A nova secret�ria da Mulher ficou conhecida nacionalmente por um sumi�o. A deputada federal Tia Eron (PRB-BA), anunciada nesta quarta-feira, 2, para o cargo era membro do Conselho de �tica em 2016 e foi respons�vel pelo voto decisivo da cassa��o do ent�o presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ).
Mas antes do voto de Minerva, Tia Eron desapareceu por uma semana. Ela era pr�xima de Cunha e a expectativa era de que votasse contra a cassa��o por quebra de decoro parlamentar do deputado, que mentiu em depoimento na CPI da Petrobr�s sobre a exist�ncia de contas no exterior.
Pelo tempo em que evitou se posicionar e at� aparecer em p�blico, surgiu o bord�o: "Cad� tia Eron?". Pressionada, ela acabou votando a favor do relat�rio que condenava Cunha � perda de mandato. Desde outubro de 2016, ele est� preso em Curitiba, condenado por corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e evas�o fraudulenta de divisas.
Tia Eron e as demais secretarias foram anunciadas por Damares Alves, ministra da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos, na tarde desta quarta, durante a transmiss�o de cargo. A deputada federal, contudo, n�o esteve presente na cerim�nia. Segundo sua assessoria, est� no interior da Bahia.
Eronildes Vasconcelos Carvalho, nome de Tia Eron, foi eleita pela primeira vez em 2014 deputada federal, mas perdeu a reelei��o neste ano. Ela � membro da bancada evang�lica, para a qual prestou assessoria jur�dica na C�mara.
Tia Eron foi eleita a primeira vereadora negra de Salvador, pelo antigo PFL (hoje DEM), em 2000. Na C�mara dos Deputados, apresentou projetos que v�o desde revogar o decreto que d� direito ao nome social para travestis e transexuais, na administra��o p�blica federal, at� um que prev� o aumento de pena para crime de estupro coletivo. Tentou ainda, em outro projeto de lei, instituir a Semana da Consci�ncia Negra.
A deputada federal ter� a tarefa de comandar uma das secretarias mais pol�micas do governo Bolsonaro. Durante a campanha, ele foi alvo de cr�ticas por declara��es sexistas, como quando disse, em tom de piada, que sua filha foi uma "fraquejada", depois de quatro filhos homens. Ap�s a repercuss�o, apareceu no hor�rio eleitoral chorando ao falar da filha.
�s v�speras do primeiro turno, mulheres em diferentes cidades no Pa�s organizaram manifesta��es contra o candidato, que ganharam a alcunha de "Ele n�o".
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