Villas B�as: 'Bolsonaro tirou Pa�s de amarra ideol�gica que tomou o livre pensar'

Ao deixar o cargo de comandante do Ex�rcito, o general Eduardo Villas B�as fez um forte discurso pol�tico no qual disse que o presidente Jair Bolsonaro resgatou o Brasil das amarras ideol�gicas. Ele foi substitu�do por Edson Leal Pujol. A cerim�nia de troca do comando ocorreu nesta sexta-feira, 11, no Clube do Ex�rcito, em Bras�lia, com a presen�a do presidente.

Diante de Bolsonaro, Villas B�as afirmou que o presidente "tirou o Pa�s da amarra ideol�gica que sequestrou o livre pensar" e "tirou o Pa�s do pensamento �nico e nefasto". O militar tamb�m destacou que o Ex�rcito � "democr�tico, apartid�rio e integralmente dedicado � Na��o". Ao final, Villas B�as foi aplaudido de p� e cumprimentado por Bolsonaro.

"O senhor traz a necess�ria renova��o e a libera��o das amarras ideol�gicas que sequestraram o livre pensar e nublaram o discernimento e induziram a um pensamento �nico e nefasto como assinala o jornalista americano Walter Lippmann: 'Quando todos pensam da mesma maneira � porque ningu�m est� pensando'", afirmou.

O comandante, que sofre de uma doen�a degenerativa e est� em uma cadeira de rodas, fez apenas uma sauda��o com agradecimentos. Com dificuldade para falar, seu discurso de ordem do dia foi lido por um mestre de cerim�nia.

Apesar das cr�ticas, Villas B�as agradeceu � ex-presidente Dilma Rousseff e ao ex-ministro Jaques Wagner por sua nomea��o. Tamb�m agradeceu ao ex-presidente Michel Temer por t�-lo mantido no cargo e pela sua postura em rela��o � institui��o.

O comandante enalteceu tr�s personalidades, entre elas o ministro S�rgio Moro (Justi�a), a quem chamou de "protagonista da cruzada contra a corrup��o". Nos quatro anos em que ficou � frente do Ex�rcito, o Brasil enfrentou o �pice da Opera��o Lava Jato, que revelou esc�ndalos de corrup��o envolvendo pol�ticos e empres�rios. Como juiz federal, Moro foi respons�vel pelas a��es da opera��o na primeira inst�ncia em Curitiba.

No in�cio do ano, logo ap�s assumir a Presid�ncia, Bolsonaro agradeceu ao trabalho de Villas B�as. "O senhor � um dos respons�veis por eu estar aqui", discursou o presidente, durante a cerim�nia de transmiss�o de cargo no Minist�rio da Defesa.

Em abril do ano passado, Villas B�as se envolveu em uma pol�mica ao fazer, na v�spera do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), um post no Twitter repudiando a "impunidade" e dizendo que o Ex�rcito estava "atento �s miss�es institucionais".

Papel da imprensa

Em sua fala, Villas B�as tamb�m enalteceu o papel da imprensa, que - conforme disse - de forma "vigilante" contribuiu para o aperfei�oamento institucional do Ex�rcito.

Legado

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse, durante a passagem do comando do Ex�rcito, que a principal contribui��o do general Eduardo Villas B�as, foi "o que ele conseguiu evitar". O ministro citou a instabilidade pol�tica que marcou os quatro anos em que o general comandou a for�a, sem falar abertamente sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e as elei��es de 2018.

"A maior entrega foi o que ele conseguiu evitar", disse o ministro, durante discurso no Clube do Ex�rcito. Tamb�m general, o ministro afirmou que Villas B�as exerceu o cargo "num tempo que guarda as marcas das instabilidades que colocaram � prova a maturidade das institui��es democr�ticas brasileiras, inclu�das as For�as Armadas".

Azevedo e Silva disse que Villas B�as tem estilo "justo e humano" e foi uma "lideran�a conciliadora", tendo pautado seu per�odo de comando pela "legalidade e estabilidade", com respeito � democracia.