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Estado de Minas POL�TICA

Candidatos novatos � C�mara dos Deputados recebem maiores doa��es


postado em 16/09/2018 07:31

Quatro dos seis candidatos a deputado federal que mais receberam doa��es de pessoas f�sicas at� agora nas elei��es deste ano est�o em busca do primeiro cargo eletivo. As exce��es na lista s�o o presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta a reelei��o, e Jean Carlo (PSDB-GO). Somados, eles arrecadaram aproximadamente R$ 6,82 milh�es.

Os quatro novatos da lista - Gabriel Rocha Kanner (PRB-SP), Ricardo Salles (Novo-SP), Tabata Amaral de Pontes (PDT-SP) e Vinicius Poit (Novo-SP)- ficaram com 72% desse total. Os dados est�o declarados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram computados pela reportagem do Estado at� este s�bado, 15.

Ricardo Salles, do Partido Novo, discursa para empres�rios na casa de Gustavo Junqueira para apresentar suas propostas, que passam pelo campo liberal
O cientista pol�tico Humberto Dantas, pesquisador da FGV-SP, v� as doa��es para os outsiders como um sinal de que h� uma busca por renova��o no Congresso, apesar da perspectiva de a C�mara ter um dos maiores �ndices de reelei��o. "Tem muita gente querendo ver coisa nova na pol�tica. Algumas pessoas est�o dispostas a bancar isso. Quanto mais gente tiver disposta a pagar, maior a possibilidade efetiva de renovar, porque dinheiro faz diferen�a efetiva nas campanhas", disse o cientista pol�tico.

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), divulgado em agosto, aponta que, dos 513 deputados federais, 407 s�o candidatos � reelei��o, �ndice maior do que no pleito de 2014, quando 387 tentaram renovar seus mandatos.

Pela primeira vez na corrida eleitoral, Gabriel Kanner foi o que mais recebeu at� agora - R$ 2 milh�es. Quando se compara as doa��es de pessoas f�sicas para os candidatos a todos os cargos, o valor s� n�o � maior do que o do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que concorre ao governo de Minas Gerais e computou R$ 2,8 milh�es.

Aos 28 anos, Kanner � sobrinho do empres�rio Fl�vio Rocha (PRB), da Riachuelo, que chegou a anunciar sua pr�-candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, mas desistiu antes do registro oficial. A doa��o foi feita pelo av� do candidato, Nevaldo Rocha, fundador da Riachuelo e pai de Fl�vio.

"Deixei a carreira de executivo para me dedicar � pol�tica e decidi n�o fazer uso de recursos p�blicos na campanha. Os valores doados por meu av� est�o dentro dos limites legais. Sou um defensor da livre iniciativa. Nunca fui candidato, mas participo de projetos sociais h� mais de dez anos", diz Kanner ao Estado. Ele se define como representante do setor produtivo e do varejo e defende uma plataforma voltada ao setor. "Pretendo trabalhar pela redu��o da carga tribut�ria e simplifica��o da cobran�a dos tributos, com o combate � burocracia. O Brasil precisa de uma reforma tribut�ria e pol�tica", completa.

Crescida na Vila Mission�ria, bairro da periferia de S�o Paulo, e graduada em Ci�ncias Pol�ticas e Astrof�sica na Universidade Harvard (EUA), Tabata Amaral, de 24 anos, recebeu para sua campanha R$ 889.930,00 de 49 doadores. "A grande maioria das doa��es � espont�nea, de pessoas que conhecem meu trabalho e se identificam com as minhas ideias", afirma ela, que escolheu a educa��o como bandeira pol�tica. "Acredito que muitos doadores veem em mim a possibilidade de realizar as mudan�as desejadas na sociedade e na pol�tica, por ser mulher, jovem, moradora da periferia", afirma a candidata.

