Bras�lia, 07 - A procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, respondeu a um pedido do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e esclareceu quem deve ser investigado em novo inqu�rito que apura suposto esquema de pagamentos milion�rios do Grupo J&F a parlamentares do MDB.
Raquel pediu que sejam investigados no inqu�rito os senadores emedebistas Jader Barbalho (PA), Eun�cio de Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO), Eduardo Braga (AM), Dario Berger (SC), o ex-ministro da Integra��o Nacional Helder Barbalho, o ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Vital do R�go, ent�o senador � �poca dos supostos pagamentos, e o ex-ministro Guido Mantega.
Al�m disso, a procuradora pede que se determine "expressamente" o desmembramento em rela��o ao ex-deputado e ex-ministro Henrique Eduardo Alves. Em 17 de maio, ap�s abrir o inqu�rito, Fachin deu tr�s dias para a PGR esclarecer quem deveria "efetivamente figurar como investigado" no inqu�rito. Segundo o ministro, a PGR n�o individualizou o rol de investigados.
As suspeitas que levaram � abertura de um novo inqu�rito foram levantadas nas dela��es premiadas do executivo Ricardo Saud e do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado.
Em sua dela��o, Saud disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milh�es a senadores do MDB, a pedido do PT. Segundo o executivo, apesar de diversas doa��es terem sido oficiais, tratava-se na verdade de "vantagem indevida", j� que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de emedebistas para as elei��es de 2014 visando garantir a alian�a entre os dois partidos.
Machado, por sua vez, declarou ouvir em reuni�es ocorridas na casa de Renan "que o grupo JBS iria fazer doa��es ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milh�es".
Segundo Raquel, quanto a Mantega, apesar de n�o ter a prerrogativa de foro, n�o � poss�vel desmembrar seu caso das investiga��es que correm no STF "porque o colaborador aponta que ele teria autorizado o repasse da vantagem indevida a todos os demais investigados".
A procuradora tamb�m aponta que a conduta de Helder Barbalho seria "intrinsecamente" ligada �s de Jader, porque o senador teria pedido o pagamento de vantagem indevida em favor de seu filho, que foi ministro. "Assim, n�o � poss�vel, ao menos por ora, o desmembramento do feito".
J� sobre o ex-deputado Henrique Alves, a PGR esclarece que as investiga��es podem tramitar separadamente. "Inclusive j� se compartilhou c�pia dos Termos de Depoimento com o Minist�rio P�blico Federal no Rio Grande do Norte", diz a procuradora.
A PGR se manifestou por n�o integrar ao rol de investigados os senadores do MDB Romero Juc� (RR), Edison Lob�o (MA) e Roberto Requi�o (PR). "Apesar de citados por S�rgio Machado, estes n�o integraram os dados de corrobora��o fornecidos por Ricardo Saud, os quais foram utilizados como base para iniciar as apura��es, raz�o pela qual n�o devem, neste momento, integrar o rol de investigados", explica Raquel.
(Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo)