O ex-juiz da Lava Jato e futuro ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica do governo Bolsonaro, S�rgio Moro, afirmou nesta segunda, 3, que a preven��o e o combate � corrup��o n�o deve ser limitado ao trabalho dos tribunais nem das for�as policiais. Segundo o magistrado, � necess�rio empenho de outros poderes no enfrentamento aos desvios.
"A corrup��o n�o pode ser enfrentada unicamente pelas Cortes de justi�a, pelos agentes da lei, policiais, procuradores e ju�zes", afirmou Moro. "� preciso que casos de grande corrup��o sejam sucedidos por uma resposta institucional. � necess�rio que o governo, que o Congresso, tome atitudes para prevenir a grande corrup��o".
Convidado para um semin�rio em Madri promovido pela Funda��o Internacional para a Liberdade e mediado pelo escritor e Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Moro narrou brevemente suas a��es na Opera��o Lava Jato e os motivos de aceitar o convite de Jair Bolsonaro (PSL) para integrar o futuro governo.
"Sempre me perguntei se n�o t�nhamos ido longe demais na aplica��o da lei. Se n�o t�nhamos chegado em um momento em que o sistema pol�tico ia revidar para manter aquele sistema de corrup��o", afirmou Moro.
Segundo ele, ao aceitar o Minist�rio da Justi�a, busca consolidar uma agenda de combate � corrup��o e evitar interfer�ncias para barrar as investiga��es.
"Me senti tentado pela oportunidade de fazer algo mais significativo n�o pela posi��o de poder, mas pela probabilidade de avan�ar nessa agenda que representa o aprofundamento da nossa democracia em n�vel mais alto, com propostas de lei e libera��o dos �rg�os de investiga��o sem interfer�ncia pol�tica", disse. "S�o necess�rias reformas mais gerais e isso n�o posso fazer como juiz, mas posso tentar fazer dentro de uma posi��o no governo".
Autoritarismo
Durante sua fala, Moro saiu em defesa do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao afirmar que "n�o vislumbra risco de autoritarismo", � democracia ou uma possibilidade de "captura" do poder por outras institui��es.
"� at� estranho dizer isso, mas n�o vislumbro no presidente eleito um risco de autoritarismo ou risco � democracia", disse. "Tamb�m n�o existe um risco de controle, de captura das institui��es de controle e dos demais poderes. N�o h� nenhuma possibilidade."
Moro tamb�m afirmou que, apesar das "declara��es infelizes" feitas por Bolsonaro no passado, o futuro governo n�o atacar� direitos de minorias, como mulheres, negros e a popula��o LGBT.
"Eu jamais aceitaria uma posi��o no governo se vislumbrasse qualquer risco de discrimina��o de minorias", afirmou Moro. "Pessoas �s vezes fazem afirma��es infelizes no passado, mas isso n�o significa que se traduz em pol�ticas p�blicas concretas."
POL�TICA