Em busca de seu primeiro mandato, Ricardo Salles viu sua campanha ser o destino da doa��o de 56 pessoas, somando R$ 1,208 milh�o at� agora. Ele afirma que sua rede de arrecada��o foi constru�da ao longo de sua trajet�ria de milit�ncia que teve como uma das principais marcas o movimento Endireita Brasil, que prega valores liberais, conservadores e anti-PT. "Tenho uma identidade ideol�gica com essas pessoas h� muito tempo", afirmou Salles sobre seus doadores.

Em quinto lugar, vem o novato Vinicius Poit (Novo-SP), que recebeu R$ 819.500,00 de 47 doadores. Assim como Tabata, Poit fez parte do movimento RenovaBR, projeto empresarial criado para capacitar futuros candidatos ao Legislativo e idealizado pelo empres�rio Eduardo Mufarej, um dos doadores.

Poit, fundador de uma startup que realiza recrutamento de profissionais pela internet, define-se como um empreendedor e tem atua��o nas redes sociais - possui 270 mil seguidores em uma p�gina na qual fala de pol�tica e mobiliza��o social. Poit relata que faz campanha h� pelo menos dois anos e j� rodou mais de 170 cidades em S�o Paulo. Para ele, as pessoas est�o procurando doar para candidatos que possam representar uma renova��o na pol�tica brasileira. "As pessoas que est�o fazendo doa��es para mim, acho que nunca doaram na pol�tica. Me viram como empreendedor e como op��o nova de verdade, porque nunca fui filiado a partido nenhum", disse.

Poit diz que no Congresso Nacional ir� atuar para cortar gastos e privil�gios, promete medidas como publica��o mensal de gastos, processo seletivo para contratar funcion�rios do gabinete. "N�o vou defender uma classe s�. O empreendedorismo atravessa todas as classes e todos os setores. Acredito muito em inova��o, tecnologia e servi�os", afirmou.

Equil�brio na disputa

O empres�rio Eduardo Mufarej, um dos idealizadores do RenovaBR, considera que a doa��o de pessoa f�sica ajuda a atenuar a diferen�a entre os candidatos que disp�em de recursos p�blicos do Fundo Eleitoral, principalmente deputados que buscam renovar seus mandatos, e os que est�o tentando conseguir a vaga pela primeira vez.

"As pessoas que podem promover uma renova��o pol�tica qualificada est�o recebendo doa��es de quem entende que, se a sociedade n�o participar, a chance de elas se elegerem � pr�xima de zero e a� o Brasil vai continuar patinando nessa quest�o da dist�ncia entre representantes e representados", avalia o empres�rio.

Ele lembra que parte do fundo, criado pela reforma eleitoral do ano passado e que tem R$ 1,7 bilh�o de recurso p�blico, est� sendo destinada a candidatos que tentam a reelei��o. A maioria dos partidos decidiu privilegiar candidaturas a deputados federais na distribui��o da verba que recebeu do fundo para tentar manter ou at� ampliar a bancada na C�mara.

"Temos financiamento p�blico na hist�ria pela primeira vez, mas n�o teve discuss�o sobre para onde esse dinheiro deveria ir", diz Mufarej. "Em v�rios Estados, enquanto um partido coloca R$ 1 milh�o na reelei��o de um candidato a deputado federal, outro que n�o tem mandato n�o recebe nada. Essa � a not�cia que me deixa desesperado. Todo cidad�o brasileiro est� botando R$ 10,00 na conta do fundo eleitoral, e quem decide? Qual � o crit�rio?", questiona.

Para o cientista pol�tico Humberto Dantas, pesquisador da FGV, a reforma pol�tica que criou o Fundo Eleitoral, no ano passado, foi feita para beneficiar candidatos � reelei��o. "Os partidos t�m de aprender que precisam que a sociedade reverta recursos e considere razo�vel financi�-los. Eles precisam se conectar com eleitores e conectar tamb�m representa angariar dinheiro e descolar recursos." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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