Levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) indica que mais de 40 universidades em todo o Pa�s foram alvo de opera��es da Justi�a Eleitoral e da pol�cia nos �ltimos dias. Em entrevista na tarde desta sexta, 26, no Rio de Janeiro, representantes da Andes e de outras entidades da �rea de educa��o afirmaram estudar medidas jur�dicas contra as a��es policiais nos campi.
A secret�ria geral da Andes, Eblin Farage, afirmou que, em 40 anos de exist�ncia, a entidade nunca registrou acontecimentos como os atuais. "Est� ultrapassando os n�veis de racionalidade. Agress�es individuais est�o sendo incentivadas, mas � mais grave quando a Justi�a leg�tima isso", completou.
Em manifesto divulgado na quinta-feira, 25, a Andes, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais (Sinasef), o Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Federal do Rio de Janeiro (Sintifrj) e a Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) acusam a Justi�a Eleitoral de agir no interesse do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio tamb�m divulgou uma nota, em que afirma que "n�o � permitida a propaganda eleitoral partid�ria em bens de uso comum". A nota n�o explica, no entanto, por que uma bandeira contra o fascismo teria sido considerada propaganda eleitoral contra um candidato em especial.
O pr�dio da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) amanheceu nesta sexta-feira, 26, com uma faixa em que se lia "censurado". Ali, at� a v�spera, havia uma bandeira com as inscri��es "Direito UFF" e "Antifascista" - retirada por ordem do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), embora n�o fizesse alus�o a nenhum dos candidatos � Presid�ncia. O caso da UFF n�o foi isolado.
"Nunca permiti nenhuma manifesta��o partid�ria", afirmou o diretor da Faculdade de Direito da UFF, Wilson Machado, que foi amea�ado de pris�o caso n�o tirasse a bandeira antifascista do pr�dio. "Agora, � uma bandeira antifascismo, n�o me parece que seja contra uma candidatura espec�fica; salvo se alguma candidatura esteja postulando isso. A Justi�a est� consagrando o entendimento de que h� uma candidatura fascista e de que quem � contra o fascismo est� praticando algum tipo de desobedi�ncia."
O presidente em exerc�cio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) saiu em defesa das universidades. "Entendemos esse tipo de manifesta��o como pol�tica, coisa que professores e estudantes podem fazer legitimamente, sem estarem alinhados com candidatos e partidos", afirmou. "Trata-se de liberdade de express�o; se for tolhido, � censura."
O Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro tamb�m divulgou uma nota em que, sem mencionar o ocorrido nas universidades, reafirmou que "a liberdade de express�o, como direito fundamental, � essencial para o integral exerc�cio da democracia, garantindo assim, o livre debate de ideias."
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