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Estado de Minas

Amea�a de alta absten��o muda estrat�gias de marqueteiros pol�ticos

Desinteresse do eleitor, a depender do candidato na disputa, pode atrapalhar ou facilitar a chegada ao 2� turno


26/06/2018 08:38

(foto: Elza Fi�za/Ag�ncia Brasil )

O alto n�mero de absten��es nas elei��es de segundo turno para eleger o novo governador do Tocantins, no �ltimo fim de semana, confirmou aquilo que j� se sabia: o desencanto do eleitor brasileiro. O desafio, a partir de agora, para pol�ticos pr�-candidatos �s elei��es de 2018 � criar estrat�gias espec�ficas para esse p�blico. Em alguns casos, a depender do candidato, o n�mero de desist�ncias pode ser positivo. Em outros grupos, a popula��o n�o sair se casa, pode ter um efeito devastador.

O EM conversou com especialistas sobre como os votos n�o v�lidos podem interferir na corrida eleitoral. A t�tica � uma novidade, por mais que o hist�rico das �ltimas elei��es mostre um aumento na descren�a dos eleitores. Pesquisas apontam que o desencanto pode chegar a 40%. Isso acaba com o mito de que esse resultado poderia invalidar uma campanha inteira. Isso � uma not�cia falsa que se espalhou nos �ltimos anos, mas que n�o condiz com a realidade, j� que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conta apenas os votos v�lidos nas elei��es.

Mas isso n�o significa que tal conta n�o interfira na disputa, por exemplo, � presid�ncia da Rep�blica. Pesquisas recentes mostram que sem o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva nas elei��es o n�mero de eleitores que n�o votam aumenta. Pr�-candidatos que buscam os votos de Lula, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (REDE), Manuela D´avila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSol) t�m a tarefa de convencer o eleitor a sair de casa para votar neles.
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Na mesma equa��o, um candidato como Jair Bolsonaro (PSL) pode sair favorecido, pois a chance do voto de Lula ir para o ex-militar � m�nima. Assim, � melhor para Bolsonaro que esse p�blico n�o vote. “Todos os candidatos que s�o oposi��o a quem poderia receber os votos consolidados (de Lula, caso ele n�o dispute a elei��o) v�o se beneficiar com a eventual aus�ncia (do petista) ou com os bot�es de nulo e branco”, disse a especialista em direito eleitoral e professora da Faculdade de Direito do IDP-S�o Paulo Marilda Silveira.

Ainda para a especialista, a absten��o de votos sempre foi elevada no Brasil, mas o que aconteceu de 2013, no auge nas manifesta��es, at� 2018, � que esse n�mero cresceu significativamente nas elei��es. Para conseguir conquistar os votos dos eleitores que querem se abster, � necess�rio rever a estrat�gia eleitoral. “Ela deve mudar para convencer as pessoas, porque acaba que todos os candidatos podem sofrer consequ�ncias. As elei��es do Tocantins foram bem significativas nesse sentido”, afirmou Marilda.

As pesquisas recentes indicam que o n�mero de absten��es deve crescer ainda mais este ano, em rela��o �s �ltimas elei��es gerais, em 2014. O �ltimo Datafolha indica que um em cada quatro brasileiros j� admite que votar� nulo ou em branco (23%). Em janeiro, o �ndice era de apenas 8%. Outra pesquisa que tamb�m indicou um resultado parecido foi a feita pela Confedera��o Nacional do Transporte (CNT), em maio deste ano, que indicava 20,4% de eleitores que admitiam votar nulo ou em branco. Nessa pesquisa, esse era o segundo �ndice mais alto, perdendo apenas para os indecisos, com 39,7%. Nos cen�rios simulados, que estimulam o voto, os nulos e absten��es chegam a 30,5% no primeiro turno. Questionados sobre um poss�vel segundo turno, h� casos em que esse n�mero pode chegar a mais da metade dos eleitores, com 52,8%.

Para o professor Daniel Falc�o, ainda h� muito para ocorrer at� as elei��es de outubro deste ano, e ainda � poss�vel isolar um aumento nas absten��es, nulos e brancos. “Est� muito cedo para isso. A propaganda eleitoral s� come�a dia 16 de agosto, ent�o ainda � cedo. N�o acho que v� haver um aumento dos votos n�o v�lidos. Claro em que elei��es proporcionais isso realmente pode acontecer, mas n�o vejo como isso pode acontecer para as presidenciais”, comentou o professor. “Mas, se uma pesquisa no final de agosto, come�o de setembro, apontar isso, podemos ficar preocupados. Por enquanto, acho cedo. As pessoas est�o revoltadas com os pol�ticos, e isso � natural devido aos �ltimos acontecimentos”, avaliou.

O consultor de comunica��o, marketing digital e gest�o de crise, Marcelo Vitorino, acredita que n�o h� uma “f�rmula m�gica” para superar esse problema, j� que o eleitor est� desacreditado. Apesar de Vitorino considerar que o caso de Tocantins seja diferente, j� que houve uma ruptura de um mandato por causa da Justi�a, � poss�vel que haja um grande volume tamb�m de absten��es nas elei��es de outubro, mas isso n�o deve ser t�o diferente de 2014. “Nas elei��es passadas, ficamos perto dos 30% de votos n�o-v�lidos. Este ano, podemos ter algo parecido. Pode chegar at� 38%”, afirmou. Isso acontece porque, para ele, este ano h� um leque maior de escolhas. “J� aconteceu outras vezes, por exemplo, no caso da Marina Silva. Pessoas que n�o queriam o Serra nem a Dilma, votavam nela. Depois, foi o mesmo com o A�cio. Voc� n�o tinha op��o, e hoje voc� tem”, avaliou.

Sem motiva��o

A elei��o que elegeu Mauro Carlesse teve 75% dos votos v�lidos, ou seja, 368,5 mil votos. Mas, de acordo com os dados divulgados, houve grande absten��o por parte dos eleitores. Com mais de 1 milh�o no estado, apenas 663,2 mil foram �s urnas. Os votos em branco somaram 17,2 mil (2,59%), e os nulos 155,6 mil (23,4%). No entanto, a soma dos percentuais de pessoas que n�o foram votar, assim como aquelas que anularam o voto, ultrapassou mais da metade do eleitorado, com 58,3% do total. As elei��es foram convocadas no estado, ap�s o governador eleito em 2014, Marcelo Miranda, ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por arrecada��o il�cita de recursos durante o per�odo de campanha.


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