Bras�lia e S�o Paulo, 19 - "A senadora, expoente de seu partido pol�tico, locupletou-se dolosamente de todo um esquema de ilegalidades praticados na Petrobras e, tamb�m por isso, deixou de cumprir com seu dever de fiscaliza��o", afirmou a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, em memorial ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que refor�a pedido para que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, seja condenada na Lava Jato.
Al�m da senadora, Raquel pede a condena��o do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da petista, e o empres�rio Ernesto Kugler. Eles foram denunciados por corrup��o ativa e lavagem de dinheiro. O documento foi encaminhado ao Supremo nesta segunda-feira, 18.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai iniciar nesta ter�a-feira, 19, o julgamento da petista. O caso de Gleisi marcar� o segundo julgamento de uma a��o penal da Lava Jato na Segunda Turma do STF. O colegiado � composto pelos ministros Edson Fachin (relator da Lava Jato), Celso de Mello (revisor da Lava Jato na turma), Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
No m�s passado, a 2� Turma condenou por unanimidade o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), que se tornou o primeiro parlamentar condenado pela Corte no �mbito da Lava Jato.
A den�ncia narra suposto desvio de R$ 1 milh�o oriundos de contratos com prestadoras de servi�os da Petrobras, que foram usados na campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. Segundo investiga��es do Minist�rio P�blico Federal (MPF), corroboradas por depoimentos dos colaboradores Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, quatro repasses no valor de R$ 250 mil foram feitos em 2010 destinados � campanha da parlamentar.
A pedido de Paulo Bernardo, as entregas teriam sido operacionalizadas pelo advogado Ant�nio Pieruccini, ligado a Youssef, que viajou de carro de S�o Paulo a Curitiba, onde se encontrou com Ernesto Kugler e entregou o dinheiro.
Uma agenda apreendida pela Pol�cia Federal, pertencente a Paulo Roberto Costa, revelou o registro cont�bil da vantagem indevida com a indica��o 1,0 PB. "A anota��o '1,0 PB' significa o repasse de R$ 1 milh�o a Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffman", afirmou em depoimento o doleiro Alberto Youssef.
No documento enviado ao STF, Raquel Dodge afirma que Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo cometeram ato de of�cio para fins de corrup��o. No caso de Bernardo, o crime consistiu em conceder permanentemente apoio pol�tico para viabilizar a indica��o e a manuten��o de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
J� em rela��o � senadora, o ato de of�cio foi na modalidade omissiva, pois ela tinha o dever de fiscalizar os atos praticados por �rg�os da administra��o p�blica.
(Rafael Moraes Moura, Amanda Pupo e Luiz Vassallo)