(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Perfil Marina Silva: a candidata que busca uma 'fresta' para passar


postado em 07/10/2018 08:30

Quando ficou internada, no ano passado, Marina Silva (Rede) fez um colar com sementes de jarina, bonina, murmuru e tiririca, especialmente para esta elei��o. "Esse colar me ajudou a suportar a dor e agora est� me dando a alegria de me deixar mais bonita para enfrentar mais uma campanha", disse nas redes sociais, pouco antes de come�ar a corrida eleitoral. Quando gravou o v�deo, n�o sabia que enfrentaria esta disputa longe das posi��es em que esteve em 2010 e 2014.

Onze dias

Foi o tempo em que a candidata da Rede se manteve na vice-lideran�a da disputa pelo Planalto. O cen�rio em parte lembra o da elei��o anterior, quando perdeu a vaga no segundo turno para A�cio Neves (PSDB). Agora, no entanto, a desidrata��o foi mais r�pida, mais prematura e, pior, atingiu seu pr�prio partido. Marina corre o risco de acabar a disputa com menos da metade dos votos que alcan�ou nas elei��es anteriores - cerca de 20 milh�es.

O colar a acompanhou em quase todas as agendas em sua terceira tentativa de chegar � Presid�ncia. Desfilou com o adere�o no ponto alto da campanha, quando protagonizou um embate com Jair Bolsonaro (PSL), na defesa por sal�rios iguais entre g�neros. Foi aplaudida. Naquele dia, Marina conseguiu emplacar uma das suas principais bandeiras em 2018: a defesa das mulheres.

A candidata tentou capitalizar aqueles que representam parte da sua hist�ria - m�e, negra, de origem humilde, ex-empregada dom�stica e alfabetizada aos 16 anos - e foram o seu principal eleitorado quando tinha 12% de inten��o de votos, seu maior patamar nesta corrida.

Mas foi s� o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ser substitu�do por Fernando Haddad na cabe�a de chapa petista, que Marina come�ou a desidratar. Pelo menos, � esta a leitura de seus auxiliares. Ela tamb�m perdeu espa�o como terceira via. "Antes, eram sempre tr�s candidatos: dois polarizando e a Marina sendo a terceira via. Agora est� muito dividido o centro", afirma o coordenador de programa e amigo de Marina Jo�o Paulo Capobianco.

Al�m disso, a candidata parece n�o mais mobilizar multid�es. Segundo um porta-voz, o Pa�s est� indicando que quer candidatos polarizados e Marina n�o radicaliza o seu discurso. "N�o vale tudo para ganhar a elei��o", repetiu ela nos �ltimos meses. Al�m disso, a presidenci�vel perdeu um importante eleitorado que tinha em 2014: os evang�licos. Neste ano, as maiores igrejas fecharam com Bolsonaro.

Programa

A ex-ministra do Meio Ambiente da gest�o Lula apresentou um programa mais progressista neste ano, com aten��o a minorias e direitos individuais, mas mantendo posicionamento econ�mico liberal. A pol�mica que enfrentou ao tirar a defesa do casamento gay de seu programa de governo em 2014 desta vez foi resolvida: disse que o direito deve ser protegido por lei.

Na campanha havia quem defendesse desde o princ�pio que a candidata apostasse nos �rf�os do "lulismo" e evitasse cr�ticas mais duras ao ex-presidente. A ex-senadora adotou a estrat�gia de insistir na sua hist�ria humilde e no discurso de m�e e mulher, mas ao mesmo tempo fez duras cr�ticas a Lula, a quem chegou a chamar de "corrupto", e fez ainda uma enf�tica defesa da Lava Jato.

Nas �ltimas semanas, � medida que o cen�rio de polariza��o foi ficando mais claro, Marina tentou se posicionar mais e mais como uma terceira via. "N�o se pode querer governar um Pa�s na base do �dio e muito menos com base na mentira e na corrup��o", disse ela na sexta-feira, no Rio.

Discurso

Em 2010 e 2014, os advers�rios da candidata exploraram seu hist�rico de sa�de - que inclui cinco mal�rias, tr�s hepatites, uma leishmaniose e uma contamina��o por merc�rio - para colar nela a imagem de fr�gil. Marina atribuiu isso a uma "desqualifica��o das mulheres" e, neste ano, conseguiu se livrar dessa pecha.

Seu discurso tamb�m ficou mais claro e incisivo em 2018 e � o resultado de um treinamento intensivo para abandonar o chamado "marin�s" - como ficou conhecido seu vocabul�rio por vezes "rocambolesco".

Mais dif�cil, no entanto, foi se desvencilhar da falta de estrutura de seu partido, dos 21 segundos de televis�o e driblar os poucos recursos dispon�veis. No domingo, v�o �s urnas n�o s� Marina, mas todo o projeto pol�tico que ela construiu nos �ltimos anos.

Para a coordenadora da campanha, Andrea Gouvea, "independentemente do resultado, aliados est�o convictos de que Marina consolidou a imagem de uma pol�tica de extrema for�a moral".

Durante a campanha, a presidenci�vel usou a met�fora de uma "frestinha" para ilustrar o cen�rio de dificuldades - da vida e da corrida eleitoral. Lembra que passou por um "fresta" no Mobral, se alfabetizou e se tornou professora. Apesar de se dizer "especialista em passar por frestas", a de 2018 talvez seja a mais dif�cil para Marina. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)