estrat�gia j� pensando em plano B", afirmou.
Nessa linha, Wagner disse que o PT deve estar aberto para conversar com todas as for�as do campo progressista, inclusive Barbosa, algoz de l�deres petistas como Jos� Dirceu e Jos� Geno�no no julgamento do mensal�o. "Acho que tem que conversar com todo mundo. N�o s� pensando na quest�o eleitoral mas pensando em como retomar um processo de crescimento sustent�vel com distribui��o de renda no Brasil. Ent�o acho que conversar com Ciro, Manuela (D'Avila, do PC do B) e Joaquim (PSB), faz parte da pol�tica."
Indagado especificamente sobre Barbosa, Wagner disse que se trata de um outsider e que suas ideias e propostas ainda n�o est�o claras. "O Ciro eu sei mais ou menos o pensamento, a Manuela eu sei mais ou menos o pensamento, o Joaquim est� come�ando a apresentar o seu pensamento. De todos que falei, Joaquim � o mais outsider. Nunca foi uma pessoa dedicada propriamente � pol�tica", afirmou o ex-ministro.
Ele admitiu que a pris�o de Lula dificulta o avan�o do di�logo com as outras for�as de esquerda j� que coloca o PT em uma posi��o defensiva. "O problema � que a pris�o do Lula nos coloca numa posi��o de resist�ncia. N�o posso dizer hoje que estou abrindo para qualquer um. � dizer o que? 'Lula, tchau e b�n��o?' A situa��o � complicada", afirmou.
(Ricardo Galhardo, enviado especial)