
Eles nasceram em Porto Alegre e s�o os vices dos finalistas � presid�ncia do Brasil: esses s�o os �nicos pontos comuns entre Manuela d'Avila e o general Hamilton Mour�o, de perfis diametralmente opostos.
Hamilton Mour�o, que se apresenta ao lado do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, � um general da reserva de 65 anos, habituado a declara��es pol�micas.
A vice de Fernando Haddad, Manuela D'Avila, � uma jovem deputada comunista de 37 anos, que se diz "feminista e revolucion�ria". Ela foi aben�oada pelo pr�prio Luiz In�cio Lula da Silva no �ltimo dia de liberdade do ex-presidente, preso desde abril por corrup��o e lavagem de dinheiro.
Hamilton Mour�o
Um ano atr�s, bem antes de ser indicado como candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mour�o j� ocupava as manchetes dos jornais.
Durante um evento organizado por uma Loja Ma��nica, ele afirmou que o Ex�rcito seria for�ado a "impor uma solu��o" se a situa��o pol�tica do pa�s continuasse a se deteriorar.
Inicialmente, Hamilton Mour�o estava longe de ser a primeira escolha do candidato da extrema-direita, que sofreu v�rias recusas. Bolsonaro esperava contar com outro general, mais amplamente reconhecido e consensual, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-comandante-em-chefe das for�as da ONU no Haiti em 2004 e 2005.
Jair Bolsonaro precisou se afastar da campanha por longas semanas depois de ser esfaqueado num com�cio em 6 de setembro. Desta forma, o general da reserva se viu, mais do que o previsto, na linha de frente, ao ponto de ser considerado um pouco embara�oso pela entourage do candidato.
Filho de general, Hamilton Mour�o nasceu em Porto Alegre, mas seus pais s�o da Amaz�nia e t�m ra�zes ind�genas.
Isso n�o o impediu de dizer, no in�cio de agosto, durante a sua primeira apari��o p�blica como companheiro de chapa de Bolsonaro, que o Brasil "herdou a cultura de privil�gios dos ib�ricos, a indol�ncia dos ind�genas e a malandragem dos africanos".
Ele provocou uma nova onda de indigna��o em meados de setembro ao afirmar que as fam�lias monoparentais sem figura paterna eram "f�brica de elementos desajustados e que tendem a ingressar em narco-quadrilhas que afetam nosso pa�s".
Manuela D'Avila
No dia 7 de abril, antes de se entregar �s autoridades para cumprir uma pena de 12 anos e um m�s de pris�o por corrup��o, Lula fez um discurso de despedida no Sindicato dos Trabalhadores Metal�rgicos de S�o Bernardo do Campo, pr�ximo a S�o Paulo.
Ao seu lado, Manuel d'Avila, a quem ele abra�a, designando-a como uma "bonita menina militante", que representa a nova gera��o da esquerda.
Normalmente, a deputada do Partido Comunista PCdoB n�o aprova os coment�rios sobre seu f�sico. Durante seus dois mandatos na C�mara dos Deputados (2007-2015), ela rejeitou repetidamente o apelido de "musa".
Mas em se tratando de Lula, ela est� pronta para perdoar. "Ele me v� como uma mulher que acredita na pol�tica e pertence a uma gera��o que vai mud�-la", explicou ela ao jornal Folha de S�o Paulo.
Sua admira��o pelo �cone da esquerda a fez desistir de suas pr�prias ambi��es presidenciais.
Ela deveria, supostamente, disputar a presid�ncia sob a bandeira do PCdoB, mas finalmente esperou por longas semanas at� que Lula, declarado ineleg�vel, desistisse da corrida presidencial.
Foi nesse momento que ela ingressou na chapa de Fernando Haddad, substituto de Lula, do qual era candidato � vice-presid�ncia.
Precoce, foi eleita vereadora de Porto Alegre aos 23 anos de idade, antes de se tornar, dois anos depois, a deputada mais votada do Rio Grande do Sul.
Casada com um m�sico, Manuela d'Avila provocou pol�mica em 2016 devido a uma foto sua amamentando sua filha durante uma sess�o da assembleia legislativa.
"O que chama a aten��o para esta foto? Mulheres num espa�o de poder (...) A pol�tica � masculina e machista, n�o abre espa�o para as mulheres", retrucou ela no Facebook.