Ao visitar Recife (PE) nesta ter�a-feira, 21, a candidata da Rede ao Pal�cio do Planalto nas elei��es 2018, Marina Silva, disse que manter o nome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva - condenado e preso na Opera��o Lava Jato - nas pesquisas de inten��o de voto "fragiliza muito o processo de decis�o dos eleitores."
Condenado em segunda inst�ncia e preso desde abril, Lula deve ter o registro de candidatura � Presid�ncia indeferido pela Justi�a Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
"A lei deve ser observada por todos. Ningu�m est� acima da lei numa democracia e n�o se pode ter dois pesos e duas medidas. Estamos em um processo eleitoral, faltando pouco dias para a finaliza��o desse processo, e ainda temos uma situa��o que fragiliza muito a decis�o dos eleitores", afirmou.
Na segunda-feira, 20, pesquisa Ibope/Estad�o/TV Globo mostrou que Lula, mesmo preso na Lava Jato, lidera a disputa presidencial com com 37% das inten��es de votos, seguido de Jair Bolsonaro (PSL), com 18%; e Marina em terceiro, com 6%. Sem o petista, Marina dobra suas inten��es de votos, alcan�a 12%, e sobe para a segunda posi��o. Neste cen�rio, Bolsonaro lidera a disputa com 20%.
No Recife, a candidata da Rede visitou o projeto Porto Social, que funciona como incubadora de ONGs e local de fomento ao empreendedorismo social. Ela estava acompanhada da chapa majorit�ria da Rede em Pernambuco, encabe�ada pelo candidato a governador J�lio L�ssio. � noite, se re�ne com correligion�rios e militantes do PV em um hotel na zona sul do Recife, depois segue para S�o Paulo.
A candidata criticou as novas regras eleitorais dizendo que "eles (incluindo o PT) fizeram de tudo para impedir a sociedade de cumprir com seu objetivo de mudar", ficando com praticamente todo o dinheiro do fundo eleitoral e do tempo de propaganda no r�dio e na TV. "� o momento de dar chance para a mudan�a, para que o cidad�o derrote as velhas estruturas do poder econ�mico e do abuso do poder pol�tico, e eu estou sentindo esse movimento na sociedade brasileira", afirmou.
Segundo Marina, "os que criaram os problemas n�o v�o resolv�-los, s� v�o agrav�-lo". "O voto livre, os cidad�os v�o dar com a sua consci�ncia a partir do momento em que come�arem a ver as propostas, hist�rias e trajet�rias de cada candidato. Vou continuar defendendo minhas propostas insistindo na ideia de que aqueles que criaram o problema n�o v�o resolv�-lo, s� v�o agrav�-lo", disse.
ONU
Sobre o comunicado do Comit� de Direitos Humanos da ONU emitido na sexta-feira, 17, solicitando ao Brasil que tome todas as medidas necess�rias para que Lula possa exercer seus direitos pol�ticos, enquanto esteja na pris�o, Marina declarou que o �rg�o desconhece a realidade brasileira. Segundo a candidata, a Justi�a est� atuando de acordo com o ordenamento jur�dico e respeitando a Constitui��o Federal no caso do petista.
"Nosso Pa�s vive um processo dif�cil e traum�tico e uma boa parte do mundo n�o sabe o que est� acontecendo aqui com os graves problemas de corrup��o, o que a Lava Jato revelou e est� punindo em parte. Isso � apenas uma recomenda��o e a Justi�a brasileira tem cumprido com tudo aquilo que � necess�rio numa democracia com o respeito ao mais amplo direito de defesa", disse.
Sobre Bolsonaro, com quem Marina protagonizou um embate durante debate realizado sexta-feira na Rede TV!, classificou o advers�rio como um exemplo de "retrocesso pol�tico daqueles que tem saudosismo do autoritarismo da ditadura". "Os grandes problemas do Brasil n�o ser�o resolvidos em um passe de m�gica, n�o vamos acabar, por exemplo, com a viol�ncia dando uma arma a cada pessoa para se defender, o problema da viol�ncia n�o � s� a Pol�cia, mas � tamb�m justi�a econ�mica e social. O debate tem que ser de ideias e propostas, mas n�o sem prop�sitos", declarou.
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