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Estado de Minas POL�TICA

'N�o me importo se Bolsonaro gostar� ou n�o', diz Eun�cio sobre vota��es


postado em 09/11/2018 12:45

O presidente do Congresso e do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que "n�o est� preocupado" se o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) "vai gostar ou n�o" do resultado de vota��es na Casa antes de assumir o Pal�cio do Planalto.

Sem conseguir se reeleger, Eun�cio ficar� sem mandato no ano que vem, mas antes ser� o respons�vel por dar posse a Bolsonaro em janeiro. O senador afirma estar aberto a dialogar, mas que n�o aceitar� interfer�ncia no Legislativo e criticou o economista Paulo Guedes, um dos futuros superministros de Bolsonaro, que defendeu uma "prensa" nos parlamentares para que votassem a reforma da Previd�ncia.

Veja a seguir os principais pontos da entrevista concedida ao Estado:

Algu�m da equipe econ�mica de Bolsonaro ou o ministro Onyx Lorenzoni procurou o senhor, j� que eles est�o preocupados com os projetos aprovados?

N�o. Voc� acha que Onyx vai me procurar? N�o vai. Tive o cuidado de dizer que n�s estamos reduzindo os incentivos em torno de 40%, se n�o amanh� (dizem que �) pauta bomba. 'Ah, o Bolsonaro diz que n�o gostou'. N�o estou preocupado se Bolsonaro vai gostar ou n�o vai gostar. Qual o motivo de eu, como presidente de um Poder (Legislativo), vou procurar o presidente eleito de outro Poder (Executivo) para perguntar o que ele quer? Parece um oferecimento, de disposi��o para se credenciar para alguma coisa. Zero.

O senhor n�o quer?

N�o farei isso. Comuniquei ao Paulo Guedes que eu estava prorrogando o or�amento duas vezes. Ele disse: 'Ou voc� vota a reforma da Previd�ncia ou o PT volta'. Primeiro que eu n�o estou preocupado com volta ou n�o do PT. Quem deve saber o que quer para a frente, quem assumiu a responsabilidade de governar o Brasil, infelizmente, n�o fui eu. � f�cil levantar todos os projetos que est�o na C�mara e no Senado que podem ser pautados. At� o �ltimo dia em que eu for presidente, ningu�m vai interferir nesse Poder, a n�o ser por entendimento, por conversa e harmonia.

H� uma insatisfa��o do Congresso com o governo eleito?

N�o me sinto absolutamente nada incomodado. S� n�o aceito que digam que eu estou fazendo pauta-bomba, que o Congresso tem que 'levar prensa'. Aqui tem a liberdade de cada um botar o dedinho e votar sim, n�o ou absten��o.

Ningu�m ent�o conversou com o senhor, nem o Major Ol�mpio (deputado e senador eleito pelo PSL-SP)?

O Major Ol�mpio, por incr�vel que pare�a, porque dizem que � uma pessoa muito efervescente, foi extremamente educado. Foi ao meu gabinete pedir para que eu cedesse o gabinete para ele, ele n�o tinha nenhum tipo de exig�ncia, que ele quer um apartamento funcional que ele tem direito, se tiver apartamento, muito educado. E me disse: 'Olha, eu estou com vergonha de que algu�m n�o tenha procurado o presidente do Congresso sobre pautas aqui'. N�o votei no Bolsonaro, mas eu vou dizer o que disse Obama. Minha admira��o n�o � pelo Trump, � pelo Obama. A popula��o do meu Brasil democraticamente disse que o presidente � ele, ent�o a partir do dia que ele ganhou, ele � meu presidente, � o presidente do meu pa�s e n�o sou eu que vou botar uma perna esticada para ele trope�ar, pelo contr�rio. Agora, a Constitui��o determina muitas coisas que talvez muita gente que est� nesse processo, que n�o passou por aqui, n�o passou numa C�mara de Vereadores, numa Assembleia Legislativa, numa C�mara Federal, talvez n�o tenha passado num governo, para entender o tr�mite. 'Ah, o Eun�cio n�o quer votar a PEC da Previd�ncia'. Eu posso at� n�o querer, mas n�o � isso. Os constituintes foram s�bios de se autoproteger, n�o a eles que estavam vindo de um regime de for�a da ditadura, eles autoprotegeram a Constitui��o brasileira e botaram nessa Constitui��o que ningu�m pode chegar e dizer: 'Olha, acordo de l�deres aqui, eu tenho maioria, muda a Constitui��o todinha que agora eu prendo e arrebento'. Eles fizeram um ritual para mudan�as na Constitui��o brasileira.

