As pesquisas eleitorais produzidas pelo Ibope ao longo dos dois turnos apresentaram resultado semelhante aos obtidos nas urnas em praticamente todos os Estados brasileiros, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Na elei��o presidencial, o resultado tamb�m ficou dentro da margem de erro, tanto em primeiro quanto segundo turno, com diferen�a de um ponto porcentual.
Na boca de urna do primeiro turno, o Ibope apontou que Bolsonaro teria 45% e Haddad, 28%, com margem de erro de dois pontos. O resultado acabou sendo 46,03% e 29,28%, respectivamente - diferen�a de um ponto porcentual, dentro da margem.
J� no dia 28, data do segundo turno, a boca de urna apontou que Bolsonaro venceria com 54% dos votos v�lidos, ante 46% de Haddad. O candidato do PSL terminou com 55,13% e o petista, com 44,87% - tamb�m dentro da margem de erro prevista.
Governadores
O jornal comparou as pesquisas mais pr�ximas das elei��es em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Quando os levantamentos foram feitos no dia da elei��o, ou seja, a chamada "boca de urna", a precis�o do resultado em compara��o com o das urnas acaba sendo maior, mas levantamentos na v�spera tamb�m costumam ter resultado pr�ximo.
As pesquisas eleitorais n�o s�o uma previs�o do resultado, mas um retrato do momento em que s�o feitas - oscila��es entre um dia e outro s�o naturais, portanto.
Em S�o Paulo, o Ibope apontou que Jo�o Doria (PSDB) iria para o segundo turno com um advers�rio indefinido - M�rcio Fran�a (PSB) e Paulo Skaf (MDB) apareciam com 21%. O resultado se confirmou - Doria teve 31,7% e Fran�a, 21,53%, deixando Skaf para tr�s, com 21,09%. No segundo turno, a boca de urna apresentou resultado praticamente id�ntico ao das urnas - 52% para Doria e 48% para Fran�a. O resultado final acabou sendo 51,75% e 48,25%, respectivamente. � importante ressaltar que o Ibope arredonda resultados decimais.
No primeiro turno, as pesquisas apontaram corretamente quem iria para o segundo turno em 24 Estados e no Distrito Federal. As exce��es ficaram para Rond�nia e Santa Catarina - nesses Estados, n�o houve boca de urna e o �ltimo levantamento foi feito em 5 de outubro, dois dias antes do pleito. N�o foi poss�vel, portanto, captar os movimentos de �ltima hora que acabaram beneficiando candidatos aliados de Bolsonaro.
Em Rond�nia, Coronel Marcos Rocha (PSL) foi para o segundo turno - ele tinha apenas 8% das inten��es de voto na �ltima pesquisa, feita no dia 5 de outubro, e aparecia em quarto lugar. J� em Santa Catarina, Comandante Mois�s (PSL), que tamb�m estava em quarto lugar na pesquisa em 5 de outubro, foi para o segundo turno - ele e Rocha acabaram vencendo a elei��o. "Houve uma onda de conservadorismo de �ltima hora que foi observada, em apoio a Bolsonaro, por exemplo, no Rio", disse a diretora executiva do Ibope, Marcia Cavallari. "Como n�o teve a boca de urna nesses dois Estados, n�o se pegou essa movimenta��o nas pesquisas. O eleitor decide o voto cada vez mais tarde."
No segundo turno, todos os candidatos colocados � frente, seja na boca de urna ou em pesquisas feitas antes do dia da elei��o, venceram, se considerada a margem de erro. Houve um caso em que um advers�rio passou � frente de outro dentro dessa margem de erro. No Amap�, Capi (PSB) aparecia numericamente � frente de Waldez (PDT) na �ltima pesquisa, do dia 26 de outubro, por 53% a 47%. Nas urnas, o resultado foi o contr�rio - 52,35% para Waldez e 47,65% para Capi. Como a margem de erro era de tr�s pontos porcentuais, para mais ou para menos, a pesquisa havia apontado empate t�cnico entre eles.