Diante de um derretimento de sua candidatura, oficializado pelo resultado das urnas neste domingo, Marina Silva, candidata da Rede � presid�ncia da Rep�blica, creditou seu p�ssimo desempenho � estrat�gia do voto �til no primeiro turno.
"Infelizmente, uma realidade marcada cada vez mais pela velha polariza��o, que agora se tornou t�xica nessa campanha. As candidaturas que n�o estavam nesses polos t�xicos acabaram sofrendo um esvaziamento em fun��o da prega��o do voto �til", afirmou em coletiva de imprensa realizada nesta noite no comit� de sua campanha, em Bras�lia.
A ex-senadora ressaltou que respeita a decis�o dos eleitores, mas destacou que havia op��o fora da polariza��o entre os candidatos Fernando Haddad, do PT, e Jair Bolsonaro, do PSL. Os dois disputar�o o segundo turno das elei��es presidenciais.
"Essa foi uma elei��o marcada pelo que se queria evitar e n�o pelo que se queria fortalecer e promover", lamentou.
Questionados sobre como se posicionar�o no segundo turno, Marina Silva e o vice em sua chapa, Eduardo Jorge, do PV, afirmaram ainda n�o terem tomado uma decis�o, mas n�o descartaram declarar apoio em Haddad. Sem citar nomes, ambos disseram que n�o apoiam "candidatos autorit�rios".
"N�o temos nenhuma identifica��o com nenhum projeto autorit�rio, pelo menos da minha parte. Mas tamb�m � preciso que se reconhe�a que a democracia � prejudicada tanto pelas ideias autorit�rias quanto pelo uso da corrup��o que distorce a op��o soberana dos eleitores como aconteceu em 2014 com tudo o que est� a�", afirmou Marina.
Marina e Eduardo Jorge disseram, contudo, que independentemente de quem seja eleito presidente, os dois partidos ser�o oposi��o ao pr�ximo governo. "O Brasil vai precisar de uma oposi��o democr�tica e isso j� podemos assegurar. A �nica forma de quebrar um c�rculo vicioso que levou o Brasil para situa��o", disse.
A candidata da Rede contou ainda que ligou para Haddad e para Bolsonaro (ela, no entanto, falou com a mulher do candidato) para cumpriment�-los. Questionada sobre se disputaria uma nova elei��o, Marina afirmou que ainda n�o teve tempo para pensar nisso e defendeu a forma como levou sua campanha neste ano. "Eu fa�o pol�tica por ideal. Eu sabia que essa elei��o seria dif�cil. Fizemos o bom combate mas eu n�o me omitiria apenas para manter meu capital pol�tico", disse.
Das tr�s vezes em que disputou a Presid�ncia da Rep�blica, esta � a que Marina registrou o pior desempenho. Ela n�o conseguiu obter nem 1 milh�o de votos e acabou o pleito em 8� lugar, com 1% dos votos v�lidos. Em 2014, a ex-senadora acabou n�o conseguindo seguir para o segundo turno, depois de ter sido alvo de uma campanha ferrenha por parte do PT contra ela. Marina acabou o pleito em terceiro lugar, conquistando 22,2 milh�es de votos.
Marina passou o domingo em Rio Branco, no Acre, e desembarcou em Bras�lia no in�cio da noite para acompanhar a apura��o dos votos. Desidratada ao longo da campanha, ela chegou em um voo de carreira e passou praticamente despercebida pelo aeroporto da capital do Pa�s. Apenas quatro apoiadores de sua campanha estavam no sagu�o de desembarque para aguardar a sua chegada e alguns poucos transeuntes a cumprimentaram e pediram para tirar foto.
Rede - Outro desafio que Marina ter� que enfrentar ser� a reconstru��o e o reposicionamento do seu rec�m-criado partido. Oficializada em 2015, a Rede n�o deve conseguir ultrapassar a cl�usula de barreira e dever� perder os recursos financeiros do fundo eleitoral. Por outro lado, o partido conseguiu eleger cinco senadores, um n�mero que surpreendeu a dire��o do partido.
Foram eleitos para o Senado: Fabiano Contarato (ES), Capit�o Styvenson (RN), Randolfe Rodrigues (AM), que foi reeleito, Fl�vio Arns (PR) e Delegado Alessandro Vieira (SE).
Sobre o futuro de seu partido, Marina afirmou que ainda � preciso esperar a conclus�o da apura��o dos votos para saber quantos deputados a legenda conseguir� eleger.
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