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Estado de Minas POL�TICA

Candidatura de D�ria incendiou PSDB


postado em 28/10/2018 08:34

No in�cio de fevereiro, aliados do ent�o governador Geraldo Alckmin (PSDB) acreditavam que o tucano estava em vias de dar um "xeque mate" no prefeito Jo�o Doria (PSDB). A pr�xima reuni�o da executiva do partido, presidido por Alckmin, definiria a data das pr�vias estaduais.

Doria queria que a disputa interna para definir o candidato ao Pal�cio dos Bandeirantes fosse no dia 4 de mar�o. Dessa forma, poderia concorrer sem deixar o cargo. J� o entorno de Alckmin pregava que a defini��o ocorresse em abril, depois do prazo de desincompatibiliza��o.

Naquele momento, o nome preferido do governador para disputar sua sucess�o era o do vice, M�rcio Fran�a (PSB). Diante do impasse, um dos mais pr�ximos auxiliares de Doria � �poca informou � Executiva Nacional tucana que a tentativa de enquadr�-lo seria in�cua: o ex-prefeito iria para as pr�vias mesmo sem a "rede de prote��o" da Prefeitura.

Alckmin optou por evitar um confronto aberto com seu "afilhado" pol�tico e acabou marcando a disputa interna paulista para o dia 18 de mar�o. No bastidores do governo, a avalia��o era de que "o jogo ainda n�o estava jogado". Bastaria um gesto concreto de Alckmin para que o PSDB apoiasse Fran�a e montasse um palanque �nico da base no Estado.

Foi um erro de avalia��o. Com o apoio decisivo do vice, Bruno Covas (PSDB), que tem grande influ�ncia na m�quina partid�ria do PSDB paulista, Doria conseguiu unir deputados e lideran�as tucanas em torno de uma bandeira: combater a op��o "Fran�a".

"Foi uma campanha que nasceu de fora para dentro. Houve manifesta��o de todos os deputados que n�o concordavam que M�rcio Fran�a fosse o candidato apoiado pelo PSDB", disse Doria ao jornal O Estado de S. Paulo.

"Quando percebemos que �amos perder o governo para o PSB, fizemos um movimento r�pido. Doria tinha uma retaguarda, que era o Bruno Covas", conta o deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), um dos primeiros a se alinhar ao projeto do prefeito.

Fiel ao estilo de "jogar parado", Alckmin n�o agiu para conter o movimento. A bala de prata no projeto de uma candidatura �nica foi a decis�o do PSB nacional de vetar o apoio � candidatura presidencial do governador. Doria ganhou a narrativa que precisava para incendiar o partido.

No dia 18 de mar�o, o prefeito venceu em primeiro turno as pr�vias do PSDB estadual com 10.225 votos - 80,45% dos quase 13 mil votos v�lidos. O resultado deu uma dimens�o do controle que Doria tinha sobre a m�quina do partido, que via nele uma "t�bua de salva��o".

'Bolsodoria'

�s v�speras do in�cio do hor�rio eleitoral na TV, o mundo pol�tico apostava que a desconstru��o do presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) seria uma quest�o de tempo. Havia farta muni��o para ser usada contra o candidato, que teria apenas um comercial de 30 segundos a cada 4 dias para se defender.

Escolhidos para comandar a comunica��o de Doria, os marqueteiros Nelson Biondi e Andr� Gomes j� discordavam dessa an�lise muito antes do atentado contra Bolsonaro. "� o voto da indigna��o. Bolsonaro n�o vai desidratar. Ele � fruto de outra coisa que est� acontecendo. � o que melhor se posicionou nas redes sociais. Os eleitores dele dificilmente migrar�o", disse Biondi ao Estado de S. Paulo no dia 27 de agosto.

O voto "Bolsodoria" j� era uma realidade no mapa estrat�gico da campanha, que escondeu Geraldo Alckmin e o PSDB nos comerciais. Em conversas reservadas, os mais pr�ximos interlocutores de Doria dizem que essa "precau��o" foi determinante para evitar que o ex-prefeito fosse tragado pelo "tsunami" Bolsonaro.

"Quando se afastou da velha guarda do PSDB, Doria abriu um novo caminho no partido. O PSDB carrega um �nus. Tem um desgaste de 24 anos", disse o deputado Guilherme Mussi, presidente do PP paulista e aliado do ex-prefeito. Segundo ele, a "migra��o" autom�tica para Bolsonaro no 2.� turno foi "natural". "N�o foi oportunismo. As bases cobraram isso", afirmou Mussi.

Mea-culpa

Nas primeiras pesquisas de inten��o de voto, Doria apareceu na primeira coloca��o, com 20%. Mas ele tamb�m liderava no quesito rejei��o: 35% dos paulistas diziam que n�o votariam no ex-prefeito de jeito nenhum. Para compara��o, em 30 de julho de 2014 Alckmin tinha 50% das inten��es de voto na pesquisa Ibope para o governo do Estado.

As pesquisas internas apontavam que a raiz da rejei��o estava na sa�da precoce da Prefeitura. O "ant�doto" foi gravar logo no primeiro programa um mea-culpa que seria repetido por toda a campanha. "Reconhe�o que alguns de voc�s est�o chateados comigo. Eu respeito", disse Doria.

No planejamento estrat�gico da campanha, o primeiro passo foi dar um discurso para quem vota no Doria n�o "passar vergonha" na conversa do bar. Biondi aplicou a teoria do copo meio cheio: se a rejei��o � menor que 50%, ent�o tem mais gente disposta a votar no tucano.

Como ocorreu na campanha � Prefeitura em 2016, Doria montou uma estrutura profissional e amarrou os candidatos a deputado da coliga��o ao seu projeto, ao padronizar os materiais e oferecer a eles um "combo", com direito a assessoria jur�dica, santinhos e grava��o de v�deo para o hor�rio eleitoral.

Enquanto Alckmin agonizava nas pesquisas nacionais na reta final da disputa do primeiro turno e via os aliados traindo sua candidatura abertamente nos Estados, Doria manteve uma dist�ncia regulamentar do "padrinho".

Apesar de participar de algumas agendas conjuntas, o ex-prefeito optou por manter estruturas separadas. No dia da vota��o do primeiro turno, a campanha de Doria j� estava preparada para anunciar o "apoio" a Bolsonaro, que, imaginavam, seria disputado com o ent�o candidato do MDB, Paulo Skaf, no segundo turno. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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