Os candidatos que concorrem ao governo de Minas no segundo turno, Romeu Zema (Novo) e Anastasia (PSDB) participaram na noite desta quinta-feira do �ltimo debate antes da data do pleito. Em tom b�lico, o embate foi marcado pela troca de farpas e ironias entre os dois concorrentes. O tucano tentou colar a imagem do advers�rio como "candidato dos ricos" e "sem experi�ncia". Por sua vez, Zema quis associar o tucano ao senador A�cio Neves (PSDB) e a classe pol�tica, demonizada representante do Novo.
O programa j� come�ou com Antonio Antasia perguntando a Zema se ele est� preparado para ser governador. O candidato do Novo se esquivou da resposta inicialmente e respondeu disse que estava sendo atacado no segundo turno e que at� integrantes da fam�lia dele foram envolvidos. Ele ainda disse que o candidato do PSDB tem plano de governo com “propostas vagas”, mas disse que andou por todo o estado e por isso estaria preparado para assumir o Pal�cio da Liberdade.
“Estou impresisonado por ver como eles s�o baixos e veem que v�o perder os privil�gios e os cabides de emprego isso agora vai terminar. Fui v�tima de baixarias de coisas que numca imaginei na vida”.
Na tr�plica, Anastasia disse que Zema era “candidato ioi�”, j� que dizia e depois voltava atr�s em rela��o �s propostas.
Ainda no primeiro bloco, Zema perguntou a Anastasia sobe a participa��o dele no governo de A�cio Neves (PSDB) e o aumento de impostos que resultaram na eleva��o do pre�o da gasolina no estado. O tucano disse que o advers�rio, por sua vez, era novato e isso poderia trazer problemas na condu��o do governo. “(Zema) � candidato que surgiu agora”.
Para contra-atacar, o candidato do Novo disse que seu jeito tem inspirado at� Anastasia na forma de se vestir. “Nos outros debates ele ia de terno e de gravata, depois ele tirou a gravata e agora j� tirou o blazer”, disparou. Anastasia retrucou e disse que o advers�rio estava se revelando como “grande estilista”.
Anastasia questionou Zema sobre a filia��o dele ao PR e se a informa��o tamb�m seria tratada de “fake news”, como ele tem dito em rela��o a algumas not�cias divulgadas. O candidato do Novo afirmou que a filia��o foi feita a pedido de um parente, mas que ele n�o lembrava do fato, ocorrido h� 19 anos. “Nunca tive nenhuma atividade pol�tica, estou aqui como candidato ao governo de Minas e quero fazer diferente”, afirmou.
J� Anastasia declarou que teve bom desempenho em sua passagem pelo senado e governo do estado. O tucano ainda afirmou que a campanha de Zema � que usa de falsas acusa��es. “15 das 16 a��es n�s ganhamos”, disse, e ainda classificou Zema como “menino chor�o”.
Ainda de acordo com Zema, Anastasia tem o h�bito de n�o cumprir os mandatos, j� que deixou o governo de Minas e agora est� deixando o Senado para concorrer ao governo do estado. “� tudo um grande jogo pol�tico”.
No segundo boco, o clima quente seguiu entre os dois candidatos. Sobre Sa�de, Anastasia afirmou que o advers�rio estava “agressivo”, mas que isso fazia o programa ficar “mais animado”.
O tucano disse n�o paralisou obras dos hospitais regionais, o que teria ocorrido no atual governo de Fernando Pimentel (PT) e acusou o advers�rio de ter a inten��o de privatizar o Sistema �nico de Sa�de (SUS). Por sua vez, Zema diz que se trata de “mentirada danada”.
De acordo com ele, o estado far� conv�nios com entidades particulares e, com isso, oferecer mais acesso.”Se depender do estado fazer vai levar 10 ou mais anos”, disse o candidato do Novo. Na tr�plica, Anastasia disse que na proposta de Zema quem n�o tem plano de sa�de vai ficar a ver navios”, disse.
Sobre o ensino p�blico, os candidatos seguiram no mesmo clima de troca de farpas e usando o plano de governo como ponto. Anastasia leu trecho do plano de Zema, que afirmou que o texto, na verdade, era antigo e que j� havia feito altera��es. A quest�o da possibilidade de privatizar o ensino foi a t�nica da troca de acusa��es entre os dois candidatos.
No terceiro bloco, Anastasia acusou Zema de usar as lojas da propriedade dele para fazer campanha, o que teria sido inclusive alvo de representa��o. “Isso infringe gravemente as lei eleitorais e isso parece que houve abuso de poder econ�mico, mas vamos esperar a Justi�a se pronunciar”, disse.
