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Estado de Minas POL�TICA

'� melhor valorizar as elei��es do que deixar de votar', diz CNBB


postado em 02/09/2018 09:05

O arcebispo de Bras�lia e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, afirmou ao Estado que, apesar das limita��es do sistema eleitoral e da necessidade de reforma pol�tica, � preciso valorizar o voto escolhendo os candidatos de modo consciente e respons�vel. "Aventuras totalit�rias, seja de direita ou de esquerda, levam � desventura da opress�o e a mais sofrimento para o povo", disse o cardeal, ao defender um aprimoramento da democracia, que "jamais dever� ser substitu�da por formas totalit�rias de governo". A seguir, os principais trechos da entrevista.

A Igreja n�o tem partido. Qual a posi��o da CNBB nas elei��es?

Insistimos na responsabilidade, no exerc�cio consciente da cidadania, alertando para as consequ�ncias do voto, para a necessidade de conhecer os candidatos e suas propostas, mas tamb�m sua atua��o passada na pol�tica. Al�m disso, temos ressaltado a necessidade de respeitar quem pensa diferente. O advers�rio pol�tico n�o pode ser tratado como um inimigo a ser combatido. Necessitamos mais respeito e di�logo.

Mesmo sem citar nome de candidatos, o sr. poderia tra�ar o perfil ideal para um governante?

N�o podem faltar a honestidade e o servi�o efetivo � popula��o. Os pol�ticos n�o podem governar ou legislar para si ou para interesses particulares. O povo brasileiro tem necessidade de pol�ticos honestos e servidores do bem comum, especialmente dos pobres e fragilizados. Al�m disso, � fundamental o compromisso com a defesa da vida nas suas v�rias fases e situa��es, com a justi�a social e a constru��o da paz.

A classe pol�tica vive um momento de desgaste. Existe sa�da na democracia fora da pol�tica?

A pol�tica desempenha papel fundamental na sociedade democr�tica. A democracia necessita ser aprimorada de modo a ser cada vez mais participativa. Mas jamais dever� ser substitu�da por formas totalit�rias de governo. A reforma pol�tica � necess�ria, mas no estado democr�tico de Direito; portanto, com muito di�logo e participa��o da sociedade civil. Aventuras totalit�rias, seja de direita ou de esquerda, levam � desventura da opress�o e a mais sofrimento para o povo.

H� ou havia um apelo na sociedade pelo "novo". Para o sr., o que seria o "novo" na pol�tica?

O novo tem a ver com um novo modo de exercer a pol�tica, com um basta a negociatas pol�ticas, � corrup��o e � gastan�a do dinheiro p�blico. A pol�tica n�o pode se tornar um balc�o de neg�cios. Negocia��o pol�tica n�o pode descambar em negociata, com o favorecimento de grupos pol�ticos ou de interesses econ�micos em detrimento do bem da popula��o. Novo � quem conseguir expressar este novo modo de fazer pol�tica, de honrar o cargo entregue pelo povo nas urnas, atuando, de fato, em favor do povo.

Quais s�o, em sua avalia��o, os principais problemas e desafios que o Brasil enfrenta?

A lista de problemas � grande demais para ser resumida. � lament�vel a nega��o persistente de direitos b�sicos das pessoas e das fam�lias, como moradia, trabalho, sa�de, educa��o e seguran�a. E para responder a eles, n�o bastam promessas de campanha. Os candidatos para o Executivo e o Legislativo precisam responder de modo concreto a essas necessidades. N�o se pode achar normal que as pessoas precisem tentar ganhar na loteria para conseguir uma casa, que enfrentem tantas dificuldades para serem atendidas em hospitais, que queiram trabalhar e n�o consigam emprego, que existam ainda tantos analfabetos no Brasil, dentre tantas outras situa��es graves.
As elei��es ocorrer�o em um cen�rio de crise econ�mica e desesperan�a. Qual o risco num ambiente como esse?

Apesar das limita��es do sistema eleitoral e da necessidade de reforma pol�tica, as elei��es s�o muito importantes para os rumos do pa�s. � melhor correr riscos, valorizando as elei��es e participando delas, do que deixar de votar ou anular o voto. Risco maior se corre quando n�o h� participa��o na vida pol�tica. � preciso valorizar o voto, votando de modo consciente e respons�vel. O risco de n�o escolher bem n�o pode ser motivo para negar o direito de escolher nas urnas.

A Igreja pode desaconselhar o voto em algum candidato por causa de sua posi��o, por exemplo, na defesa do aborto?

A Igreja Cat�lica n�o se pronuncia a respeito de cada candidato ou de cada partido, mas tem posi��o clara sobre quest�es referentes � vida, ao matrim�nio e � fam�lia, � justi�a social e � �tica na vida pol�tica. Cabe aos eleitores aplicarem os crit�rios �ticos oferecidos pela Igreja ao escolher candidatos. N�o cabe � Igreja, de antem�o, excluir candidatos, fazendo uma lista, mas sim ao eleitor. O primeiro tribunal eleitoral deve ser sempre a consci�ncia do eleitor. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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