Haddad diz em Salvador que apoio de Ciro lhe dar� '3 ou 4 pontos' at� domingo

O candidato do PT � Presid�ncia, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 26, ao cumprir agenda em Salvador, que sua candidatura "vai ganhar uns tr�s ou quatro pontos com o apoio do Ciro", em refer�ncia a um v�deo que o candidato do PDT Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno da corrida presidencial, dever� gravar declarando apoio ao petista na reta final do segundo turno.

O v�deo foi prometido a Haddad pelo presidente do PDT, Carlos Lupi. Haddad afirmou ainda que n�o conversou com Ciro, que chega de viagem na noite desta sexta-feira, ap�s passar quase todo o segundo turno em f�rias pela Europa. "Conversei com o Lupi", disse o ex-prefeito de S�o Paulo a jornalistas, pouco antes de desfilar em carro aberto. Ele n�o confirmou, contudo, se ter� um encontro com o presidenci�vel pedetista.

Na capital baiana, o petista realizou seu �ltimo ato de campanha no Nordeste - ele ainda participa de caminhada em S�o Paulo no s�bado, 27. Simpatizantes de Haddad, entre eles militantes do PT, PCdoB, PSB, PSOL, PDT, PSTU, CUT, CTB, organiza��es do movimento negro, da comunidade LGBTQI+, lotaram a orla mar�tima de Salvador na tarde e na noite desta sexta-feira. O evento, batizado de Caminhada da Virada, pela Paz e pela Democracia, percorreu o circuito inverso do carnaval, entre Ondina e o Farol da Barra, um dos principais pontos tur�sticos locais.

A organiza��o estimou o p�blico em mais de 100 mil pessoas - a Pol�cia Militar n�o divulgou contagem dos presentes. A multid�o ocupou todas as faixas da via que corta a orla da capital baiana.

�nibus e vans com militantes, que chegaram a Ondina no final da tarde, ajudaram a encher o �ltimo ato pol�tico do petista no Nordeste. O evento tamb�m recebeu muitos eleitores n�o petistas vestindo camisas com frases como "Em defesa da democracia, voto at� no PT".

Aos gritos de "Brasil pra frente, Haddad presidente" e "�, vamos virar � �", o presidenci�vel petista desfilou em cima de uma caminhonete, pr�ximo ao p�blico, ao lado da esposa, Ana Estela, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de um dos vice-presidentes da legenda, M�rcio Macedo, do governador reeleito da Bahia, Rui Costa, e do ex-ministro, ex-governador da Bahia e senador eleito nas elei��es 2018 Jaques Wagner.

Com uma bandeira do Brasil a tira colo, que balan�ava o tempo inteiro, e sem poder discursar, j� que a legisla��o eleitoral veda falas p�blicas de candidatos 48h antes do pleito, Haddad tirou selfies, abra�ou e beijou militantes e eleitores. Tamb�m ensaiou dancinhas no ritmo de jingles de campanha e puxou coros em cr�tica ao seu advers�rio, Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas.

"�, Bolsonaro arregou", puxou, em certo momento, dando a senha para a gritaria da multid�o. O grito de "Ele n�o", que marcou manifesta��o de mulheres contra Bolsonaro no primeiro turno, foi substitu�do por gritos de "Haddad sim", repetido durante a caminhada.

"Est� tendo uma grande reviravolta nessa elei��o", diz petista. "Na verdade, est� tendo uma grande reviravolta nessa elei��o", afirmou Haddad a jornalistas antes de subir no carro em que percorreu o caminho at� o Farol da Barra. "Come�ou na verdade por S�o Paulo, minha cidade, cidade que eu governei. Isso est� acontecendo em todas as capitais e tenho certeza que vamos chegar � vit�ria no domingo", disse o petista, chamando Bolsonaro de "atraso", "frouxo" e "mentiroso".

Ele ainda comentou o crescimento dele nas pesquisas. "O nosso crescimento tem duas raz�es. Primeiro, o povo descobriu que ele mente. Depois, descobriu que ele foge. Ningu�m gosta de homem frouxo e mentiroso. As pessoas querem evitar o pior, que � a elei��o de uma pessoa que enaltece ditador, desrespeita nordestino, desrespeita as mulheres e os negros deste Pa�s", afirmou o candidato do PT ao Pal�cio do Planalto.

Haddad criticou tamb�m a aus�ncia de Bolsonaro nos debates. Nesta sexta-feira, um encontro entre os dois aconteceria na TV Globo, mas foi cancelado porque o capit�o da reserva recusou-se a participar alegando que foi amea�ado de um novo atentado.

"Acho triste que meu advers�rio tenha se recusado a participar do debate de hoje (sexta) � noite na Rede Globo, foi um grande desrespeito ao povo brasileiro, isso nunca aconteceu num segundo turno. Eu espero que o povo brasileiro se fa�a respeitar contra uma pessoa que desrespeitou a democracia e o confronto de ideias. A gente quer � que os argumentos possam ser apresentados e as pessoas possam, de livre e espont�nea vontade, julgar qual o melhor projeto para o Pa�s. Na base da viol�ncia, n�o vamos chegar a lugar nenhum", disse.