Siglas do Centr�o e PSDB s�o rivais em 12 Estados

Bras�lia - O Centr�o, grupo que re�ne PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade, oficializou nesta quinta-feira, 26, o apoio � pr�-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) � Presid�ncia, encerrando uma negocia��o que durou meses. A alian�a, com dez legendas no total, dar� ao tucano cerca de 4 minutos e 40 segundos em cada bloco no hor�rio eleitoral - o que representa cerca de 38% dos 12 minutos e 30 segundos de propaganda presidencial em cada bloco -, mas ainda deixou pendente a escolha de um vice na chapa ap�s a recusa do empres�rio Josu� Gomes da Silva.

Alckmin ter�, por�m, de administrar conflitos em ao menos 12 Estados onde partidos do bloco rivalizam com o PSDB ou com siglas que j� apoiavam o pr�-candidato tucano (PSD, PTB, PPS e PV) em campanhas regionais, segundo levantamento do Estad�o/Broadcast. Estagnado com 7% nas inten��es de voto, o pr�-candidato ter� de conciliar palanques importantes para alavancar sua campanha, como o caso de Minas, segundo maior col�gio eleitoral do Pa�s. Em sete Estados, os tucanos s�o advers�rios diretos de pr�-candidatos do DEM, por exemplo.

Em Minas, onde os tucanos lan�aram o senador Antonio Anastasia ao governo, o DEM insiste em manter a candidatura do deputado Rodrigo Pacheco. Ainda nesta quinta, deputados do Centr�o procuraram a campanha tucana para pedir interfer�ncia na disputa entre os dois. Segundo um dos parlamentares do bloco, por influ�ncia do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Pacheco se recusa a abrir m�o da candidatura, o que tem atrasado a forma��o da chapa.

A situa��o teria complicado depois que Anastasia escolheu o deputado Marcos Montes (PSD-MG) como vice. Parlamentares temem n�o se reeleger por causa do racha.

Questionado sobre como resolveria esse tipo de entrave, Alckmin contemporizou. "Cada um tem sua singularidade, onde puder juntar todo mundo, estamos fazendo um esfor�o."

Terceiro maior col�gio eleitoral, o Rio tamb�m tem um imbr�glio entre os partidos. No Estado, dois aliados devem ter candidatos pr�prios ao governo: o DEM, com Eduardo Paes, que oficializou a candidatura na quinta, e o PSD, que deve lan�ar Indio da Costa. Nesse caso, os tucanos estudam ficar ao lado de Paes, mas com o consentimento do ministro Gilberto Kassab, dirigente do PSD, que n�o teria exigido apoio obrigat�rio ao nome do partido.

'Concilia��o'

No ato em Bras�lia, que selou o apoio do Centr�o, Alckmin se posicionou no meio da mesa na qual estavam dirigentes de cada um dos partidos - todos eles citados em dela��o de executivos da Odebrecht ou alvos de investiga��o, incluindo o tucano. Comandante do PR, Valdemar Costa Neto n�o participou do ato; ele foi representado pelo deputado Milton Monti (PR-SP).

Pregando "concilia��o" contra o "extremismo e o populismo", Alckmin disse que o bloco foi para sua campanha por "convic��o". "Seria f�cil vir para minha pr�-candidatura se eu estivesse em primeiro lugar."

No mesmo tom, o presidente do DEM, ACM Neto (BA), afirmou que as legendas tiveram que abrir m�o de "interesses pessoais" para fazer a alian�a.

ACM Neto tamb�m admitiu que o bloco teve "d�vidas", em refer�ncia indireta �s negocia��es com o candidato Ciro Gomes (PDT), mas emendou dizendo que pesou o "cora��o". "Todos os partidos tinham pr�-candidatos e fomos capazes de deixar de lado as quest�es internas para promover uma alian�a encarada por muitos com ceticismo e desconfian�a."

Na cerim�nia, ACM Neto leu uma carta do presidente da C�mara abrindo m�o de sua candidatura ao Pal�cio do Planalto. Maia, que est� fora do Pa�s para n�o ficar ineleg�vel com a viagem de Michel Temer (MDB), j� havia dito internamente que n�o concorreria � sucess�o do presidente para ser candidato � reelei��o. Faz parte do acordo com o Centr�o o apoio � recondu��o do deputado para o comando da Casa em 2019.