O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, disse nesta quinta-feira, 9, que "n�o enxerga" a dobradinha do capit�o-deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) com o general da reserva Hamilton Mour�o, filiado ao PRTB, na corrida ao Planalto, como "uma chapa de militares". Depois de ressaltar que viu "com naturalidade" a escolha do nome de Mour�o, o ministro emendou: "enxergo (uma chapa) de pessoas preparadas ou pelo menos intencionadas a participar do pleito e a sociedade vai dar a resposta e se ela escolher, � porque ela entendeu que � uma boa chapa, se ela n�o escolher � porque n�o correspondeu aos anseios da sociedade".
O general Silva e Luna afirmou que n�o existe discuss�o sobre quest�o de hierarquia, na forma��o de chapa para as elei��es, j� que Bolsonaro, candidato ao Planalto, � capit�o, e Mour�o, general quatro-estrelas, �ltimo posto da hierarquia militar porque os dois s�o militares da reserva. "N�o vi nenhuma estranheza nisso. A �nica coisa que n�o est� pesando a� � a �rea militar. Nem se est� vendo a figura do general, est� se vendo o vice-presidente, nem est� se vendo o capit�o. Est� se vendo o presidente da Rep�blica. N�o h� quest�o de hierarquia nisso".
Questionado sobre se Mour�o era um bom nome para a vaga de vice-presidente ao lado de Bolsonaro, o ministro da Defesa disse que n�o teve oportunidade de fazer esta avalia��o porque estava em viagem a Israel e acabara de desembarcar, mas que imaginava que Bolsonaro tenha feito, acrescentando que n�o via a chapa como sendo formada por militares.
No in�cio da semana, o general Mour�o foi alvo de severas cr�ticas de diversos segmentos da sociedade, ao ter declarado, em palestra na C�mara de Ind�stria e Com�rcio de Caxias do Sul (RS), que o Brasil herdou a "indol�ncia" dos ind�genas e a "malandragem" dos africanos. Depois, justificou que a declara��o foi feita quando ele se manifestava sobre a heran�a cultural do Pa�s, sem distin��o de cor ou ra�a.
No meio militar, o general Mour�o � muito respeitado, tem lideran�a mas, de acordo com oficiais-generais ouvidos pela reportagem, ainda precisa aprender a lidar com a pol�tica. Por isso mesmo, foi orientado pelos colegas e evitar palestras que costuma fazer pelo Pa�s, assim como falar de temas pol�micos.
A fala de Silva e Luna foi feita ap�s a cerim�nia de apresenta��o dos oficiais-generais promovidos, no Pal�cio do Planalto, que contou com a presen�a do presidente Michel Temer. Em seu discurso, Temer elogiou o patriotismo dos militares e lembrou que, embora o Brasil esteja em uma regi�o "livre de tens�es geopol�ticas", reconheceu que "defesa n�o se improvisa". E avisou: "n�o descuramos e n�o descuraremos do preparo das nossas For�as Armadas".
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