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Estado de Minas PLACAR APERTADO

Em Tr�s Ranchos, um �nico voto definiu a elei��o

Cidade deu a Bolsonaro 1.183 votos contra 1.182 do advers�rio petista


postado em 04/11/2018 07:17 / atualizado em 04/11/2018 11:12

(foto: Prefeitura de Três Ranchos/Reprodução)
(foto: Prefeitura de Tr�s Ranchos/Reprodu��o)

"Eu desempatei a elei��o na cidade", disse a aposentada Rita Marques, moradora de Tr�s Ranchos, munic�pio de 2,8 mil habitantes, a 31 quil�metros de Catal�o, no sudeste de Goi�s, no qual o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) venceu Fernando Haddad (PT) por apenas um voto numa campanha que entra para a hist�ria pol�tica nacional como das mais tensas corridas pelo Pal�cio do Planalto. Com o eleitorado dividido e agora entrando num clima de toler�ncia, Tr�s Ranchos deu a Bolsonaro 1.183 votos contra 1.182 do advers�rio petista. A vit�ria apertada foi registrada tamb�m em Pont�o (RS): 1.297 a 1.296 votos. No pa�s, o presidente eleito, que j� tem S�rgio Moro, o principal algoz do PT de Lula, como ministro, teve vantagem de 10 milh�es de votos.

"No primeiro turno eu votei em branco, agora votei contra o PT", afirmou a aposentada na �ltima quarta-feira, quando tratava das unhas num sal�o de beleza da cidade goiana. Bem-humorada, ao lado da vizinha Fabiane Maria de Ara�jo, dona de casa que declarou ter votado em Haddad nos dois turnos, a aposentada disse que foi de Bolsonaro para impedir o PT de voltar ao poder. "N�o sou Bolsonaro. Meu voto foi contra o PT", argumentou Rita Marques.

Na realidade, ela n�o tem como saber se foi o voto dela que definiu o placar pr�-Bolsonaro na cidade. A Justi�a Eleitoral tem um sistema de prote��o ao sigilo do voto que impede essa identifica��o. "O sistema faz um embaralhamento dos dados exatamente para proteger o eleitor", explicou Wandir Allan, presidente da Comiss�o de Combate � Corrup��o Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO). "Os votos s�o captados de forma aleat�ria e n�o � poss�vel saber de quem foi", explicou o advogado.

A aposentada n�o quer nem saber das justificativas t�cnicas. "Fui eu, sim", brincou Rita, no sal�o. Ela contou que votou na se��o 117, no centro da cidade. Nesta urna, Bolsonaro perdeu: obteve 88 votos contra 114 do petista. Tr�s Ranchos tem 11 se��es da Zona 8, jurisdi��o eleitoral de Catal�o. O presidente eleito venceu em seis e perdeu em quatro se��es. Na se��o 118, empate: ambos com 119 votos.

Atendidas por uma mo�a que n�o quis ser identificada, mas admitiu ter ido de Bolsonaro, as moradoras de Tr�s Ranchos acreditam que a conviv�ncia pac�fica n�o deve sofrer altera��o por causa da disputa presidencial. "O que pega aqui � a elei��o para prefeito", explicou o empres�rio Leomilson Santana, de 40 anos, Bolsonaro roxo de t�o verde-amarelo nesta campanha. Filho do vice-prefeito Milson Santana (PSD), ele ainda mant�m o cartaz (Bolsonaro 17) no vidro traseiro do carro.

Ao lado de Marcos Vin�cius da Silva Wanderley, de 28 anos, desempregado, Santana relatou que j� votou em Dilma e Lula. "Agora, n�o deu", afirmou o empres�rio. O argumento dele para a mudan�a foi a promessa bolsonariana de controlar a seguran�a p�blica no Pa�s. Wanderley discorda. Apoiador de Ciro Gomes (PDT), ele disse que, no segundo turno, foi "de Haddad". Na oficina de carros da Av. Coronel Levino Lopes, ao lado da Prefeitura, onde os dois conversavam na quarta-feira, o assunto era a surpresa da vota��o de Haddad.

O desempenho do PT pode ter sido impactado pela absten��o local, avalia o professor Jos� Luiz Vaz. Segundo Vaz, filiado ao PT, as elei��es tradicionalmente registram eleitorado flutuante.

"Temos mais eleitores do que moradores", explicou Haroldo Cala�a Coelho, chefe de gabinete da Prefeitura. Crescendo �s margens da Represa Emborca��o, que usa as �guas do Rio Parana�ba para gera��o de energia, o munic�pio tem 2.819 moradores, mas conta 3.496 eleitores. "Gente que vive fora retorna na elei��o", disse o assessor do prefeito Hugo Deleon de Carvalho Costa (PSDB).

Desta vez, por�m, cerca de 900 eleitores n�o compareceram. Para o comerciante Wilson Ribeiro da Silva, 53 anos, o petista mais conhecido da cidade, a vota��o surpreendeu por n�o ter havido campanha ostensiva de Haddad. "No segundo turno, fizemos uma carreata que tinha 12 carros e no �ltimo dia", lembrou. Para ele, o voto em Bolsonaro foi "um protesto" contra o grupo pol�tico local, liderado por PSDB e MDB.

O governador goiano eleito, j� no primeiro turno, foi Ronaldo Caiado (DEM), que obteve na cidade 1.145 votos, contra 594 de Z� Eliton (PSDB) e 206 votos de Daniel Vilela (MDB). As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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