Essa falta de conhecimento prejudica?

N�o posso dizer que essas pessoas n�o t�m conhecimento. Estou dizendo � que, assim como eu dei o direito a d�vida em rela��o � declara��o do Paulo Guedes... Eu pensei: ou a imprensa interpretou mal as suas palavras ou ele n�o conhece nada disso aqui. Dizer que vai dar uma prensa, que tem que votar se n�o o PT volta, isso n�o � argumento para mim. Eu n�o sou petista, n�o sou antipetista, n�o sou racista, n�o sou homof�bico. Isso em nada me incomoda. Voc� n�o argumenta para mim dizendo: se n�o quebrar o interst�cio, se n�o der uma reforma da previd�ncia, se n�o fizer isso... Meu irm�o, n�s at� temos legitimidade para fazer a reforma, mas quem tem a obriga��o, nesse momento, com a maioria da popula��o brasileira que foi para a urna e depositou ali a confian�a e a esperan�a? N�o foi em mim. Eu vou ajudar no que eu puder o meu Pa�s. Eu n�o vou sair daqui, eu quero ficar aqui. E eu quero que esse Pa�s d� certo, quero que esse governo dele d� certo. No que eu puder, dentro das minhas limita��es, colaborar, sem ferir o regimento, sem ferir a Constitui��o, estou pronto para isso. J� prorroguei duas vezes o prazo de emenda do Or�amento. Talvez as pessoas n�o saibam que o Congresso Nacional n�o sair� de recesso enquanto m�o for votado o or�amento. 'Ah, mas antigamente sa�a em recesso branco'. Eu n�o dou recesso branco. Quero votar o Or�amento novamente no segundo ano que estou presidente. � o meu dever.

Sobre a Rota 2030 ele mandou algum recado?

Nada.

Mas o Paulo Guedes falou contra incentivos.

Dizer l� fora que n�o quer... Tem que primeiro se eleger para sentar aqui (bate na poltrona de senador) e votar contra, fazer um discurso. Discurso de fora, esse tipo de recado n�o chega nos ouvidos da gente. N�o interessa. Quer negociar, quer discutir, eu como presidente do Congresso estou aberto. A discutir qualquer MP, qualquer projeto. N�o estou dizendo que vou atender, mas estou aberto a discutir. Vontades s�o unilaterais ou bilaterais, dependendo do entendimento.

O sentimento do senhor � o da maioria do Senado em rela��o � pauta que o governo eleito deseja?

Eu sou, por delega��o do Senado, o chefe desse Poder. N�o � nenhuma vaidade, mas a responsabilidade � do chefe do Poder. Tenho por h�bito dividir, trocar palavras, dividir ang�stias, dividir responsabilidades. Mudan�as na Constitui��o n�o poder�o tramitar enquanto tiver uma interven��o no Rio de Janeiro. Aprovar uma interven��o cabe a mim, ao Congresso. evantar essa interven��o antes do prazo aprovado cabe ao presidente da Rep�blica e ao governador do Estado sob interven��o, n�o a mim. Se levantarem, eu suspendo o meu ato que pro�be a tramita��o de PECs e todas elas poder�o tramitar aqui e na C�mara.

Como vai ser a rela��o do MDB com o governo Bolsonaro?

Essa reinven��o, essa hist�ria bonita de mudar de nome... Eu sou do MDB, do Modebra. Sou de uma fam�lia do MDB. Eu n�o troco de camisa no meio do caminho. Por que est� suada eu vou trocar? Se depender de mim, o PMDB, porque eu n�o vou sair dele e vou defender essa posi��o, � um partido independente votando aquilo que for bom para o Brasil e para a sociedade brasileira, aplaudido por ela. N�o precisa participar do governo para ajudar o Brasil.


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