O novo presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) votou contra a cassa��o do ent�o senador A�cio Neves (PSDB-MG), em 2017. Na �poca, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) havia determinado o afastamento do parlamentar por ser acusado de interferir nas investiga��es da Lava Jato e seus desdobramentos.
O Senado, por�m, livrou o mineiro do afastamento por 44 votos contra 26. Com a decis�o, A�cio p�de retornar as atividades de parlamentar.
Alcolumbre tamb�m votou para aumentar em 16% os sal�rios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado. Por 41 votos a 16, os senadores aprovaram o aumento nos sal�rios dos ministros do STF e tamb�m o do cargo de procurador-geral da Rep�blica. Com a decis�o, os vencimentos passaram de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
Em seguida, o aumento foi sancionado pelo ex-presidente da Rep�blica, Michel Temer. O presidente Jair Bolsonaro, que j� tinha sido eleito, chegou a afirmar que n�o era o "momento" de se ampliar despesas e disse que o aumento de gastos era visto "com preocupa��o".
O aumento nos sal�rios dos ministros gera o chamado "efeito cascata" nas contas p�blicas, porque representa o teto do funcionalismo p�blico. Quando o teto � elevado, aumenta tamb�m o n�mero de servidores que poder�o receber um valor maior de gratifica��es e verbas extras que hoje ultrapassam o teto.
Segundo c�lculos de consultorias da C�mara e do Senado, o reajuste poder� causar um impacto de R$ 4 bilh�es nas contas p�blicas.
O projeto que o Senado votou foi encaminhado ao Congresso em 2015 pelo ministro Ricardo Lewandowski, ent�o presidente do STF. Em 2016, o projeto foi aprovado na C�mara, mas ficou parado no Senado e s� foi aprovado em novembro do ano passado.
Durante todo o per�odo em que a ministra Carmen L�cia presidiu o tribunal (entre setembro de 2016 e setembro de 2018), ela foi contra incluir no or�amento o reajuste. Em, em agosto do ano passado, a maioria do tribunal decidiu incluir a proposta de aumento no or�amento de 2019. Ficaram vencidos, al�m de C�rmen L�cia, os ministros Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin.
A�cio
No epis�dio de A�cio Neve, os l�deres do MDB, PSDB, PP, PR, PRB, PROS e PTC orientaram os senadores das respectivas bancadas a votar "n�o", ou seja, contra o afastamento e a favor de A�cio. O partido do novo presidente do Senado, DEM, e o PSD liberaram os senadores a votar como quisessem. PT, PSB, Pode, PDT, PSC e Rede orientaram voto a favor da decis�o da Turma do Supremo.
Nos discursos p�s-vit�ria, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que apoiar� o novo presidente do Senado. Randolfe votou pela cassa��o de A�cio e denunciou o que chamou de um "acord�o" entre PSDB e MDB para salvar o tucano.
Baixo Clero
Representante do baixo clero, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) reuniu apoio � candidatura ao comando do Senado oferecendo acesso ao Planalto e se colocando como alternativa � "velha pol�tica", representada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), quatro vezes presidente da Casa. O aval do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao seu nome deu credibilidade � sua promessa de portas abertas no governo e lhe garantiu o sucesso no pleito, vencido por 42 votos.
O pr�prio Alcolumbre � adepto de pr�ticas da velha pol�tica. Como deputado, conseguiu aprovar em 2009 um projeto de lei para homenagear um tio - Alberto Alcolumbre - acrescentando o nome dele ao t�tulo do Aeroporto de Macap�.Em 2013, ainda deputado, usou verba de gabinete para abastecer seus carros no posto de gasolina Salom�o Alcolumbre e cia LTDA, do seu tio. O fato foi revelado pelo Estado. Na �poca ele n�o comentou o assunto.
Alcolumbre colocou, ainda, como seu suplente no Senado um irm�o. Josiel Alcolumbre fez campanha nas redes sociais contra Renan Calheiros e publicou fotos e textos como se seu irm�o j� tivesse vencido a disputa contra o alagoano.
Ao lado de uma das fotos dizia: "No gabinete da Presid�ncia do Senado, desde a zero hora de hoje, Davi Alcolumbre ocupa o cargo de presidente do Congresso Nacional. Isso � motivo de grande orgulho para todos n�s amapaenses. A partir de hoje o Amap� ter� mais for�a na Rep�blica, venceremos tantos anos de atraso." At� hoje, a not�cia era "fake news".
Aos 41 anos, Alcolumbre � comerci�rio com forma��o incompleta em Ci�ncias Econ�micas. Na elei��o de 2018, disputou o governo do Amap�. Ele perdeu a elei��o para Waldez G�es (PDT). Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou patrim�nio de R$ 770 mil. A elei��o lhe rendeu uma acusa��o do Minist�rio P�blico Eleitoral por suspeita de pressionar servidores da Secretaria Municipal de Sa�de de Macap� (Semsa), em pleno hor�rio de expediente, a participarem dos atos de campanha de Alcolumbre e de sua vice, Silvana Vedovelli. Procurado, n�o comentou.
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