Moro diz que n�o houve vazamento proposital de depoimento de Palocci

O juiz S�rgio Moro negou na tarde desta ter�a-feira, 6, durante coletiva de imprensa em Curitiba (PR), que tenha havido um "vazamento proposital" da colabora��o premiada do ex-ministro Antonio Palocci durante a elei��o presidencial. "Quando se divulga not�cia falsa em elei��o, � fake news. Quando s�o verdade, isso � direito � informa��o", afirmou ele.

O juiz justificou a divulga��o, feita no dia 1� de outubro, alegando que havia um processo no qual ele precisava proferir uma senten�a ap�s Palocci ter fechado dela��o com a Pol�cia Federal. "N�o tinha sequer o direito de, por conta das elei��es, deixar de tornar p�blicos aqueles fatos quando havia necessidade do processo", comentou.

Respons�vel por julgar os processos da Lava Jato at� ser indicado como ministro, Moro negou por duas vezes durante a coletiva de imprensa que tenha condenado o ex-presidente Lula com base em objetivos pol�ticos, argumento classificado por ele como uma "fantasia" e uma "�libi falso".

Fronteira

S�rgio Moro declarou ser contra o fechamento da fronteira com a Venezuela, mas falou que � necess�rio "verificar" o fluxo da entrada de imigrantes no Brasil e encontrar uma solu��o melhor para a crise que envolve a entrada de venezuelanos no Pa�s.

Bolsonaro

O futuro ministro minimizou as declara��es pol�micas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em rela��o �s comunidades negra e LGBT. Ele tamb�m disse n�o ver risco � democracia com as declara��es do pesselista. Moro o classificou como um homem "sensato e ponderado".

Para o juiz, as declara��es pol�micas de Bolsonaro sobre minorias s�o "pret�ritas" e que ele quer "olhar para o futuro". "Muitas vezes as declara��es s�o colocadas fora de contexto tamb�m. Pelo menos no que eu observei em nossas conversas, houve um caminhar de modera��o", disse.

Na coletiva, Moro repetiu por tr�s vezes que considera Bolsonaro uma pessoa "moderada" e que, na opini�o dele, as declara��es do presidente eleito desde que ele o conheceu, na semana passada, n�o representam, em nenhum momento, um risco "� democracia e ao estado de direito".

Moro tamb�m buscou tranquilizar as minorias ao dizer que tem plena convic��o de que elas v�o ter o "direito de exercer sua plena liberdade". "At� agora, em �ltima an�lise, n�o vejo nada al�m de receios infundados", afirmou.

O juiz federal disse ainda acreditar que o combate � corrup��o, principal bandeira dele, contribuiu para o "resgate da democracia".

Paulo Guedes

O futuro ministro classificou como "incipientes" as informa��es que envolvem as investiga��es contra o economista Paulo Guedes, escolhido para o Minist�rio da Economia do governo Bolsonaro e porta-voz da sondagem que o presidente eleito fez ao juiz da Lava Jato no Paran� para assumir o cargo.

Guedes � alvo de uma investiga��o na Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal que apura fraudes na gest�o de fundos de pens�o administrados pelo economista. "Do que eu tenho not�cia, s�o investiga��es muito incipientes. N�o posso afirmar se a investiga��o tem consist�ncia ou n�o, na atual fase n�o � poss�vel emitir qualquer ju�zo de valor", disse Moro, quando questionado sobre o fato de o futuro governo vir a ser composto por ministros investigados.

Na coletiva, Moro defendeu um endurecimento de penas para grandes crimes de corrup��o e afirmou que o regime de progress�o de pena precisa ser revisto nesses casos para evitar que condenados fiquem por pouco tempo em regime fechado. O juiz disse que avalia enviar ao Congresso uma proposta para deixar mais clara na legisla��o a possibilidade de pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia. Para ele, a medida n�o fere a presun��o de inoc�ncia quando comparada � legisla��o internacional.

Para o crime organizado, a receita de combate defendida por Moro envolve, segundo ele, recursos, pris�o, isolamento dos l�deres de fac��es e o confisco do patrim�nio do crime organizado.