Fen�meno, �urea multiplica votos e � eleita deputada: 'Estamos enfrentando o fascismo'

Vereadora mais votada de Belo Horizonte em 2016, �urea Carolina (PSOL) foi eleita deputada federal. Escolhida por 162.740 pessoas, a parlamentar foi a mulher com maior n�mero de votos para o cargo em Minas Gerais.

A multiplica��o dos eleitores de �urea impressiona. Em 2016, ela teve 17.420 votos na capital (1,46% do total) nas elei��es para vereadora. Apenas dois anos depois, o n�mero em Belo Horizonte multiplicou mais de quatro vezes e chegou a 79.290 (6,14% do total). Marcelo �lvaro Ant�nio, segundo colocado em BH, teve 63.746.

“Isso traduz a nossa capacidade de construir lutas no cotidiano. Lutas feministas, anti-racistas, populares. Isso mostra que, mesmo com poucos recursos e enfrentando essas campanhas endinheiradas, a gente tem um potencial muito grande. A minha vota��o ter se multiplicado tanto � uma confirma��o disso. N�o estamos simplesmente chegando como novidade”, disse �urea ao Estado de Minas.

Soci�loga e cientista pol�tica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a futura deputada tem 34 anos e apostou as fichas em uma campanha na rua, apoiada na luta feminista e anti-discriminat�ria. O combate ao racismo � uma das principais plataformas de campanha de �urea.

“Nesse cen�rio de muita ang�stia, de avan�o de for�as fundamentalistas, de �dio, � uma vit�ria muito expressiva, muito significativa ter duas mulheres negras eleitas pela frente ‘Minas Socialista’: Andreia de Jesus, para a Assembleia de Minas, e eu chegando para a C�mara dos Deputados”, disse.

'Aquilombar' as institui��es

�urea comemorou as vit�rias individual e coletiva. O PSOL teve Andreia de Jesus eleita ao cargo de deputada estadual. "A gente est� muito feliz de eleger pela primeira vez na Assembl�ia de Minas uma mulher negra: Andreia de Jesus, que vem da Regi�o Metropolitana de BH, de Ribeir�o das Neves. N�s j� estamos aquilombadas fora das institui��es. Agora, vamos chegar aquilombando dentro dos espa�os de poder", bradou.

A nova deputada � cr�tica �s ideias da direita, as quais prometeu combater no segundo turno das elei��es presidenciais. Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) disputam a presid�ncia. “Nesse segundo turno, estaremos alinhadas com o campo da resist�ncia democr�tica, em defesa dos direitos sociais, em defesa da vida e da integridade de todas as pessoas, independentemente de ra�a, g�nero, orienta��o sexual, religi�o, lugar de origem. N�s estamos irmanadas como uma grande comunidade que acredita no amor”, completou.

Nesse cen�rio de muita ang�stia, de avan�o de for�as fundamentalistas, de �dio, � uma vit�ria muito expressiva, muito significativa ter duas mulheres negras eleitas pela frente ‘Minas Socialista’: Andreia de Jesus, para a Assembleia de Minas, e eu chegando para a C�mara dos Deputados. Isso traduz a nossa capacidade de construir lutas no cotidiano. Lutas feministas, anti-racistas, populares. Isso mostra que, mesmo com poucos recursos e enfrentando essas campanhas endinheiradas, a gente tem um potencial muito grande. A minha vota��o ter se multiplicado tanto � uma confirma��o disso. N�o estamos simplesmente chegando como novidade. A gente est� mostrando para a sociedade a nossa grande capacidade de mobiliza��o e de refazer o campo democr�tico no Brasil. N�s estamos enfrentando o golpe, n�s estamos enfrentando o fascismo. Nesse segundo turno, estaremos alinhadas com o campo da resist�ncia democr�tica, em defesa dos direitos sociais, em defesa da vida e da integridade de todas as pessoas, independentemente de ra�a, g�nero, orienta��o sexual, religi�o, lugar de origem. N�s estamos irmanadas como uma grande comunidade que acredita no amor. Esse foi o lema da nossa campanha. N�s vencemos no amor. O amor � uma chave democr�tica, � tamb�m a �nica coisa que pode nos salvar nestes tempos de �dio. N�s n�o vamos sucumbir �s provoca��es, a toda essa avalanche de discursos que tentam nos diminuir ou mesmo de agress�es f�sicas que t�m acontecido. N�s vamos, ao contr�rio, mostrar que as sa�das est�o na coopera��o, na solidariedade, na conviv�ncia efetivamente. A gente fala muito da conviv�ncia. A gente est� muito feliz de eleger pela primeira vez na Assembl�ia de Minas uma mulher negra: Andreia de Jesus, que vem da Regi�o Metropolitana de BH, de Ribeir�o das Neves. � uma advogada popular, que foi formada com muito custo na sua fam�lia. Uma das primeiras da sua fam�lia a chegar a ter um t�tulo acad�mico. Foi cotista e � tamb�m uma lutadora do povo e que est� construindo, com as brigadas populares e v�rios movimentos sociais, toda essa nossa resist�ncia cotidiana. Estou muito feliz, muito honrada. E tamb�m comemorando vit�ria de parceiras desse nosso campo, como a Tal�ria Petrone, l� no Rio de Janeiro, o Douglas Belchior, em S�o Paulo. E de outras candidatas estaduais que foram eleitas, como as ‘Juntas’, em Pernambuco, as tr�s mulheres negras que sa�ram da mandata da Marielle no Rio, que s�o a M�nica, a Renata e a Dani. Em S�o Paulo, a Erica Malunguinho foi eleita deputada estadual. Ent�o, � um grande quilombo se refazendo. N�s j� estamos aquilombadas fora das institui��es. Agora, vamos chegar aquilombando dentro dos espa�os de poder.