Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) como l�der isolado num cen�rio sem Luiz In�cio Lula da Silva - preso e condenado na Lava Jato - fez algumas das principais campanhas reavaliarem rumos na disputa presidencial. A resili�ncia de Bolsonaro e de Lula nas sondagens de inten��es de voto deixou advers�rios em alerta a pouco mais de uma semana do in�cio do hor�rio eleitoral no r�dio e na TV.
Mesmo cumprindo pris�o em Curitiba por corrup��o e lavagem de dinheiro, o ex-presidente, que foi registrado como candidato do PT, alcan�a 37% da prefer�ncia do eleitorado. Quando o petista � exclu�do da disputa, Bolsonaro segue l�der com 20%, seguido por Marina Silva (12%), da Rede; Ciro Gomes (9%), do PDT; e Geraldo Alckmin (7%), do PSDB. Como Lula est� potencialmente ineleg�vel com base na Lei da Ficha Limpa, ele dever� ser substitu�do por Fernando Haddad, que alcan�ou 4% na medi��o do Ibope - a primeira do instituto ap�s o in�cio oficial da campanha.
Segundo analistas, a campanha presidencial est� prestes a entrar numa fase decisiva, quando ser�o testadas a for�a do palanque eletr�nico e a capacidade de transfer�ncia de votos de Lula.
A campanha de Alckmin recebeu com apreens�o o resultado. A equipe do tucano n�o esperava que ele aparecesse colado em Bolsonaro, nem mesmo � frente de Marina, mas avaliava que ele teria um patamar de largada mais pr�ximo dos dois d�gitos - 8% ou 9% - no cen�rio sem Lula, ap�s o an�ncio do sua alian�a com o Centr�o e a participa��o em sabatinas, entrevistas e eventos de campanha.
Contraponto
Com isso, no entorno do candidato, ganhou for�a o grupo que defende uma postura mais incisiva no debate com advers�rios diretos, especialmente Bolsonaro, e uma posi��o mais firme sobre temas pol�micos, como o desarmamento e a defesa das mulheres.
Essa tamb�m � a posi��o de tucanos hist�ricos, para quem Alckmin precisa se contrapor a Bolsonaro numa defesa intransigente dos "valores democr�ticos" que est�o na origem do PSDB. O temor desse grupo � de que Marina capture essa agenda e cres�a entre as mulheres e a classe m�dia urbana.
Por enquanto, a campanha tucana n�o esconde a disposi��o de ir para o embate com Bolsonaro nas redes sociais. Alckmin mant�m o discurso otimista. "� preciso acreditar na campanha. � agora que o povo vai come�ar a definir seu voto", disse.
A estrat�gia da campanha de Ciro � tentar consolid�-lo como o nome da centro-esquerda para ir ao segundo turno. O pedetista vai demarcar como advers�rios Bolsonaro, Alckmin e Henrique Meirelles (MDB) e, ao mesmo tempo, refor�ar cr�ticas ao PT. Primeiro, repetindo que a estrat�gia de insistir na candidatura Lula � "suicida", "fraudulenta" e "irrespons�vel".
Depois, com a candidatura Haddad j� posta, refor�ar a ideia de que o ex-prefeito seria mais um "poste" de Lula, o que levaria � elei��o de "um candidato que o povo n�o conhece". Embora tenha protocolado pedido para visitar o ex-presidente na pris�o, Ciro afirmou ontem que "est� na fila", mas n�o pretende fazer isso durante a campanha.
Para petistas, o fato de 50% dos eleitores de Lula dizerem que v�o ou podem votar no ex-prefeito antes mesmo de Haddad ser apresentado como candidato � mais um ind�cio de que dificilmente o partido vai ficar fora do segundo turno, mesmo com Lula preso. "Existe uma transi��o. As pessoas est�o come�ando a conhecer o Haddad para a hip�tese de Lula ser impedido de ser candidato", disse o ex-presidente do PT Rui Falc�o.
A campanha da Rede acredita que o cen�rio deve ficar mais claro em 15 dias, quando se espera que a situa��o jur�dica de Lula esteja definida. Para o vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), Marina, Bolsonaro e Alckmin v�o brigar pelo segundo turno e "disputar com as for�as do ex-presidente Lula".
"Essa � uma avalia��o dele (Eduardo Jorge). A gente acha que os votos de Lula n�o necessariamente ser�o todos transferidos para Haddad e que a parcela desses votos que se torna indecisos deve ser distribu�da entre os outros candidatos", afirmou a coordenadora da campanha da Rede, Andrea Gouveia.
Bolsonaro disse que "esperava mais", mas que o resultado indica que est� "no caminho certo". (ADRIANA FERRAZ, GILBERTO AMENDOLA, MARIANNA HOLANDA, RICARDO GALHARDO, CONSTAN�A REZENDE, ROBERTA PENNAFORT e FABIO LEITE) As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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