Josu� Gomes � cobi�ado por petistas e tucanos

No primeiro round da batalha entre tucanos e petistas pelo passe do empres�rio mineiro Josu� Alencar (PR), filho do ex-vice-presidente da Rep�blica Jos� Alencar Gomes da Silva, o resultado n�o foi bom para o PSDB. O ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica, n�o ouviu o que gostaria no primeiro encontro que manteve ontem com Josu�, indicado pelo centr�o – grupo formado pelo DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade no jogo da sucess�o presidencial – para ser vice na chapa da disputa ao Planalto.

Ao contr�rio do que esperava o tucano, Josu� foi reticente, disse que possivelmente acrescentaria pouco � campanha j� que, em Minas, Alckmin tem o apoio do senador e pr�-candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB). Por fim, o empres�rio, sem fechar a porta, disse que iria refletir e consultar a fam�lia, deixando, contudo, Alckmin � vontade para convidar outra pessoa para compor a chapa.

Hoje, � a vez do governador Fernando Pimentel (PT), pr�-candidato � reelei��o, se reunir com Josu� para convid�-lo para compor a sua chapa ao governo de Minas. Pimentel tamb�m ir� lhe apresentar a possibilidade de concorrer ao Senado Federal.

Num contexto de rejei��o � pol�tica, Josu� surge como o parceiro ideal. Al�m de injetar “sangue novo” nas chapas tradicionais, ele tem potencial eleitoral demonstrado quando, nas elei��es de 2014, concorreu pela primeira vez ao Senado, conquistando a expressiva vota��o de pouco mais de 3 milh�es e 600 mil votos.

At� abril filiado ao MDB, � v�spera do prazo final para que candidatos mudassem de legendas, Josu� migrou para o PR, ao mesmo tempo em que a ex-presidente Dilma Rousseff transferiu o seu domic�lio eleitoral do Rio Grande do Sul para Minas Gerais. Os dois movimentos foram articulados pelo ex-presidente Lula, pr�-candidato do PT ao Planalto, que, embora preso, continua liderando as pesquisas de inten��o de voto e apresenta potencial para, como eventual cabo eleitoral, empurrar um candidato ao segundo turno da disputa.

Lula imaginou que com Josu� fora do MDB – legenda comprometida com a pr�-candidatura de Henrique Meirelles ao Planalto – abriria mais possibilidades de articula��o ao PT. Quando Josu� se filiou ao PR, a dire��o nacional da legenda sinalizou que dificilmente caminharia com o PT no plano nacional. Mas em Minas Gerais a possibilidade ficou em aberto. Embora integre o centr�o, que aderiu a Alckmin, nos estados o PR liberou as bancadas e diret�rios para buscarem o caminho que abra maior chance de elei��o de bancadas federais fortes.

Como o seu pai, Jos� Alencar, Josu� tem grande proximidade com Lula: nutre afei��o e mant�m lealdade ao ex-presidente da Rep�blica. Sempre cort�s, como o seu pai, Josu� at� agora mant�m di�logo com todos, sem recusas abruptas. Ele estava em viagem ao exterior quando recebeu na semana passada a informa��o de que havia sido indicado pelas siglas do centr�o para ser vice na chapa de Alckmin. Em nota � imprensa, Josu� n�o disse sim, mas tampouco disse n�o. “De minha parte, creio firmemente que uma coliga��o deva estar baseada em programas e ideias que projetem os rumos a serem seguidos pelo Brasil. Recebi com responsabilidade essa poss�vel indica��o. Agrade�o a confian�a que as lideran�as depositam em meu nome. No meu retorno, procurarei inteirar-me dos encaminhamentos feitos pelos partidos, para que possa tomar uma decis�o”, informou a nota. Hoje, Josu� se sentar� com Fernando Pimentel. Entre aliados do petista em Minas, h� quem aposte que ele aceitar� concorrer ao Senado.