Zema disse que a figura dele sempre esteve associada �s redes de loja que tem o nome dele. “Ent�o vou ter que mudar o nome das empresas sen�o ser� considerado propaganda”, disse. Ainda de acordo com o candidato do Novo, funcion�rios dele foram “arrastados” para depor.
Zema acusou o advers�rio de receber recursos do fundo partid�rio, pratica que n�o � feita pelo Novo. O tucano respondeu dizendo que usa e que no pa�s as pessoas f�sicas n�o tem o h�bito de fazer doa��es e acusou Zema de ser “rico” e, por isso, pode usar recursos pr�prios na campanha.
Na r�plica, Anastasia disse que uma das empresas de Zema fez doa��es a campanha da deputada Manuela D�vila (PcdoB), vice na chapa de Fernando Haddad. J� Zema acusou Anastasia de receber apoio da ex-prefeita de Contagem, Mar�lia Campos (PT).
Na sequ�ncia, Anastasia disse que a inten��o de Zema, segundo o plano de governo, � privatizar as rodovias estaduais, mas que isso n�o seria uma boa ideia j� que o movimento das rodovias estaduais � pequeno o tornaria muito caro o trecho. “As rodovias tem pouco movimento. As rodovias federais, como a BR 262, t�m mais movimento, no caso das estaduais isso impacta no pre�o”. Na resposta, Zema disse que “� melhor pagar cerca de R$ 8 e ter seguran�a, equipe m�dica”.
No �ltimo bloco, Zema come�ou perguntando a Anastasia sobre d�vidas do estado e o deficit. Anastasia diz que a d�vida existe e deve ser trabalhada e atacou dizendo que Zema tem propostas “sem p� na cabe�a”. “Ele diz que pretende ter uma aliquota �nica. Mas a gasolina tem aliquita de 31% e o leite 12%. Ent�o � a gasolina que vai baixar para 12% ou o leite que vai subir para 31%”, disse.
J� Zema disse que a proposta dele � reduzir de forma “gradual” e segundo ele �s aliquitas s�o muito elevadas e que sua inten��o � reduzir isso. “O carrapato ficou maior que a vaca. Precisamos diminuir esse carrapato. Os impostos que n�s pagamos s� fez subir nas �ltimas d�cadas”, disse. Anastasia, na r�plica, voltou a dizer que a palavra “gradual” n�o est� no plano e isso faz toda a diferen�a.
Zema questionou Anastasia sobre obras paradas. O tucano respondeu dizendo que as obras p�blicas n�o s�o feitas “como passe de m�gicas” e fez uma compara��o com a abertura de lojas, como as de Zema. “O que aconteceu � que o atual governo no fez obra nenhuma e por isso elas est�o paradas”.
Na noite desta quinta-feira o Tribunal de Contas do Estado fez um levantamento apontando a quantidade de obras paralisadas no estado, cerca de 2 mil, segundo o TCE. Zema, na r�plica, disse que “faltou planejamento” aos governo de Anastasia e A�cio e, por isso, as obras ficaram paradas. “H� necessidade do planejamento ser refeito. Duas mil obras paradas mostra que n�o h� planejamento no governo”, disse.
Na �ltima pergunta, Anastasia questionou Zema sobre a cria��o de empregos e a fala do advers�rio sobre pagar R$ 300 como sal�rio. O candidato do Novo disse que a informa��o do valor foi dita a ele quando estava passando pela regi�o do Vale do Jequitinhonha.
“N�o quer dizer que eu concordo. Demonstra como aquela regi�o � carente”, afirmou, ele ainda disse que deve levar op��es de empresas para �quela regi�o e que o estado n�o deve atuar como inimigo do empresariado. J� Anastasia, afirmou que o advers�rio n�o responde sobre a acusa��o e que durante a administra�a� tucano no estado foram criadas 550 mil vagas de emprego.
Nas considera��es finais Zema come�ou dizendo que � contr�rio a um estado com muitas atribui��es. “Sou favor�vel ao estado que se atenha a atividade de sa�de, seguran�a e educa��o. S� com isso ele j� teria tarefa gigantesca a fazer”, disse, alegando que o estado atualmente quer atuar em todos os setores, o que ele n�o defende.
Ele faz a compara��o com o pato, dizendo que o estado faz muitas coisas e todas mal. E encerrou dizendo que o governo n�o deve ser usado para sustentar os pol�ticos, mas os interesses da popula��o.
Anastasia come�ou a �ltima fala ironizando o advers�rio, “quero me solidarizar com o pato, que � um animal que eu gosto muito”. Ele tamb�m voltou a classificar o advers�rio como “candidato ioi�”, por sempre mudar de ideias.
“Ele e seu partido querem o estado m�nimo. � o que os empres�rios defendem”, afirmou. Ele ainda voltou a colar a imagem de candidato rico a Zema e que pretende governar para os mais pobres.