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Estado de Minas

Repasses da Odebrecht para amigo e aliados de Temer sa�ram de aeroportos, diz PF


postado em 08/05/2018 14:12

S�o Paulo, 08 - Laudo produzido pelos peritos da Lava Jato de Curitiba mostra que as entregas de dinheiro da Odebrecht para o amigo do presidente Michel Temer, o advogado Jos� Yunes, e aos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco, est�o atreladas no sistema do departamento de propina da empreiteira a contratos de concess�es de aeroportos.

O documento corrobora com a hip�tese criminal apurada pela Pol�cia Federal em inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF) em que Temer, Padilha e Moreira Franco s�o investigados por corrup��o e lavagem de dinheiro. Solicitado pelo delegado do caso, o laudo j� foi anexado ao inqu�rito, mas � mantido em sigilo.

O inqu�rito investiga os repasses de propinas revelados por delatores da Odebrecht para campanhas eleitorais do MDB em troca de favorecimento � empresa em contratos com �rg�os p�blicos, entre eles, a Secret�ria de Avia��o Civil da Presid�ncia da Rep�blica. Padilha e Moreira Franco comandaram a Secretaria, entre 2013 e 2015, no governo Dilma Rousseff (PT).

Os peritos Ricardo Andres Hurtado e Rodrigo Lange apresentaram no laudo todas as planilhas, e-mails e documentos relacionados aos codinomes Primo, Tabule, Angor� e Kibe encontrados nos sistema Drousys e Mywebday, ambos utilizados pelo departamento de propina da empreiteira baiana.

O primeiro documento relacionado a aeroportos encontrado foi uma planilha com a "programa��o semana por cidade 11 a 15/08/2014" em que o codinome Angor� est� atrelado ao valor R$ 1,5 milh�o proveniente da OTP - Odebrecht Transport. Angor� era o codinome utilizado para designar Moreira Franco, mas segundo o ex-diretor de Rela��es Institucionais da empreiteira tamb�m foi usado para entregas ao ministro Eliseu Padilha.

Em um e-mail de 19/08/2014, a rela��o de valores destinado ao codinome relacionado a Moreira Franco e o tema aeroportos fica ainda mais expl�cito. O diretor da OTP Paulo Quaresma escreve a Ubiraci Santos, funcion�rio do departamento de propina pedindo que ele programe o pagamento: "Aeroportos/Angora/R$3.000.000/Pra�a: S�o Paulo".

O delator Benedicto J�nior, o BJ, explicou aos investigadores a necessidade de alocar "as despesas" com os repasses a Moreira Franco e por isso decidiu por faz�-lo na OTP porque ela tinha o "Aeroporto do Gale�o como ativo." BJ disse que autorizou os pagamentos "em raz�o de ser Moreira Franco uma pessoa muito pr�xima do n�cleo duro do governo federal, sendo um dos mais fortes representantes do PMDB ligado a Michel Temer."

Segundo o delator, os repasses ao atual ministro de Minas e Energia "seriam uma contrapartida por todo o empenho do ministro Moreira Franco nos temas relacionados a concess�o do Aeroporto do Gale�o." Em 2013, quando o emedebista comandava a Avia��o Civil, o cons�rcio liderado pela OTP e a Changi Airports International conquistou a concess�o para amplia��o, manuten��o e explora��o do Gale�o.

Os peritos tamb�m encontraram uma planilha anexa a um e-mail de 1� de setembro de 2014. O documento lista a sa�da de R$ 1 milh�o da OTP para o codinome Angor�. Na �ltima coluna da planilha consta uma observa��o sobre a entrega: "Entregar na rua Capit�o Francisco, 90 - Jd Europa. Procurar Sr Jos� Yunes ou Sra Cida".

Em depoimento no mesmo inqu�rito, o PM Abel Queiroz, da transportadora de valores respons�vel pela entrega, confirmou ter efetuado ao menos duas entregas, entre 2013 e 2014, no local onde fica o escrit�rio de advocacia do amigo e ex-assessor de Temer.

Segundo os delatores da Odebrecht, o chefe da Casa Civil recebeu valores tanto sob o codinome Angor� como Primo. Em um arquivo anexo a um e-mail de 17 de mar�o de 2014, os peritos encontraram o registro da entrega de R$ 1 milh�o no endere�o onde fica localizado o escrit�rio de advocacia de Eliseu Padilha em Porto Alegre. O documento atrela o valor a OTP e a "Aeroportos".

Defesas

Brian Alves Prado, advogado de Temer, emitiu nota sobre a quest�o. "A defesa do Presidente da Rep�blica reitera as respostas j� h� muito tempo dadas sobre esse mesmo enredo, ou seja, nega qualquer envolvimento do Presidente Michel Temer com os fatos em apura��o".

"Jos� Yunes � advogado com mais de 50 anos de atividade profissional e jamais foi intermedi�rio de qualquer pessoa", disse sua defesa. "N�o conhece e nunca teve contato com Abel de Queiroz. A defesa n�o teve acesso a esse eventual depoimento, mas refuta de maneira taxativa qualquer ila��o feita a respeito de Jos� Yunes.

O advogado Ant�nio Pitombo, que defende Moreira Franco "reitera que n�o h� qualquer v�nculo entre o seu cliente e os fatos sob apura��o nesta investiga��o".

A Odebrecht tamb�m se manifestou: Disse que "est� colaborando com a Justi�a no Brasil e nos pa�ses em que atua. Assinou Acordo de Leni�ncia com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Su��a, Rep�blica Dominicana, Equador, Panam� e Guatemala. Implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes. E adotou modelo de gest�o que valoriza n�o s� a produtividade e a efici�ncia, mas tamb�m a �tica, a integridade e a transpar�ncia."

O espa�o est� aberto para outras manifesta��es das defesas dos citados nesta reportagem.

(Fabio Serapi�o e Fausto Macedo)


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