Bras�lia, 03 - Em manifesta��o encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de um inqu�rito que investiga o senador Valdir Raupp (MDB-RO) no �mbito da Opera��o Lava Jato. O processo apura suspeitas de intermedia��o em neg�cios da Construtora Bras�lia Gua�ba com a Petrobras em troca de vantagem indevida.
A suposta atua��o de Raupp para favorecer a Construtora Bras�lia Gua�ba em contrata��es da Petrobras foi apontada na dela��o premiada de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador de propinas.
O inqu�rito tamb�m foi instaurado com base nas dela��es premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Costa afirmou que pagava propinas a representantes do MDB, entre eles Valdir Raupp, em troca de sua perman�ncia no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.
Youssef tamb�m destacou que Raupp teve "ativa participa��o" na manuten��o de Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras e, em troca de apoio, passou a receber uma parcela das "comiss�es" relativas a contratos da estatal. Fernando Baiano seria respons�vel por intermediar os pagamentos.
Em sua manifesta��o, Raquel Dodge destaca que, a partir da quebra de sigilo telef�nico envolvendo os investigados, chegou-se � conclus�o de que n�o houve contatos telef�nicos diretos entre o grupo de Valdir Raupp (composto pelo senador e seus assessores) com s�cios da Construtora Bras�lia Gua�ba.
Al�m disso, a Petrobas informou n�o haver registro de contrata��o da construtora com a estatal.
A procuradora-geral da Rep�blica ressaltou ainda que a Construtora Bras�lia Gua�ba n�o realizou doa��es em favor do senador ou em favor do diret�rio regional do MDB em Rond�nia ou do diret�rio nacional do partido.
"Embora esteja provado que Valdir Raupp agiu para que a Bras�lia Gua�ba tivesse acesso � Petrobras e pudesse apresentar seu projeto, n�o restou provado qualquer promessa ou efetivo pagamento de vantagem indevida em troca desta interfer�ncia", afirmou Raquel Dodge.
"Nesse contexto, n�o se verificam elementos suficientes que possam fundamentar a continuidade do inqu�rito e, por mais forte raz�o, a propositura de uma a��o penal", concluiu a procuradora-geral da Rep�blica, em manifesta��o assinada no dia 27 de abril.
Procurado pela reportagem, o gabinete de Valdir Raupp n�o havia se manifestado at� a publica��o deste texto.
(Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo)