Governador do Rio, Pez�o pede liberdade ao Supremo

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pez�o (MDB), pediu nesta segunda-feira, 3, liberdade ao Supremo Tribunal Federal (STF). O emedebista foi preso pela Opera��o Lava Jato na quinta-feira, 29, sob suspeita de receber R$ 39 milh�es - em valores atualizados - em propina em esp�cie. O habeas corpus foi distribu�do para o ministro Alexandre de Moraes, que decidir� se Pez�o fica livre ou n�o.

Ao pedir a pris�o de Pez�o, a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, apontou registros documentais do pagamento em esp�cie a Pez�o entre 2007 e 2015. Raquel afirmou ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ), que, solto, Pez�o poderia dificultar ainda mais a recupera��o dos valores, al�m de dissipar o patrim�nio adquirido em decorr�ncia da pr�tica criminosa.

Pez�o foi vice-governador de S�rgio Cabral entre 2007 e 2014 e secret�rio estadual de Obras do Governo entre 1 de janeiro de 2007 e 13 de setembro de 2011. Assumiu a chefia do Executivo fluminense com a ren�ncia de seu antecessor, em 3 de abril de 2014.

Para a procuradora-geral, Pez�o "assumiu a lideran�a da organiza��o criminosa com a pris�o de S�rgio Cabral". O ex-governador do Rio est� preso desde novembro de 2016, condenado a mais de 180 anos de pris�o.

"(Pez�o) continua a ordenar atos de corrup��o e de lavagem de dinheiro p�blico, o que demonstra a necessidade da pris�o preventiva para garantia da ordem p�blica ante as evid�ncias de que a pr�tica criminosa segue ativa no governo do Estado do Rio de Janeiro", afirmou Raquel.

"Tem-se um cen�rio criminoso liderado por Luiz Fernando de Souza (Pez�o), que governa o importante Estado do Rio de Janeiro. Seus associados ocupam fun��o p�blica de destaque ou dirigem empresas que recebem recursos p�blicos, que est�o sendo corrompidos, desviados e lavados de modo criminoso, numa pilhagem que pode a se intensificar nos meses finais de sua gest�o."

Pez�o caiu no grampo durante a investiga��o da Lava Jato. O governador do Rio foi flagrado em conversa telef�nica em julho deste ano, dizendo que entraria "no circuito" ap�s S�rgio Cabral ter sido mandado para a solit�ria. A transfer�ncia para o isolamento foi requisitada por um promotor que fazia inspe��o na cela em que Cabral cumpre pena.

O alvo da intercepta��o telef�nica era Pez�o. �s 11h43 de 24 de julho, o governador do Rio falou com um interlocutor identificado por "Ricardo", que lhe contou que estava "saindo l� de Bangu 8".

"O MP fez uma visita l� e fez uma indelicadeza muito grande com Cabral e at� acho que fisicamente for�aram ele jogar ele numa cela l� rapaz", relatou Ricardo.

"� mesmo?", perguntou Pez�o.

"� o Edson pediu mim tentar falar contigo ou com Marco Antonio", disse o interlocutor.

Ricardo narrou a Pez�o que S�rgio Cabral "foi pro enfrentamento com o Minist�rio P�blico, a� o Minist�rio P�blico, os Promotores que est�o a� chamaram pol�cia". O interlocutor relatou ao governador do Rio que "a cela que botaram ele n�o tem nada, lugar horr�vel".

Pez�o quis, ent�o, saber. "Mas porque que o Minist�rio P�blico fez isso, voc� sabe por qu�?"

"Porque eles est�o fazendo vistoria, eles fazem visita n�, tipo uma vistoria, n�, uma rotina inclusive deles", respondeu Ricardo.

O interlocutor prosseguiu o relato. "E o S�rgio se recusou a fazer porque ele alegou que ele n�o � preso � detento, e n�o ia ficar naquela posi��o, questionou a equipe que tava l� do Minist�rio P�blico e ficou aquele questionamento, n�, a� eles usaram da autoridade e.."

"Mas a Pol�cia levou ele pra outro lugar?", perguntou Pez�o.

"A� levou ele pra outra cela aqui em Bangu oito mesmo", afirmou Ricardo.

"P...!", disse o governador.

Em seguida, Pez�o pergunta. "O que � que posso, o que voc� acha que posso fazer a�, o que d� pra gente fazer?"

"� governador acho que talvez falar com o Diretor aqui v� se, assim", respondeu Ricardo.

"T�", afirmou Pez�o.

"Assim que acabar a visita, reconduz ele pra sala normal, entendeu, ou�ou, dar condi��es de acomodar ele pra onde ele foi, porque � local fisicamente n�o tem nada, � uma sala at� que tava em desuso", disse o interlocutor.

"T� bom. Eu vou ver aqui", respondeu o governador. "Vou entrar no circuito, t� bom."

Defesa

A reportagem est� tentando contato com a defesa do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pez�o. O espa�o est� aberto para manifesta��o.