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Estado de Minas

Governo Temer completa dois anos com muitas pol�micas e promessas a cumprir

Presidente obteve rejei��o recorde e enfrentou den�ncias, mas conseguiu atingir parte das metas tra�adas para a economia, segundo analistas


postado em 13/05/2018 06:00 / atualizado em 13/05/2018 08:20

(foto: EVARISTO SA/AFP)
(foto: EVARISTO SA/AFP)

O presidente Michel Temer completou ontem seu segundo ano de governo com melhora em setores da economia, mas ainda longe da promessa de plena retomada do crescimento. Com uma gest�o marcada por sucessivas pol�micas, den�ncias e uma rejei��o recorde – segundo o Datafolha, somente 6% aprovam seu governo e 70% o consideram ruim ou p�ssimo –, Temer, segundo analistas, conseguiu ao menos se equilibrar nesses �ltimos 24 meses. A avalia��o � de que a gest�o ser� “burocr�tica” at� o fim do mandato, sem a perspectiva de aprova��o de reformas estruturais como a da Previd�ncia.

Temer usou o Twitter ontem para comemorar a data e exaltar as conquistas obtidas no per�odo. “H� dois anos, assumi o governo do Brasil com uma dura miss�o: retirar o pa�s da sua mais grave recess�o, estancar o desemprego, recuperar a responsabilidade fiscal e manter os programas sociais. De fato, tudo isso foi feito”, disse em uma dos posts. “As mudan�as precisam continuar. Os defensores da crise perderam. O Brasil aprendeu a crescer com consist�ncia”, afirmou.

Nesses dois anos, por�m, o presidente enfrentou uma s�rie de pol�micas causadas por den�ncias, dela��es, pris�es de assessores mais pr�ximos e investiga��es da Pol�cia Federal. No ano passado, foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) por crimes de corrup��o passiva, organiza��o criminosa e obstru��o de Justi�a.

As den�ncias, baseadas nas dela��es da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dram�tico no governo. Segundo o Minist�rio P�blico, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu aval ao pagamento de dinheiro para a compra do sil�ncio do ex-deputado Eduardo Cunha. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.

Nos dois casos, a maioria dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusa��es contra Temer s� poder�o ser analisadas ap�s ele deixar o Planalto. Hoje, o presidente � alvo de dois inqu�ritos que tramitam no STF: passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edi��o do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Avia��o Civil. Ele nega todas as acusa��es.

Al�m disso, o presidente assiste seus principais conselheiros, como os ministros Moreira Franco (Minas e Energia) e Eliseu Padilha (Casa Civil), ambos do MDB, serem formalmente denunciados pelo Minist�rio P�blico ao STF. Viu tamb�m serem presas pessoas muito pr�ximas, como Rodrigo Rocha Loures e Jos� Yunes, ambos seus assessores especiais; o amigo Jo�o Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM; e Geddel Vieira Lima, ex-ministro.

OUTROS TROPE�OS Nos dois anos, Temer enfrentou idas e vindas. Muitas vezes foi obrigado a recuar de decis�es ap�s press�o popular e cr�ticas at� mesmo entre a base aliada no Congresso e no Judici�rio. Entre esses trope�os est� a demiss�o do ent�o diretor-geral da Pol�cia Federal Fernando Seg�via, que causou estranheza ao dar entender, em entrevista, que o inqu�rito sobre o decreto dos portos poderia ser arquivado.

Tamb�m a nomea��o de Cristiane Brasil, filha do delator do mensal�o Roberto Jefferson, no Minist�rio do Trabalho, foi motivo de dor de cabe�a. Criticada por contrariar o princ�pio da moralidade, determinado pela Constitui��o, por causa de condena��es que Cristiane sofreu na Justi�a Trabalhista, a posse nunca ocorreu. O decreto que liberava minera��o em reserva na Amaz�nia provocou rea��o de ambientalistas e Temer sofreu press�o p�blica at� mesmo da modelo Giselle B�ndchen. O indulto de Natal, que reduziu tempo para perd�o da pena, foi interpretado como um benef�cio aos condenados por corrup��o e acabou modificado pelo ministro do STF Lu�s Roberto Barroso.

PROMESSAS Conforme levantamento feito pela reportagem em parceria com a Tend�ncias Consultoria, com base no documento do MDB Uma Ponte para o Futuro, com as diretrizes para a nova gest�o, e no primeiro discurso de Temer como presidente, das 15 promessas feitas, metade foi cumprida. O foco das metas atingidas est� na �rea na �rea econ�mica, como a redu��o da infla��o e da taxa de juros. O desemprego, por�m, est� em patamar acima do que o presidente encontrou naquele 12 de maio de 2016.

Das promessas de reformas estruturais, apenas a trabalhista foi aprovada. As den�ncias de corrup��o deixaram a base de Temer fr�gil para a aprova��o de leis impopulares em um ano eleitoral. Para o cientista pol�tico do Insper Carlos Melo, a gest�o Temer “vai andar de lado”. “Ser� uma gest�o burocr�tica, com a equipe econ�mica fazendo o que d� e est� ao alcance.”

As acusa��es envolvendo n�o apenas o presidente como seus aliados mais pr�ximos teriam sido decisivas, segundo Melo. Temer anunciou um minist�rio de “not�veis”. Nesses dois anos, por�m, a Opera��o Lava-Jato atingiu em cheio o “n�cleo duro” do governo e ex-ministros foram presos ou simplesmente ca�ram. A C�mara barrou a autoriza��o para o julgamento de duas acusa��es formais contra o presidente.

Claudio Couto, professor de Gest�o e Pol�ticas P�blicas da FGV-SP, acredita que o governo n�o deve conseguir aprovar mais nada at� o fim do ano. “As dificuldades t�m a ver com a pr�pria fraqueza do governo, s�o mais consequ�ncia que causa. As den�ncias tornaram Temer um l�der t�xico do qual ningu�m quer se aproximar.”

J� o professor de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia Ricardo Wahrendorff Caldas v� com menor impacto as den�ncias contra Temer, as quais avaliou como “mal formuladas, de forma corrida” e que n�o teriam afetado tanto sua imagem.

O governo, segundo Caldas, cumpriu promessas de controle da infla��o, aprova��o da lei da terceiriza��o e a reforma trabalhista. “As d�vidas foram a n�o aprova��o da reforma da Previd�ncia e o combate ao desemprego. Achavam que postos de trabalho seriam criados naturalmente e n�o foi bem assim.”

A assessoria de imprensa do Pal�cio do Planalto afirmou que a atual gest�o persistir� na aprova��o de projetos essenciais para o pa�s, citando o projeto do Cadastro Positivo, aprovado pelo Congresso na semana passada. Temer disse � reportagem que est� “disposto a fazer um acordo” com o presidente eleito para tentar aprovar a reforma da Previd�ncia ainda neste ano, antes do fim de seu mandato.

 

 


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