Bolsonaro evita se comprometer com recria��o do SNI

Rio - O candidato do PSL � Presid�ncia, Jair Bolsonaro, ouviu nesta segunda-feira, 23, proposta de criar um sistema de intelig�ncia "nos moldes" do Servi�o Nacional de Informa��es (SNI), �rg�o do regime militar extinto em 1990, em encontro com militares da ativa e da reserva no Clube de Aeron�utica, no centro do Rio.

Em entrevista ap�s o debate com os militares, Bolsonaro foi questionado se n�o tinha "jogado para a plateia" ao concordar com a ideia de recriar o SNI. O candidato ao Planalto n�o ratificou nem rejeitou a proposta. Limitou-se a dizer que o Pa�s "precisa" de um servi�o mais "eficiente" de intelig�ncia para prevenir problemas para o governo. Durante a ditadura, o SNI foi usado para coletar dados de advers�rios pol�ticos.

Autor da ideia, o tenente-brigadeiro da reserva Carlos de Almeida Baptista afirmou que um novo SNI evitaria casos de corrup��o. "Eu concordo 100%", disse Bolsonaro, ap�s o oficial propor que ele evitasse militares nos minist�rios. "Como disse o Baptista, temos um governo sem um servi�o de informa��es."

Criado pelo general Golbery do Couto e Silva, em junho de 1964, o SNI manteve uma rede de ag�ncias e departamentos nos �rg�os federais e nos Estados e bra�os nas reparti��es p�blicas e empresas estatais. Atualmente, a �rea de intelig�ncia do governo � concentrada na Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), subordinada ao Gabinete de Seguran�a Institucional, comandado pelo general S�rgio Etchegoyen. Na greve dos caminhoneiros, em maio, Bolsonaro chegou a fazer cr�ticas � Abin por n�o avisar com anteced�ncia o Planalto sobre a gravidade da situa��o nas estradas.

Na entrevista, Bolsonaro chegou a brincar com a dificuldade de formar alian�as e conseguir um vice de outro partido. Na semana passada, ele teve a recusa do PR, do senador Magno Malta (ES), e do PRP e do PRTB, siglas �s quais est�o filiados os generais da reserva Augusto Heleno Ribeiro e Hamilton Mour�o, que chegaram a ser cotados como vices. Tamb�m comentou a indecis�o da advogada e professora da USP Janaina Paschoal de aceitar o convite para ocupar o posto. "A bola est� mais com ela do que comigo", disse.

� reportagem, Janaina reafirmou nesta segunda-feira que "precisa de mais tempo" para a decis�o. A advogada disse que discorda da frase do empres�rio Josu� Gomes, cotado para compor a chapa do tucano Geraldo Alckmin ao Planalto, de que um vice "n�o manda nada". "Definitivamente, n�o concordo com Josu� de Alencar quando diz que vice n�o manda nada e ajuda quando n�o atrapalha", disse.