Apoio a Alckmin, Ciro ou Marina racharia o PSB, diz Beto Albuquerque

S�o Paulo e Bras�lia, 08 - Vice na chapa encabe�ada por Marina Silva em 2014 e atual vice-presidente de Rela��es Governamentais do PSB, o ex-deputado Beto Albuquerque enxerga o risco de um racha profundo na legenda, caso o projeto de uma candidatura pr�pria ao Pal�cio do Planalto seja de fato abandonado. Reconhecendo que o partido foi surpreendido pela desist�ncia do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa de concorrer, Albuquerque ressaltou que o apoio a qualquer um dos nomes hoje colocados para a corrida presidencial seria prejudicial para o conjunto do partido.

"Seja Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva ou qualquer nome hoje colocado, o PSB ganharia de um lado e perderia do outro. Precisamos de uma solu��o que n�o atrapalhe nossos 10 candidatos nos Estados", disse Albuquerque. "Infelizmente, n�o temos outro Joaquim Barbosa na manga, n�o temos outro Eduardo Campos. Mas � essencial que encontremos uma maneira de manter uma candidatura pr�pria", destacou ao Broadcast Pol�tico (servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado), mencionando o ex-governador de Pernambuco morto em 2014, em um acidente de avi�o.

A disputa interna do PSB passa em especial pelo alinhamento de diret�rios regionais ao governador de S�o Paulo e candidato � reelei��o, M�rcio Fran�a, e ao comando do partido em Pernambuco, do governador Paulo C�mara.

O PSB tamb�m contava com a candidatura pr�pria como forma de assegurar um desempenho positivo nas disputas para a C�mara e para o Senado. Sobre permitir que os diret�rios regionais da legenda caminhem livremente com outras candidaturas, o ex-parlamentar emendou: "Liberar as bases para fazer o que quiserem seria uma decis�o analfabeta politicamente."

"Eu lamento ele (Joaquim Barbosa) n�o ser candidato. A gente perde um peda�o de um futuro mais promissor, mais �tico para o Pa�s. Mas que bom que decidiu antes. A gente perde um candidat�ssimo, mas por outro lado n�o entre numa elei��o com algu�m em d�vida", afirmou Albuquerque, relembrando o cen�rio da disputa presidencial de 2014. "Nem o Eduardo, nem a Marina e eu unificamos o partido. Qualquer outro candidato n�o vai unificar, as realidades regionais s�o muito diferentes", continuou.

Candidatura

Beto Albuquerque reafirmou que ser� candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Ele chegou a colocar seu nome como pr�-candidato a presidente no in�cio do ano, antes das conversas do partido com Barbosa se intensificarem. Nesta ter�a, o socialista refor�ou que n�o se colocar� novamente � disposi��o do partido para a tarefa. "Eu j� fiz meu sacrif�cio em 2014. Sou candidato ao Senado e n�o abrirei m�o. Mas � essencial que algum colega se coloque. Qualquer nome bem preparado tem condi��es de cumprir esse papel." Uma sa�da, disse, seria um nome do PSB de Pernambuco se apresentar para a disputa, para que a legenda possa capitalizar o legado de Eduardo Campos e Miguel Arraes no Estado.

Motivos

De acordo com Albuquerque, Joaquim Barbosa chegou a comentar com correligion�rios, enquanto ensaiava a candidatura, sobre algumas das raz�es pessoais que poderiam faz�-lo abandonar a corrida presidencial. Na lista, o sustento financeiro de alguns de seus familiares e a sa�de de sua m�e. "Ele tem fam�lia grande, tem gastos, tem empresa de advocacia que ajuda a complementar a renda", disse o ex-deputado. "A vida pessoal dele pesava muito. Ele tinha um modo de vida mais calmo, a m�e doente... Ele � meio arrimo de fam�lia, ele falou que cuida de muita gente."

Albuquerque negou que Barbosa tenha se queixado de problemas de sa�de. Na mensagem p�blica em que anunciou sua desist�ncia, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal afirmou, sem detalhar, que a decis�o foi "estritamente pessoal".

(Felipe Fraz�o e Clarissa Oliveira, especial para a AE)