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Estado de Minas POL�TICA

Geddel e L�cio ficam em sil�ncio no processo do bunker de R$ 51 milh�es


postado em 31/10/2018 21:09

O ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irm�o, o deputado L�cio Vieira Lima (MDB-BA), estiveram na tarde desta quarta-feira, 31, no Supremo Tribunal Federal onde participaram de depoimento no caso do bunker de R$ 51 milh�es encontrado em um apartamento em Salvador. Por recomenda��o da defesa, os irm�os, r�us no caso, permaneceram em sil�ncio durante a audi�ncia, que durou 11 minutos. Ao todo, foram feitas 18 perguntas aos dois.

Preso desde setembro do ano passado na Penitenci�ria da Papuda, em Bras�lia, Geddel foi escoltado por agentes da Pol�cia Federal. Mais magro e vestindo o uniforme branco dos detentos da Papuda, ele deixou o Supremo sem falar com a imprensa. A audi�ncia foi fechada.

Segundo a den�ncia da PGR, de 2010 at� 5 de setembro de 2017, a fam�lia Vieira Lima cometeu crimes de oculta��o da origem, localiza��o, disposi��o, movimenta��o e propriedade das cifras milion�rias em dinheiro vivo. At� janeiro de 2016, o dinheiro teria ficado escondido em um closet na casa de Marluce Vieira Lima, m�e dos pol�ticos.

Ap�s essa data, o montante de R$ 42 milh�es e cerca de U$ 2,5 milh�es foi transferido em malas e caixas para um apartamento no bairro da Gra�a, em Salvador. Semanas depois, foi levado para um apartamento vizinho, onde ocorreu a apreens�o pela Pol�cia Federal, na Opera��o Tesouro Perdido.

Marluce Vieira Lima, o ex-assessor parlamentar, Job Ribeiro Brand�o, e o empres�rio Luiz Fernando Machado da Costa Filho s�o os outros r�us na a��o penal, aberta pelo STF em maio para apurar supostos crimes de lavagem de dinheiro e associa��o criminosa. O relator � o ministro Edson Fachin.

"Por absoluta e incisiva orienta��o da defesa t�cnica eu permanecerei em sil�ncio", disse Geddel ao juiz Paulo Marcos de Farias logo no in�cio da audi�ncia.

A reportagem apurou que o ex-ministro foi questionado pelo Minist�rio P�blico sobre sua rela��o com o operador financeiro L�cio Funaro. O representante da institui��o na audi�ncia, o procurador Hebert Mesquita, que integra o grupo de trabalho da Lava Jato em Bras�lia, perguntou se s�o verdadeiras as acusa��es de corrup��o, propina e lavagem de dinheiro.

Tamb�m foi perguntado a Geddel se ele e seu irm�o receberam dinheiro da Odebrecht e se mantiveram funcion�rios fantasmas pagos com dinheiro p�blico. O procurador quis saber ainda a origem dos R$ 51 milh�es, o que Geddel tinha a dizer sobre a presen�a de suas digitais nas notas e a participa��o de sua m�e nos fatos.

Ao deputado L�cio Vieira Lima, o Minist�rio P�blico perguntou as rela��es de seu irm�o com Funaro e o que ele tinha a dizer sobre as digitais de seu ex-secret�rio parlamentar Job Ribeiro Brand�o encontradas nas notas encontradas no apartamento de Salvador.

O procurador Hebert Mesquita perguntou ainda se o deputado determinou que Job fosse � Odebrecht "pegar propina" com Maria Lucia Tavares, secret�ria do departamento de propinas da empreiteira, e se Job desempenhava trabalhos dom�sticos na resid�ncia de Marluce Vieira Lima recebendo sal�rios pagos pela Uni�o.

"N�o responderei �s indaga��es do representante do Minist�rio P�blico por expressa determina��o dos meus advogados por quest�es t�cnicas", disse o deputado.

Na avalia��o do procurador da Rep�blica Hebert Mesquita, que integra o grupo de trabalho da Lava Jato em Bras�lia, a defesa dos irm�os Vieira Lima trabalha para atrasar o processo. "Vai chegar o final do ano e ele (L�cio Vieira Lima) n�o se reelegeu. O processo vai descer para Salvador e daqui a dez anos est� de volta ao Supremo", disse ao final da audi�ncia.

"Pediram a per�cia para as digitais, que foi autorizada, e eles colheram o material. E o que era para ser uma per�cia muito r�pida, que a Pol�cia Federal fez em algumas horas, eles est�o deliberadamente atrasando muito. Pediram 30 ou 60 dias e o ministro negou. Eles est�o dizendo que o cliente n�o pode ser interrogado porque n�o sabem o resultado da per�cia. Como se uma coisa tivesse a ver com outra."

Defesa

Acerca das audi�ncias realizadas nos dias 30 e 31 de outubro de 2018, a defesa t�cnica dos senhores Geddel, L�cio e Marluce Vieira Lima vem esclarecer o que segue:

1) Desde a deflagra��o da alcunhada "Opera��o Tesouro Perdido", quando divulgado que teriam sido encontrados vest�gios de impress�o digital do senhor Geddel Vieira Lima no material apreendido, esta defesa t�cnica requereu acesso aos elementos submetidos � per�cia, que o Minist�rio P�blico Federal alardeia como prova cabal da sua acusa��o.

2) Ocorre que, malgrado se tenha apresentado sucessivas peti��es, at� a presente data n�o foi conferido � defesa t�cnica acesso integral aos elementos referentes � suposta per�cia papilosc�pica, tolhendo qualquer possibilidade de exerc�cio do contradit�rio, fulminando de nulidade absoluta o procedimento.

3) Desse modo, diante da incontorn�vel nulidade do processo, vendo-se impossibilitados de defenderem-se das acusa��es, por orienta��o dos seus advogados, os senhores Geddel e L�cio Vieira Lima reservaram-se � prerrogativa de n�o responderem �s perguntas que lhes foram formuladas nos seus interrogat�rios - n�o significando, tal postura, qualquer admiss�o de responsabilidade pelos inocorrentes fatos que lhes s�o atribu�dos.

4) Com efeito, causa esp�cie que ap�s mais de um ano de sucessivos requerimentos de acesso ao material, sem que a defesa t�cnica impusesse qualquer �bice ao normal andamento do processo, ainda n�o se tenha permitido uma simples an�lise t�cnica da suposta per�cia realizada, sendo leg�timo questionar �s institui��es de controle a quem interessa a procrastina��o da realiza��o de um simples exame pericial.


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