Partidos aguardam alian�as ao governo do RS para fechar os candidatos ao Senado

Porto Alegre, 04 - O cen�rio ainda incerto em torno da forma��o das chapas para o governo do Rio Grande do Sul reflete-se na indefini��o dos nomes que v�o concorrer �s duas cadeiras para o Senado pelo Estado. Por enquanto, somente est�o confirmados pelos seus respectivos partidos os dois atuais senadores ga�chos Paulo Paim (PT) e Ana Am�lia (PR), que tentar�o a reelei��o.

Outros partidos lan�aram cinco nomes para o Senado, mas ainda sem bater o martelo - as duas vagas t�m sido usadas como moeda de troca para formar alian�as na disputa pelo governo do Estado.

O MDB, do governador Jos� Ivo Sartori, indica que Germano Rigotto, ex-governador do Estado, poder� ser o nome da sigla para o Senado. Segundo o presidente estadual do partido, o deputado federal Alceu Moreira, Rigotto possui apoio de grande parte dos prefeitos e vereadores do MDB ga�cho e � o "candidato natural". O quadro, entretanto, est� indefinido, segundo Moreira, para n�o atrapalhar as negocia��es com outros partidos para forma��o da chapa de Sartori, que poder� concorrer � reelei��o.

Uma dessas "portas abertas" � com o PSB. O partido e o MDB s�o aliados na administra��o Sartori. De acordo com Moreira, a segunda vaga ao Senado na chapa do MDB estaria destinada a um pessebista. "Em princ�pio, se o PSB confirma a parceria conosco, ser� o Beto Albuquerque", afirmou. Um entrave, contudo, � que outro pessebista, o ex-prefeito de Porto Alegre Jos� Fortunati, tamb�m quer disputar uma vaga no Senado. Ele trocou o PDT pelo PSB este ano justamente com este objetivo.

O partido ainda n�o definiu qual ser� o apoio para uma eventual candidatura � reelei��o de Sartori nem se ter� mesmo dois candidatos aos Senado. A reuni�o que estabeleceria os caminhos da sigla para as elei��es ocorreria em 27 de maio, mas foi cancelada devido � greve dos caminhoneiros.

"As candidaturas de Albuquerque e Fortunati dependem muito do partido, de qual coliga��o vai ser feita", afirmou o cientista pol�tico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Aragon Dasso J�nior. Segundo o analista, ainda h� correntes no PSB que defendem lan�ar candidatura pr�pria ao Piratini, em vez de fechar alian�a com um outro partido, para garantir dois candidatos da legenda ao Senado.

Dos principais partidos que possuem candidatos ao Piratini, o PSDB e o PDT ainda indicaram oficialmente nomes para o Senado e est�o trabalhando em alian�as para compor a chapa. O presidente estadual do PDT, o deputado federal Pompeo de Mattos, afirmou que a vaga ao Senado est� colocada na mesa como elemento de troca. "Est� dispon�vel para negocia��o. Podemos ter candidato, bem como compor com outros partidos", disse.

Para a constitui��o da chapa de Jairo Jorge ao governo ga�cho, o PDT aguarda as alian�as serem feitas para a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto. "Temos esperan�a com PSB por causa de um acordo nacional que pode acontecer", afirmou Pompeo de Mattos. J� o PSDB afirmou que ainda n�o tem nada definido com rela��o ao Senado.

"Temos tr�s candidaturas claras (Ana Am�lia, Paim e Rigotto) e as duas do PSB. Mas, no momento, n�o consigo enxergar elementos novos", analisou Dasso J�nior. As novidades, segundo o cientista pol�tico, podem surgir do presidente do Gr�mio, Romildo Bolzan J�nior (PDT), e do vice-governador do Estado, Jos� Paulo Cairoli (PSD), que j� tiveram suas candidaturas ao Senado ventiladas.

Nenhum movimento concreto, por�m, ocorreu at� o agora. Cairoli dever� compor novamente a chapa de Sartori para o governo do Estado. "N�o vejo motivo para mudar o vice-governador", afirmou Alceu Moreira.

Com rela��o a Bolzan, a candidatura passa por uma escolha pessoal. Segundo Pompeo de Mattos, Romildo estaria focado em trabalhar pelo Gr�mio e reiterou que n�o quer se candidatar. O presidente do PDT, contudo, deixou as portas abertas, dizendo que Bolzan "n�o est� ineleg�vel", caso queira concorrer.

(Filipe Strazzer, especial para a AE)