O Minist�rio P�blico de S�o Paulo classificou como "mensalinho" supostos pagamentos de propina feitos pela UTC Engenharia a Jos� de Filippi Jr., ex-secret�rio de Sa�de da gest�o Fernando Haddad (PT), entre 2013 e 2014. O objetivo dos repasses, segundo o ex-presidente da empreiteira Ricardo Pessoa, era "abrir portas" para a empresa no governo petista, que havia acabado de tomar posse na capital paulista.
Tr�s depoimentos colhidos neste m�s sustentam a tese da Promotoria de que Filippi Jr. recebeu R$ 200 mil de propina da UTC enquanto era secret�rio de Haddad para "atender aos interesses" da empreiteira na Prefeitura. Em troca, a empresa teria pago uma d�vida de R$ 2,6 milh�es da campanha petista de 2012 por meio de caixa 2.
A suposta pr�tica resultou em uma a��o de improbidade administrativa movida pelo MP contra Haddad, o ex-secret�rio e outras cinco pessoas, conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou na ter�a-feira, 28.
Um dos depoimentos foi o do taxista Jo�o Henrique Worn, considerado "motorista de confian�a" de Filippi Jr. No dia 23, ele confirmou ao promotor Wilson Tafner ter ido � sede da UTC em S�o Paulo buscar o que ele chamou de "presentes" da empreiteira para o ex-secret�rio de Haddad.
Filippi Jr. foi tesoureiro das campanhas de Luiz In�cio Lula da Silva (2006) e de Dilma Rousseff (2010).
Filiado ao PT desde 1992, Worn j� havia relatado isso � Pol�cia Federal em mar�o de 2016, quando foi conduzido coercitivamente na Opera��o Aletheia, desdobramento da Lava Jato, para esclarecer pontos da dela��o de Pessoa relacionados ao ex-tesoureiro de campanhas do PT. � �poca, Filippi Jr. negou a propina e disse que seu motorista ia "buscar brindes" na UTC.
Mas, segundo os investigadores, Worn foi o respons�vel por receber, em nome de Filippi Jr., R$ 750 mil, entre 2010 e 2014, conforme planilha apresentada por Pessoa e pelo ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro, que operava os pagamentos.
Do total, R$ 200 mil ocorreram quando Filippi Jr. j� era secret�rio de Haddad. Foram seis parcelas, entre R$ 25 mil e R$ 50 mil, de mar�o de 2013 a maio de 2014.
Na semana passada, Worn disse ao MP que as "encomendas" solicitadas por Filippi Jr. eram retiradas em mochilas ou sacolas com Pinheiro e entregues diretamente a Filippi Jr. Questionado sobre o que havia dentro da mochila, afirmou que nunca viu nem tinha intimidade para perguntar ao ex-secret�rio.
Relacionamento
Em depoimento no dia 9 deste m�s, Pessoa afirmou � Promotoria que os pagamentos tinham como objetivo a "manuten��o de bom relacionamento" com Filippi Jr. e a "aproxima��o" com Haddad, candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, condenado e preso na Opera��o Lava Jato.
Foi o ex-secret�rio quem apresentou Haddad ao dono da UTC durante a campanha de 2012 e, depois, intermediou um encontro entre ambos em fevereiro de 2013, j� com Haddad na Prefeitura.
Tr�s meses depois, a pedido do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, Pessoa pagou a d�vida de campanha de Haddad. O promotor Wilson Tafner sustenta que Haddad, que j� � r�u no mesmo caso na Justi�a Eleitoral, "tinha pleno dom�nio" sobre a quita��o da d�vida pela UTC.
Na semana passada, Tafner obteve a condena��o do ex-prefeito Jo�o Doria (PSDB) por improbidade no caso do uso do slogan "SP Cidade Linda" para "promo��o pessoal".
Defesas
O advogado Cristiano Maronna, que defende Filippi Jr., disse estranhar a a��o no per�odo eleitoral, quando o petista tentar� se eleger deputado federal. "Jamais houve qualquer evid�ncia concreta desses pagamentos", afirmou.
Procurada, a defesa do taxista Jo�o Henrique Worn n�o quis se manifestar.
O candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, disse na ter�a-feira, 28, no Rio, que a a��o por improbidade administrativa movida pelo Minist�rio P�blico de S�o Paulo contra ele est� baseada na "palavra de um bandido" - em refer�ncia ao ex-presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA