
A facada que tirou o candidato � Presid�ncia do PSL, Jair Bolsonaro, do dia a dia da campanha eleitoral, h� quase um m�s, n�o trouxe nem tirou votos da sua candidatura, mas reduziu um pouco o �dio do pleito, avaliou o presidente do Ibope, Carlos Montenegro.
Ele observou que o crime deu mais tempo a Bolsonaro na TV, mas nem isso se refletiu em aumento de inten��o de votos para o candidato nas elei��es 2018.
"Eu acho que a facada n�o mudou o quadro eleitoral, acho que ningu�m vai votar nele por causa da facada, a rejei��o que tinha a ele continuou, at� a manuten��o do n�mero (porcentual) dele por algum tempo mostra que n�o tirou votos nem cresceu, s� reduziu o �dio", afirmou a jornalistas ap�s almo�o na Associa��o Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Montenegro destacou que as pr�ximas pesquisas, de hoje, quarta e s�bado devem revelar alguns impactos importantes, como a repercuss�o das acusa��es da ex-mulher de Jair Bolsonaro, as declara��es do vice Hamilton Mour�o, de acabar como 13º sal�rio e o b�nus de f�rias. Para o PT, o grande abalo, na sua avalia��o, foi a retirada de 4 milh�es de eleitores do Nordeste pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Tirar 4 milh�es de eleitores no Nordeste n�o � uma noticia boa parta o PT. Isso no primeiro turno n�o tem influ�ncia, mas no segundo turno pode ter influ�ncia sim", afirmou.
Para Montenegro, a elei��o deste ano enterrou alguns dogmas, como ser importante o tempo da propaganda eleitoral gratuita e as in�meras coliga��es para se conseguir mais tempo de TV. "O que vai eleger o presidente da Rep�blica este ano ser� a descren�a nos pol�ticos, as redes sociais e os programas das televis�es abertas e fechadas", avaliou.
Nem mesmo os debates est�o mais funcionando, segundo Montenegro, que v� uma percep��o de maior sinceridade nas entrevistas que est�o sendo realizadas pelas tev�s do que nos programas produzidos pelos partidos.
"A propaganda obrigat�ria perdeu o valor, a cobertura das TVs, da imprensa, � muito mais importante para o eleitor, parece mais sincero do que os programa montado pelos pol�ticos", explicou.
Montenegro disse ainda que a pesquisa que ser� divulgada hoje pelo Ibope vai mostrar se houve alguma mudan�a da tend�ncia eleitoral, especialmente se o candidato do PT, Fernando Haddad, cresceu mais nas pesquisas, depois de j� ter tirados votos de Ciro Gomes e Marina Silva.
"Estou curios�ssimo para saber se esse movimento est� avan�ando ou recuou", informou.
Na �poca da elei��o de Dilma Rousseff, em 2010, Montenegro chegou a dizer que seria imposs�vel ela ser eleita, porque o ex-presidente Lula n�o poderia eleger "um poste".
Segundo ele, depois dessa frase, resolveu n�o dar mais palpite. "Lancei uma express�o com isso, do eleger poste, e at� por eu ter falado isso, eu n�o vou falar mais nada", brincou. Segundo o executivo, a elei��o est� muito polarizada de depois da experi�ncia de 2014 - quando A�cio Neves do PSDB estava com 10 pontos na frente de Dilma Rousseff e perdeu - ele n�o prev� mais nada.
"Nessa elei��o a experi�ncia n�o serve de nada, nunca tive elei��o com facada, com rejei��o contra rejei��o, nunca vi", afirmou.
Rio e S�o Paulo
O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes � o favorito na elei��o para governador no Rio de Janeiro e em S�o Paulo pode surgir uma terceira via com Marcio Fran�a, disse Montenegro.
"Pode ter um movimento de terceira via no final, pode aparecer", disse ele referindo-se ao candidato do PSB, Marcio Fran�a, que disputa com o candidato do PSDB, Jo�o Doria, e com o candidato do MDB, Paulo Skaf.
"No Rio � uma elei��o que caminha para o lado do Paes, apesar da conviv�ncia dele no passado nada ficou marcado em cima dele. A �nica coisa que ficou marcada foi Maric�", avaliou.
Paes disse em tom de brincadeira em conversa telef�nica grampeada com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, usada em processo da Lava Jato, que ter um s�tio em Atibaia, que est� sob suspeita de ser um presente ao ex-presidente, era o mesmo que ter um s�tio em Maric�, balne�rio na regi�o dos Lagos.
"Com o Garotinho saindo voc� pode at� ter uma indefini��o no primeiro turno, mas temos que ver, n�o saiu nenhuma pesquisa sem Garotinho ainda", explicou.