S�o Paulo, 08 - A desist�ncia do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa da corrida presidencial deste ano torna o cen�rio eleitoral um pouco mais previs�vel, uma vez que � pouco prov�vel que novos nomes com potencial de encarnar o "novo" na pol�tica surjam at� julho. A avalia��o � do cientista pol�tico da Funda��o Getulio Vargas (FGV) Claudio Couto, em entrevista ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado.
"Sempre pode aparecer um novo S�lvio Santos, algu�m que j� esteja filiado a algum partido, mas n�o vejo hoje nome mais ou menos �bvio para esse papel. O �nico nome que sobrava al�m do (apresentador de TV Luciano) Huck era o de Barbosa", disse o professor, lembrando que o dono do SBT chegou a cogitar, brevemente, se lan�ar candidato nas elei��es de 1989. "Sem Barbosa, a elei��o agora tende a caminhar num sentido mais tradicional", emendou.
Para Couto, Barbosa era um fator de incerteza no cen�rio eleitoral, por v�rias raz�es. E cita desde o fato de ele n�o ser um pol�tico profissional at� d�vidas sobre a sua pr�pria conduta ou prefer�ncias pol�ticas, que o agora ex-presidenci�vel n�o esclareceu no curto per�odo em que sua candidatura foi aventada. Barbosa se filiou ao PSB no final do per�odo de filia��o partid�ria, em abril, e chegou a ter 10% das inten��es de voto, segundo a �ltima pesquisa do Instituto Datafolha.
Ganhadores
Para o cientista pol�tico, todas as candidaturas postas no momento ganham, de certa forma, com a sa�da de Barbosa do pleito de outubro, uma vez que ele tinha grande potencial de crescimento e atra�a eleitores dos dois lados do espectro pol�tico. No entanto, as mais favorecidas, teoricamente, seriam as do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que dividia com o jurista o posto de candidatura "antissistema", e tamb�m nomes da centro-esquerda, ao qual Barbosa � mais identificado, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).
"Quem deve estar esfregando as m�os agora � o Ciro. � positiva a retirada do Barbosa porque o PSB fica sem nenhum candidato competitivo nesse momento. Acho o mais natural, dado o posicionamento dos dois partidos", disse Couto.
Da mesma forma, as candidaturas de centro-direita s�o as que menos se beneficiam desse novo fato. "O (governador de S�o Paulo, Marcio) Fran�a tamb�m poderia aproveitar a situa��o e tentar puxar o partido para a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), mas acho que isso esbarra na orienta��o do PSB", notou.
(Marcelo Osakabe)