O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira que quest�es que envolvem minorias n�o ser�o mais abordados nas provas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) a partir do pr�ximo ano, quando ele j� estar� � frente do Planalto.
Bolsonaro afirmou que na pr�xima semana deve anunciar os nomes dos ministros do Meio Ambiente, Rela��es Exteriores e Sa�de. Al�m desses, quem vai ocupar a pasta da Educa��o tamb�m deve ser revelado.
Ao abordar a inten��o de revelar mais sobre os nomes para os minist�rios acabou tratando do tema. O minist�rio, segundo ele, � “complicado” e exige algu�m mais alinhado �s propostas e pautas conservadores do governo.
“Pelo amor de Deus. Esse tema com a linguagem particular daquelas pessoas. O que n�s temos a ver com isso. A gente vai ver a tradu��o daquelas palavras � um absurdo. V�o obrigar a molecada a se interessar por isso. Para o Enem do ano que vem, por ter certeza, n�o vai ter quest�o dessa forma no ano que vem. N�s vamos tomar conhecimento da prova antes. N�o vai ter isso da�”, afirmou, ao fazer uma transmiss�o ao vivo no come�o da noite, via Facebook.
Ainda de acordo com ele, a prova usada pela maioria das universidades p�blicas e particulares para que os estudantes ingressem nos cursos ter� quest�es de geografia e hist�ria.
No entendimento de Bolsonaro, ao tratar de temas muito espec�ficos de algumas minorias, a prova acaba estimulando “briga entre pessoas que pensam diferente e tem op��es diferentes”. “N�s queremos que a molecada aprende algo que no futuro lhe d� liberdade, que ele possam ganhar o seu p�o com seu trabalho”, afirmou.
Bolsonaro analisou que a educa��o deve ser apenas voltada ao aprendizado de conte�dos que sejam diretamente ligados � possibilidade de utiliza��o em profiss�es e que, ao tratar de temas como “ideologia de g�nero”, o ambiente escolar acaba se afastando se sua real prioridade. “Por isso nos precisamos de um bom ministro da Educa��o, com autoridade que entende que n�s somos um pa�s conservador”, declarou.
No �ltimo fim de semana, foram realizadas provas do Enem e uma das quest�es causou recebeu cr�ticas que consideraram o conte�do inadequado. A quest�o 37 do caderno de Linguagens, abordava o socioleto – uma variante da l�ngua falada por um grupo social – empregado por travestis e homossexuais conhecido por pajub�, considerado elemento do patrim�nio lingu�stico.
Universidades
O presidente eleito ainda fez cr�ticas ao ambiente universit�rio que, na opini�o dele, sofre de degrada��o comportamental. Para o presidente eleito, muitas n�o valem o valor destinado para se manterem.
“As universidades, pelo amor de Deus, boa parte delas � dinheiro jogado fora. T� l� o centro acad�mico � tanta bobagem que a gente v�”, afirmou. Na sequ�ncia, ele direcionou cr�ticas � Universidade de Bras�lia, que seria ponto de oposi��o e avessa �s mudan�as que ele pretende implementar.
“V�deos mostram que tem maconha, camisinhas no ch�o, cacha�a na geladeira, tudo pichado, parecendo ninho de rato. Mudar isso � dif�cil. V�o querer parar as universidades, v�o me chamar de homof�bico, de fascista, ditador. Mas a gente vai tentar mudar isso a�”, disparou.
Minist�rios
Na fala aos seguidores, Bolsonaro tamb�m tratou de outros temas como economia e meio ambiente, al�m de revelar crit�rios sobre a escolha de alguns ministros. O presidente eleito disse que, assim como prometeu na campanha � Presid�ncia, caber� aos setores produtivos a escolha dos ministros para as �reas, caso da Agricultura.
Apesar disso, ele afirmou que para algumas pastas ele mesmo far� a escolha, caso da Educa��o e do Meio Ambiente. “Eu j� aviso aos ambientalistas: quem vai indicar o ministro ser� Jair Messias Bolsonaro”.
Sobre ter desistido de fundir as pastas que cuidam da �rea ambiental e da Agricultura, ele negou que sejam “recuo”, mas apenas a verifica��o de que a fus�o n�o seria boa ideia.
A nomea��o de S�rgio Moro tamb�m voltou a ser tratada por Jair Bolsonaro. Segundo ele, a nomea��o foi constru�da com muita conversa e pelo oferecimento, por parte do futuro governo, de amplo apoio para que Moro construa uma pol�tica de combate � corrup��o.
Assim como o futuro ministro afirmou em coletiva na �ltima ter�a-feira, Bolsonaro disse que eventuais pontos em que n�o houver converg�ncia inicial, o caminho ser� o meio termo. “Ningu�m quer impor nada, nem ele pra mim nem eu pra ele. E ele est� abrindo m�o de 22 aos de magistratura. Quem mais faria isso pelo Brasil”, disse.